Presente no calendário até hoje, circuito de Montreal aproveita raia dos Jogos de 1976
Devido à sua grandeza e ao número variado de modalidades, os
Jogos Olímpicos requerem estruturas que, em termos de complexidade, nada
deixam a desejar aos autódromos mais modernos que compõem o calendário
do Campeonato Mundial de F1.
Por isso, não é tão raro encontrar exemplos ao longo da história de instalações que, em momentos diferentes, receberam duas das mais importantes competições do esporte mundial.
Uma delas ainda está presente no atual calendário da F1. No final dos anos 1970, embalada pelo fenômeno Gilles Villeneuve nas pistas, a cidade canadense de Montreal, em Quebec (região francófona do país, tal como o piloto), mostrou interesse em montar um circuito para receber a categoria de forma definitiva a partir de 1978. A fim de economizar gastos, a sede escolhida foi a ilha de Notre Dame, situada às margens do rio São Lourenço, em vez de haver a construção de uma pista a partir do zero.
O local, artificialmente criado para receber a Expo 67, na década anterior, foi reformado para que fossem realizadas as Olimpíadas de 1976, nas modalidades de remo e canoagem, sendo que a raia olímpica ficava próxima do atual paddock da F1.
Ao longo dos anos, o circuito Gilles Villeneuve passou por pequenas reformas e adequações, como, por exemplo, a alteração do local da reta dos boxes e de largada, em 1988. Assim, com suas características únicas, a pista tem lugar garantido no Mundial e proporciona uma das corridas preferidas de pilotos e chefes de equipe.
Montjuic: de Emerson Fittipaldi a Marcelo Negrão
Situado na montanha de Montjuic, o circuito homônimo teve passagem breve pela categoria, nas décadas de 1960 e 1970, mas, nem por isso, deixou de fazer história. Com 3,791 km de extensão, a pista já recebia os GPs pré-F1 nos anos 1930, ganhando destaque pela participação de nomes como Tazio Nuvolari, Luigi Fagioli e Rudolf Caracciola.
Após a Segunda Guerra Mundial, o local foi palco de corridas de moto, endurance, F3 e F2. Como boa parte dos melhores pilotos do mundo participou das provas, como Jim Clark, Jack Brabham, Denny Hulme, Graham Hill e Jackie Stewart, o circuito ganhou relevância internacional para sediar a F1.
Isso aconteceu a partir de 1969, quando a pista passou a se revezar com Jarama, em Madri, como sede do GP da Espanha. O traçado catalão era bastante elogiado pelos pilotos, mas, com o passar dos anos, começou a sofrer críticas por conta de sua estrutura deficiente – especialmente em seus guard-rails, que tinham problemas de fixação.
A questão chegou a níveis extremos na edição de 1975, com a resistência por parte de alguns pilotos, que, liderados por Emerson Fittipaldi (vencedor em 1973), ameaçaram não participar da prova. Mesmo assim, o GP foi realizado, embora um acidente trágico, protagonizado por Rolf Stommelen, que perdeu sua asa traseira e decolou para fora da pista, matou cinco torcedores, o que interrompeu a prova imediatamente e fez com que a F1 nunca mais voltasse ao local.
Quase duas décadas depois, a região voltou a ganhar destaque no cenário esportivo internacional, embora fosse por uma razão completamente diferente. O bairro de Montjuic foi o plano de fundo para a construção da Anella Olímpica, considerada entre as principais instalações para os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992. No local, situavam-se o Estádio Olímpico, o ginásio de esportes e o complexo de piscinas, entre outras estruturas.
Foi lá que a seleção brasileira de vôlei conquistou a primeira medalha de ouro em esportes coletivos para o país, quando o time, comandado por José Roberto Guimarães e estrelado por Marcelo Negrão, Maurício, Tande e Giovane, derrotou a seleção holandesa por 3 sets a 0.
Sochi, unindo o útil ao agradável
A prova ainda não entrou no calendário, mas tem planos para que dois grandes eventos de escala mundial tenham estruturas em comum. O GP da Rússia está confirmado para fazer sua estreia na F1 em 2014, na cidade Sóchi, no extremo oeste do país, no mesmo ano em que, no mês de fevereiro, receberá os Jogos Olímpicos de Inverno.
Projetada pelo arquiteto alemão Hermann Tilke, a pista, situada na costa do Mar Negro, deverá ter 5,9 km de extensão, utilizando parte das instalações montadas para a disputa na neve. O Parque Olímpico, onde haverá as cerimônias de encerramento e abertura, competições de hóquei, patinação artística e de velocidade, curling, entre outros, também abrigará os boxes do circuito de F1.
No entanto, as obras, avaliadas em mais de R$ 390 milhões, deverão ser concluídas somente após os Jogos – o asfalto será colocado depois do fim da competição, o que poderia atrasar a construção e adiar a prova da F1 para 2015.
Jacarepaguá está prestes a passar a integrar a lista
O tradicional autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, palco de dez GPs do Brasil nos anos 1980, deverá, nos próximos anos, participar das estatísticas de locais que receberam competições olímpicas e da F1.
Contudo, ao contrário do que se espera do exemplo de Sóchi, o circuito carioca deixará de existir para que seja construído o Parque Olímpico para os Jogos de 2016. No local, está prevista a realização das provas de hóquei na grama, tênis, ciclismo, saltos ornamentais, polo aquático, nado sincronizado, natação, ginástica artística, entre outras modalidades.
O autódromo de Jacarepaguá recebeu, em julho, as últimas provas de sua rica história, já que as primeiras obras para a construção do Parque Olímpico foram iniciadas no início do mês. Todavia, o governo prometeu a criação de um novo circuito, no bairro de Deodoro, para compensar a destruição da pista de Jacarepaguá.
Por isso, não é tão raro encontrar exemplos ao longo da história de instalações que, em momentos diferentes, receberam duas das mais importantes competições do esporte mundial.
Uma delas ainda está presente no atual calendário da F1. No final dos anos 1970, embalada pelo fenômeno Gilles Villeneuve nas pistas, a cidade canadense de Montreal, em Quebec (região francófona do país, tal como o piloto), mostrou interesse em montar um circuito para receber a categoria de forma definitiva a partir de 1978. A fim de economizar gastos, a sede escolhida foi a ilha de Notre Dame, situada às margens do rio São Lourenço, em vez de haver a construção de uma pista a partir do zero.
O local, artificialmente criado para receber a Expo 67, na década anterior, foi reformado para que fossem realizadas as Olimpíadas de 1976, nas modalidades de remo e canoagem, sendo que a raia olímpica ficava próxima do atual paddock da F1.
Ao longo dos anos, o circuito Gilles Villeneuve passou por pequenas reformas e adequações, como, por exemplo, a alteração do local da reta dos boxes e de largada, em 1988. Assim, com suas características únicas, a pista tem lugar garantido no Mundial e proporciona uma das corridas preferidas de pilotos e chefes de equipe.
Montjuic: de Emerson Fittipaldi a Marcelo Negrão
Situado na montanha de Montjuic, o circuito homônimo teve passagem breve pela categoria, nas décadas de 1960 e 1970, mas, nem por isso, deixou de fazer história. Com 3,791 km de extensão, a pista já recebia os GPs pré-F1 nos anos 1930, ganhando destaque pela participação de nomes como Tazio Nuvolari, Luigi Fagioli e Rudolf Caracciola.
Após a Segunda Guerra Mundial, o local foi palco de corridas de moto, endurance, F3 e F2. Como boa parte dos melhores pilotos do mundo participou das provas, como Jim Clark, Jack Brabham, Denny Hulme, Graham Hill e Jackie Stewart, o circuito ganhou relevância internacional para sediar a F1.
Isso aconteceu a partir de 1969, quando a pista passou a se revezar com Jarama, em Madri, como sede do GP da Espanha. O traçado catalão era bastante elogiado pelos pilotos, mas, com o passar dos anos, começou a sofrer críticas por conta de sua estrutura deficiente – especialmente em seus guard-rails, que tinham problemas de fixação.
A questão chegou a níveis extremos na edição de 1975, com a resistência por parte de alguns pilotos, que, liderados por Emerson Fittipaldi (vencedor em 1973), ameaçaram não participar da prova. Mesmo assim, o GP foi realizado, embora um acidente trágico, protagonizado por Rolf Stommelen, que perdeu sua asa traseira e decolou para fora da pista, matou cinco torcedores, o que interrompeu a prova imediatamente e fez com que a F1 nunca mais voltasse ao local.
Quase duas décadas depois, a região voltou a ganhar destaque no cenário esportivo internacional, embora fosse por uma razão completamente diferente. O bairro de Montjuic foi o plano de fundo para a construção da Anella Olímpica, considerada entre as principais instalações para os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992. No local, situavam-se o Estádio Olímpico, o ginásio de esportes e o complexo de piscinas, entre outras estruturas.
Foi lá que a seleção brasileira de vôlei conquistou a primeira medalha de ouro em esportes coletivos para o país, quando o time, comandado por José Roberto Guimarães e estrelado por Marcelo Negrão, Maurício, Tande e Giovane, derrotou a seleção holandesa por 3 sets a 0.
Sochi, unindo o útil ao agradável
A prova ainda não entrou no calendário, mas tem planos para que dois grandes eventos de escala mundial tenham estruturas em comum. O GP da Rússia está confirmado para fazer sua estreia na F1 em 2014, na cidade Sóchi, no extremo oeste do país, no mesmo ano em que, no mês de fevereiro, receberá os Jogos Olímpicos de Inverno.
Projetada pelo arquiteto alemão Hermann Tilke, a pista, situada na costa do Mar Negro, deverá ter 5,9 km de extensão, utilizando parte das instalações montadas para a disputa na neve. O Parque Olímpico, onde haverá as cerimônias de encerramento e abertura, competições de hóquei, patinação artística e de velocidade, curling, entre outros, também abrigará os boxes do circuito de F1.
No entanto, as obras, avaliadas em mais de R$ 390 milhões, deverão ser concluídas somente após os Jogos – o asfalto será colocado depois do fim da competição, o que poderia atrasar a construção e adiar a prova da F1 para 2015.
Jacarepaguá está prestes a passar a integrar a lista
O tradicional autódromo de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, palco de dez GPs do Brasil nos anos 1980, deverá, nos próximos anos, participar das estatísticas de locais que receberam competições olímpicas e da F1.
Contudo, ao contrário do que se espera do exemplo de Sóchi, o circuito carioca deixará de existir para que seja construído o Parque Olímpico para os Jogos de 2016. No local, está prevista a realização das provas de hóquei na grama, tênis, ciclismo, saltos ornamentais, polo aquático, nado sincronizado, natação, ginástica artística, entre outras modalidades.
O autódromo de Jacarepaguá recebeu, em julho, as últimas provas de sua rica história, já que as primeiras obras para a construção do Parque Olímpico foram iniciadas no início do mês. Todavia, o governo prometeu a criação de um novo circuito, no bairro de Deodoro, para compensar a destruição da pista de Jacarepaguá.
Fonte: Tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br
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