Fotos: Divulgação
Honda aposta no preço da CRF 150F para atrair uma nova geração de pilotos off-road
O motociclismo off-road é um esporte curioso. Apesar de requerer
investimentos obviamente maiores que modalidades “normais”, como tênis
ou montanhismo, é dos mais baratos esportes a motor. A pista, por
exemplo, é simples. Não é preciso mais que um barranco lotado de lama. E
a moto também não é das mais caras. No caso da Honda, a nova CRF 150F
ainda tem as vantagens de ser produzida em Manaus – a que a deixa livre
do novo IPI para duas rodas – e compartilhar o motor e outros
componentes com a CG Titan 150. Ao preço de R$ 8.690, ela tem a função
de ser a nova porta de entrada para o mundo off-road.
Evidentemente que, para um veículo que só se presta ao lazer e, no
máximo, para uso em fazenda – já que não pode ser emplacado e rodar nas
ruas – não chega a ser baratinho. Mas não é nada proibitivo. A própria
linha de off-roads da Honda mostra a boa aceitação do mercado para esse
tipo de modelo. Lançada há quase dois meses, a CRF 150F acumula quase
300 vendas mensais. A CRF 230F, ligeiramente maior e já estabelecida,
consegue somar mais de 800 por mês.
E a diferença das duas é exatamente a aplicação. Como o próprio nome já
diz, a 150F é menor e consequentemente mais leve. Traz um motor de 149,2
cc, quatro tempos com comando simples no cabeçote. Ele é capaz de
render 14 cv a 8.500 rpm e 1,33 kgfm a 6.500 giros. Apesar de ter
exatamente a mesma calibração da CG 150 Titan, a CRF 150F se vale do seu
baixíssimo peso. São apenas 101 kg, quase 20 kg a menos que a CG. A
transmissão também é a tradicional: manual de cinco marchas, mas com
relações curtas.
Isso é fruto principalmente da falta de requinte que um modelo de
off-road apresenta. Não há nenhum luxo na 150F. O tanque de combustível é
pequeno, com apenas 7,2 litros, o banco tem espuma fina, não há painel
de instrumentos e nem setas de direção. Não há nem mesmo faróis e
lanternas. O que chega a limitar o seu uso, já que não dá para enfrentar
uma trilha ou fazer um passeio noturno – a CRF 230F tem maior alcance
pois conta com farol na frente, por exemplo.
O resto da estrutura é toda voltada para a melhor absorção dos impactos –
algo essencial nas trilhas. A suspensão dianteira tem garfo telescópico
de 230 mm, enquanto a de trás é feita com braço oscilante de 227 mm de
curso. A distância ao solo é de 257 mm, o que permite superar alguns
obstáculos de forma mais eficiente, enquanto os pneus são feitos
especialmente para o fora-de-estrada.
Dessa maneira, a CRF 150F é posicionada como uma moto para iniciantes no
off-road. É leve e fácil de ser manuseada, além de apresentar boa
relação peso/potência. Dentro da linha da Honda, a concorrência é com a
própria CRF 230F, cerca de R$ 2 mil mais cara. Na Yamaha, que tem maior
variedade de modelos, a que mais se aproxima é a XTZ 125 E. ela custa R$
8.200, é mais leve, mas menos potente.
Primeiras impressões
Aula prática
por Eduardo Rocha
Auto Press
O que mais impressiona na CRF 150F não é a incrível facilidade de
manuseio e controle. Nem o torque sempre disponível, já que as relações
de marcha são drasticamente encurtadas pela troca de coroa e pinhão. O
que mais chama a atenção na moto off-road da Honda é a didática. Ela
induz o piloto a fazer a coisa certa. As quedas, é claro, fazem parte do
jogo do fora-de-estrada. Mas é preciso insistir muito no erro para ser
derrubado pela CRF.
Essa característica vai ao encontro da ideia da Honda, de utilizar o
modelo para introduzir jovens motociclistas no universo off-road. O
tamanho poderia ser classificado como entre P e M e é adequado para quem
tem no máximo até 1,70 m. Isso torna a CRF indicada também para
mulheres – inclusive pelo baixíssimo peso, de 101 kg a seco.
Nas manobras propostas pela Honda, nas trilhas no entorno do Centro de
Educação de Trânsito da Honda, em Indaiatuba, a CRF enfrentou subidas
íngrimes, voçorocas, costelas, troncos e trilhas apertadas no meio do
mato. Nessa condições, o marcha não passava de terceira, mas como a
velocidade nas manobras é muito baixa, ficava a maior parte do tempo em
primeira mesmo. Ali, mesmo quando se contrariava a grande máxima do
off-road – “na dúvida, acelera” –, era fácil recuperar o equilíbrio com
um simples toque no chão. Definitivamente, a CRF 150F é um brinquedo e
tanto.
Ficha técnica
Honda CRF 150F
Motor: A gasolina, quatro tempos, monocilíndrico, 149,2 cm³, comando simples no cabeçote, arrefecimento a ar e injeção eletrônica.
Câmbio: Manual de cinco marchas.
Potência máxima: 14 cv a 8.500 rpm.
Torque máximo: 1,33 kgfm a 6.500 rpm
Diâmetro e curso: 57,3 mm x 57,8 mm.
Taxa de compressão: 9,5:1
Suspensão: Dianteira garfo telescópico com 230 mm de curso. Traseira com braço oscilante com 227 mm de curso.
Pneus: 70/100 R19 na frente e 90/100 R16 atrás.
Freios: A disco com 240 mm de diâmetro na frente e a tambor com 110 mm de diâmetro atrás.
Dimensões: 1.94 metros de comprimento total, 0,78 m de
largura, 1,11 m de altura, 1,32 m de distância entre-eixos e 0,82 m de
altura do assento.
Peso: 101 kg.
Tanque do combustível: 7,2 litros.
Produção: Manaus, Amazonas.
Lançamento no Brasil: Abril de 2012.
Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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