19 de jun. de 2012

Teste: Honda CRF 150F é acesso fácil para a lama

Fotos: Divulgação
Teste: Honda CRF 150F é acesso fácil para a lama Honda aposta no preço da CRF 150F para atrair uma nova geração de pilotos off-road

O motociclismo off-road é um esporte curioso. Apesar de requerer investimentos obviamente maiores que modalidades “normais”, como tênis ou montanhismo, é dos mais baratos esportes a motor. A pista, por exemplo, é simples. Não é preciso mais que um barranco lotado de lama. E a moto também não é das mais caras. No caso da Honda, a nova CRF 150F ainda tem as vantagens de ser produzida em Manaus – a que a deixa livre do novo IPI para duas rodas –  e compartilhar o motor e outros componentes com a CG Titan 150. Ao preço de R$ 8.690, ela tem a função de ser a nova porta de entrada para o mundo off-road.


Evidentemente que, para um veículo que só se presta ao lazer e, no máximo, para uso em fazenda – já que não pode ser emplacado e rodar nas ruas – não chega a ser baratinho. Mas não é nada proibitivo. A própria linha de off-roads da Honda mostra a boa aceitação do mercado para esse tipo de modelo. Lançada há quase dois meses, a CRF 150F acumula quase 300 vendas mensais. A CRF 230F, ligeiramente maior e já estabelecida, consegue somar mais de 800 por mês.



E a diferença das duas é exatamente a aplicação. Como o próprio nome já diz, a 150F é menor e consequentemente mais leve. Traz um motor de 149,2 cc, quatro tempos com comando simples no cabeçote. Ele é capaz de render 14 cv a 8.500 rpm e 1,33 kgfm a 6.500 giros. Apesar de ter exatamente a mesma calibração da CG 150 Titan, a CRF 150F se vale do seu baixíssimo peso. São apenas 101 kg, quase 20 kg a menos que a CG. A transmissão também é a tradicional: manual de cinco marchas, mas com relações curtas.

Isso é fruto principalmente da falta de requinte que um modelo de off-road apresenta. Não há nenhum luxo na 150F. O tanque de combustível é pequeno, com apenas 7,2 litros, o banco tem espuma fina, não há painel de instrumentos e nem setas de direção. Não há nem mesmo faróis e lanternas. O que chega a limitar o seu uso, já que não dá para enfrentar uma trilha ou fazer um passeio noturno – a CRF 230F tem maior alcance pois conta com farol na frente, por exemplo.



O resto da estrutura é toda voltada para a melhor absorção dos impactos – algo essencial nas trilhas. A suspensão dianteira tem garfo telescópico de 230 mm, enquanto a de trás é feita com braço oscilante de 227 mm de curso. A distância ao solo é de 257 mm, o que permite superar alguns obstáculos de forma mais eficiente, enquanto os pneus são feitos especialmente para o fora-de-estrada.

Dessa maneira, a CRF 150F é posicionada como uma moto para iniciantes no off-road. É leve e fácil de ser manuseada, além de apresentar boa relação peso/potência. Dentro da linha da Honda, a concorrência é com a própria CRF 230F, cerca de R$ 2 mil mais cara. Na Yamaha, que tem maior variedade de modelos, a que mais se aproxima é a XTZ 125 E. ela custa R$ 8.200, é mais leve, mas menos potente.



Primeiras impressões

Aula prática

por Eduardo Rocha
Auto Press


O que mais impressiona na CRF 150F não é a incrível facilidade de manuseio e controle. Nem o torque sempre disponível, já que as relações de marcha são drasticamente encurtadas pela troca de coroa e pinhão. O que mais chama a atenção na moto off-road da Honda é a didática. Ela induz o piloto a fazer a coisa certa. As quedas, é claro, fazem parte do jogo do fora-de-estrada. Mas é preciso insistir muito no erro para ser derrubado pela CRF.

Essa característica vai ao encontro da ideia da Honda, de utilizar o modelo para introduzir jovens motociclistas no universo off-road. O tamanho poderia ser classificado como entre P e M e é adequado para quem tem no máximo até 1,70 m. Isso torna a CRF indicada também para mulheres – inclusive pelo baixíssimo peso, de 101 kg a seco.

Nas manobras propostas pela Honda, nas trilhas no entorno do Centro de Educação de Trânsito da Honda, em Indaiatuba, a CRF enfrentou subidas íngrimes, voçorocas, costelas, troncos e trilhas apertadas no meio do mato. Nessa condições, o marcha não passava de terceira, mas como a velocidade nas manobras é muito baixa,  ficava a maior parte do tempo em primeira mesmo. Ali, mesmo quando se contrariava a grande máxima do off-road – “na dúvida, acelera” –, era fácil recuperar o equilíbrio com um simples toque no chão. Definitivamente, a CRF 150F é um brinquedo e tanto.



Ficha técnica

Honda CRF 150F

Motor: A gasolina, quatro tempos, monocilíndrico, 149,2 cm³, comando simples no cabeçote, arrefecimento a ar e injeção eletrônica.
Câmbio: Manual de cinco marchas.
Potência máxima: 14 cv a 8.500 rpm.
Torque máximo: 1,33 kgfm a 6.500 rpm
Diâmetro e curso: 57,3 mm x 57,8 mm.
Taxa de compressão: 9,5:1
Suspensão: Dianteira garfo telescópico com 230 mm de curso. Traseira com braço oscilante com 227 mm de curso.
Pneus: 70/100 R19 na frente e 90/100 R16 atrás.
Freios: A disco com 240 mm de diâmetro na frente e a tambor com 110 mm de diâmetro atrás.
Dimensões: 1.94 metros de comprimento total, 0,78 m de largura, 1,11 m de altura, 1,32 m de distância entre-eixos e 0,82 m de altura do assento.
Peso: 101 kg.
Tanque do combustível: 7,2 litros.
Produção: Manaus, Amazonas.
Lançamento no Brasil: Abril de 2012.



Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
Comente está postagem.

Nenhum comentário: