21 de mar. de 2012

Teste: Ducati Diavel é como o diabo gosta

 Fotos: Divulgação
Teste: Ducati Diavel é como o diabo gosta
Diavel mostra em teste na Itália porque é uma das motos mais exclusivas da Ducati


Aqueles que gostam de motocicletas e que acompanham os lançamentos da indústria estão habituados a ver todos os tipos de motos que ganham as manchetes com formas e conteúdos mais diferentes. Isso significa que, por um lado, há cada vez menos novidades legítimas. Por outro, quem ganha ao se diferenciar dos demais consegue muita visibilidade e se destaca por até mais que uma década.
Para tentar se diferenciar do bolo, a Ducati foi ao zero. Criou um modelo que alia conforto, desempenho e estética agressiva, tudo com base na sua tradição em corridas e com o uso dos melhores atributos eletrônicos. E, para garantir, fez até um "pacto com o diabo". Assim surgiu a Diavel – que significa diabo em dialeto bolonhês –, em 2010, e que chegou ao Brasil no ano seguinte. Agora, vendida por R$ 75.900, é uma das motos mais caras e exclusivas da marca italiana no Brasil.

Apesar de o projeto da moto ser todo novo, no motor, a Ducati resolveu usar o que já tinha. O que não é algo ruim. O escolhido foi o Testastreetta 11º, já empregado em outros modelos da fabricante. Com 1.198 cc, ele gera 162 cv a 9.500 rpm e transmite um torque de 13,0 kgfm a 8 mil rotações. Números que já são excelentes, mas quando aliados a um design que a deixa parecida com uma moto de um fisiculturista, deixam tudo mais divertido. O conjunto consegue levar a Diavel a 100 km/h em 3,1 segundos e superar os 250 km/h com facilidade.



Tanta força é gerida por um sistema eletrônico chamado de Riding Mode, que traz predefinições de situações específicas. Se a opção do piloto for por um comportamento mais suave, sem tantos trancos ou sustos, o modo Urban limita a potência a 100 cv. O Turismo libera os 162 cv, mas com restrições nos comandos eletrônicos. Só na modalidade Sport que a Diavel mostra toda a sua ferocidade.

Para "permitir" que a Diavel tivesse a aparência musculosa e um motor de primeira linha, a Ducati teve de aplicar nela uma ciclística de qualidade, especialmente nos freios. Para ser capaz de resistir às forças de torção, a solução tradicional da marca foi adotada, com um quadro de treliça. A suspensão dianteira é feita pela Marzoochi, com curso de 50 mm, enquanto a traseira é da Sachs. Ambas são totalmente ajustáveis.



O sistema de frenagem também é dos melhores. Não que a moto seja pesada – são 210 kg –, mas o desempenho pede isso. Assim, na dianteira os discos tem 320 mm com pinça de quatro pistões. Já na traseira, os discos têm 265 mm e pinça de dois pistões. Todos são fabricados pela também italiana Brembo. Os pneus da Pirelli foram especialmente desenvolvidos para o modelo para aliar o máximo de desempenho e durabilidade.

Como toda moto moderna hoje em dia, a Diavel é lotada de eletrônica. Além do Riding Mode, ela tem ABS, controle de tração – que pode se manter no automático, ser ajustado manualmente ou completamente desligado – e um futurista painel de instrumentos com visor de cristal líquido colorido.



Primeiras Impressões
Pacto com o demo

por Carlo Valente
do InfoMotori.com/Itália
exclusivo para Auto Press


Definitivamente, a Diavel não pode ser julgada a partir de uma foto. Afinal, o aspecto "bombado" pode levar a acreditar que ela é uma moto pesada, sem muitas virtudes dinâmicas. Mas é impressionante o que acontece quando se põe em movimento.

No modo Urban, na cidade, a Diavel se mostra uma moto até dócil e com porte e agilidade suficientes para passar entre os carros e seguir às outras motocicletas. Ao sair do ambiente citadino e ativar o modo Turismo, a Diavel se transforma. Facilmente se percebe a mudança de potência, com a Ducati bem mais agressiva.

Ao percorrer as estradas ao redor de Roma, é possível também desfrutar de um assento  confortável e de uma boa proteção contra o vento até cerca de 130 km/h. Acima disso, a situação fica mais incômoda. Mas é quando uma estrada sinuosa aparece na frente da Diavel que ela mostra as suas principais qualidades. Riding Mode no modo Sport e ela fica ainda mais rápida. A aceleração é impressionante. Ao chegar na primeira curva, os pneus grudam no chão e fazem que a Diavel troque de direção com muita facilidade.

Além de tudo, a Diavel não chega a ser desconfortável. A posição de pilotar elevada, sem fazer muito peso nos braços agrada e deixa a viagem ainda mais divertida. Os sistemas eletrônicos são rigorosamente calibrados e ajudam quando o piloto comete algum erro. As falhas da moto são ínfimas. O mostrador não traz o nível de combustível e não há lugar para colocar bagagens pequenas – falta grave para uma moto que é feita para a estrada, e não para as pistas. Entretanto, nada tira a grande competência e enorme diversão que a Diavel proporciona.



Ficha técnica

Ducati Diavel

Motor: A gasolina, quatro tempos, 1.198 cm³, dois cilindros em L, quatro válvulas por cilindro, acionamento desmodrômico de válvulas. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por corrente.
Potência máxima: 162 cv a 9.500 rpm.
Torque máximo: 13,0 kgfm a 9.500 rpm
Diâmetro e curso: 106 mm X 67,9 mm.
Taxa de compressão: 11,5:1
Suspensão: Dianteira invertida de 50 mm totalmente ajustável. Traseira com balança monobraço com amortecedor totalmente ajustável com curso de 120 mm.
Pneus: 120/70 R17 na frente e 240/45 R17 atrás.
Freios: Disco duplo semi-flutuante de 320 mm na frente e disco simples de 245 mm atrás. Oferece ABS de série
Dimensões: 2,26 metros de comprimento total, 0,96 m de largura, 1,25 m de altura, 1,58 m de distância entre-eixos e 0,77 m de altura do assento.
Peso: 210 kg.
Tanque do combustível: 17 litros.
Produção: Bolonha, Itália.
Lançamento mundial: 2010.
Lançamento no Brasil: 2011.
Preço na Itália: 16.990 euros, ou R$ 40 mil.
Preço no Brasil: R$ 75.900


Fonte:motordream.
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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