Mesmo quem ama de paixão os muscles clássicos da Dodge – e são muitos – deve se assustar com o valor do anúncio deste Charger. Mas se você mantiver a calma e mergulhar nos detalhes, vai ver que há algumas justificativas para isso.
Este exemplar americano foi fabricado em 1969, e não tem muito a ver com o Charger produzido no Brasil – que era na verdade uma variação mais esportiva e luxuosa do Dart cupê. Naquele ano, o carro já vivia sua segunda geração, com direito a um recém-incorporado facelift que, entre outras coisas, dividiu a grade dianteira em duas partes.
O sorrisinho sinistro com faróis cobertos por telas retráteis permanece, assim como a ausência de coluna central e as bojudas formas da carroceria, que lembram uma garrafa de Coca-Cola na metade posterior.
A sigla SE (Special Edition) também teve outro significado nos EUA: enquanto por aqui o Charger SE era uma versão mais despojada, lá ela designava um acabamento mais esmerado, com o uso de madeira no painel e no volante e bancos esportivos de couro no interior.
O grande diferencial desta unidade com 70 mil km rodados está na restauração completa e impecável feita lá no norte da América, um par de anos atrás. Foram utilizadas apenas peças originais e zeradas, bem mais fáceis de se encontrar por aquelas bandas. A restauração seguiu o padrão standard dos carros saídos de fábrica – o responsável pelo anúncio explica que qualquer preparação poderia inviabilizar o processo de importação.
Debaixo do capô temos um V8 big block da série B com 383 polegadas cúbicas de deslocamento (6,2 litros), carburação dupla, mais de 300 cavalos e generosos 39,7 kgfm de torque a 2.800 rpm. São quatro marchas automáticas, com acionamento por alavanca na coluna de direção.
O carro está legalizado com placa preta, e foi importado há poucos meses pela Motorsport Mania, uma empresa especialista nesse tipo de encomenda. Já o anúncio nós vimos no Autos Especiais, um dos novos sites de classificados específicos para veículos de coleção e preparados.
Mesmo negociáveis, os 215 mil reais da primeira pedida assustam qualquer um. Ponha na conta a raridade, a imagem de ícone – alguém aí falou em Bullit? – e a valorização que só deve aumentar com o passar dos anos… com tudo isso, ainda dói no bolso só de pensar a respeito. Devo ser muito pobre.
Resolvi dar uma pesquisada comparativa e encontrei um seminovo Charger SRT 8 por quase o mesmo preço, 219 mil reais. Perde feio em carisma, história, design e valorização, mas ganha em desempenho, segurança e tecnologia. Se tivesse que escolher entre os dois, qual seria sua opção?
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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