24 de jun. de 2011

Fangio: o mito argentino das pitas

Automobilista pentacampeão da Fórmula 1 completaria 100 anos nesta sexta-feira (24)

Diogo de Oliveira
Os pilotos de competição, Juan Manuel Fangio, e Jean Behra, recebendo o prêmio pelas 12 horas de Sebring (EUA),em 24/03/1957. Ao lado, Fangio em Roma, Itália. Fotos: Acervo Autoesporte/Intercontinentale/Ed. GloboAssim como o Brasil, a Argentina é um país imerso no futebol. O histórico de craques “hermanos” nos gramados é vasto, assim como o brasileiro. Mas os vizinhos também possuem outro ícone, que passeava nas pistas de corrida. Juan Manuel Fangio, nascido em 24 de junho de 1911, na cidade de Balcarce, próxima à capital Buenos Aires, era um “monstro comedor de asfalto”. O automobilista – que completaria 100 anos nesta sexta-feira (24) – era chamado pelos compatriotas de “El Maestro”. Sua arte na condução dos monopostos de competição impressionava. Assim Fangio fez fama na Fórmula 1.

Fangio, à esquerda, e Eugen Bohringe conversando em Córdoba (ARG). Foto: Acervo Autoesporte/Ed. Globo
O piloto argentino foi cinco vezes campeão da principal categoria do automobilismo mundial – Fangio até hoje é um dos maiores nomes da Fórmula 1. Seu primeiro campeonato foi conquistado em 1951, pela equipe Alfa Romeo, mesma escuderia que promoveu sua estreia na categoria um ano antes (1950).

Mas a época de ouro do automobilista viria dois anos depois. Entre os anos de 54 e 57, Fangio reinou absoluto. Foi campeão das quatro temporadas, feito que fez do piloto um mito da F1. Em 54 e 55 correu pela Maserati, no ano seguinte voou pela Ferrari e depois voltou à Maserati.

Ao todo, Juan Manuel Fangio disputou 51 grandes prêmios de Fórmula 1. O fenômeno argentino somou 24 vitórias, 29 pole positions e 23 voltas mais rápidas (recordes) – sem falar nos dois vice-campeonatos, na estreia (1950) e em 1953.

Também chamado pelos argentinos de “El Chueco” (O Manco), por ter as pernas arqueadas, Juan Manuel Fangio se aposentou precocemente em 1958, após o pentacampeonato e os quatro títulos seguidos.

O automobilista justificou sua saída da categoria quando percebeu que o negócio (que já envolvia milhões e milhões de dólares) havia sobreposto a competição em si.


Louis Chiron, piloto com o automóvel Bugatti de 2,3 litros, de 1930, com partida á manivela, e Juan Manuel Fangio em um automóvel Mercedes -Benz, de 1956. Imagem produzida antes do Grande Prêmio de Mônaco, no qual houve um desfile de pilotos campeões e automóveis de competição antigos. Monte Carlo - Monaco - 30/5/1965. Foto: Acervo Editora Globo / Editora Globo.
Em entrevista a jornalistas anos depois, Fangio contou quando decidiu largar as pistas. Nos treinos para o Grande Prêmio da França de 1959, disputado em Reims, o argentino sentiu certa instabilidade no carro após algumas voltas – o que causou estranheza, pois uma das características marcantes do carro da Maserati era justamente a estabilidade.

Então, ao questionar o diretor da escuderia nos boxes, soube que tinham trocado os amortecedores pelos de outro fornecedor que aplicou dinheiro na equipe. Foi o bastante para o piloto, que faleceu em 17 de julho de 1995, aos 85 anos, em Buenos Aires.

Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com

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