15 de abr. de 2011

Micro-impressões ao dirigir: BMW 600



A idéia de economia, automóveis híbridos e sustentabilidade hoje se tornou quase uma obsessão para fabricantes, governos e até mesmo alguns (poucos, ainda) compradores. Mas os primeiros passos nessa direção foram dados mais de cinqüenta anos atrás.
Pesquisando na história automotiva podemos encontrar vários microcarros que tiveram espaço nas ruas e despertaram interesse no público.
O mais famoso deles talvez seja o Mini Cooper. Ele chega a ser maior que outros modelos do gênero, mas comparado a um automóvel pequeno de hoje podemos notar grandes diferenças, principalmente se a referência for o Mini atual – que por sinal hoje é fabricado pela própria BMW.
O BMW 600 que mostramos aqui é ainda menor. A história começou quando recebi um e-mail do colecionador Marcos Valente, dono do clássico. Ele havia acabado de restaurar um exemplar ano 1958 e me convidou para dar uma volta. Não poderia perder a oportunidade, já que existem apenas sete unidades no Brasl.

(O Youtube está com defeito desde ontem. Se o vídeo não funcionar clique aqui)
Chegando ao local pude reparar o quanto ele é pequeno. São exatos 2,90 m de comprimento e 1,40 m de largura. Deve ser do tamanho de uma mesa de jantar. Curiosamente ele fica estacionado na vaga de motos do prédio – e uma Honda ao seu lado deu a idéia da proporção.
O 600 Limousine foi produzido de 1957 a 1959. Pequeno, barato e econômico, naquela época seu alvo comercial era o Fusca. No tanque com capacidade para 22 litros só entra gasolina Podium, e dessa forma ele faz inacreditáveis 25 km/L.
O nome dessa versão não foi uma brincadeira da marca, mas um jeito de diferenciá-lo do BMW Isetta, bem menor e que levava duas pessoas. Esse leva quatro com folga. Tanto que até sentei no banco traseiro para tirar a prova. E tem mais: deve ser mais espaçoso do que o meu Peugeot 206.
Para entrar no carro basta abrir a porta frontal de geladeira. Isso mesmo, a fabricante italiana Iso tinha uma divisão de refrigeradores e pensou em colocar algo da linha no seu veículo de produção em massa. Porém esse fato deu um charme todo especial aos veículos, tanto da BMW quanto da Romi, que produziu o pequeno nacional em Santa Bárbara D`oeste.

Um fato curioso é a coluna de direção que se movimenta juntamente com a porta. A sua estrutura é composta por peças idênticas a eixos cardã. Engenharia pura. O painel traz somente o essencial e o velocímetro – bastante otimista – marca até os 120 km/h.
Ele pegou de primeira e o ronco do saudável motor boxer de 2 cilindros, com 582 cm³ de cilindrada tomou conta do ambiente. Um fato que vale a pena destacar é que o pequeno alemão usa um raríssimo carburador Zenith. Originalidade máxima. O bloco foi herdado da clássica moto R67.
A transmissão é de quatro velocidades, e na época a BMW disponibilizava uma segunda caixa semi-automática Saxomat como opcional. Subimos a rampa em segunda e ganhamos a rua. Posso dizer sem medo de errar que o 600 chama tanta atenção quanto aquela Ferrari vermelha que dirigi no mês passado. As crianças abanam a mão euforicamente, provavelmente pensando que é uma espécie de Kinder ovo com rodas.
E o motorzinho é valente. Os 19,5 cv dão conta do recado com sobra. Subidas, descidas e curvas são contornadas com rapidez. Os pneus de 10 polegadas originais são feitos em Portugal e sofrem um pouco com nosso asfalto “quase” sem buracos.
Dirigi-lo foi uma oportunidade divertida. Demorei alguns metros pra pegar o jeito, mas é como voltar muitos anos no tempo. E fica a idéia de racionalidade no ar. Talvez com milhares de carrinhos como esse ao invés de SUVs tivéssemos um trânsito menos congestionado. Mais divertido certamente ele seria.
Este BMW 600 foi inteiramente restaurado pela Virtual Veículos, de Porto Alegre (www.virtualauto.com.br). 
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

Um comentário:

Unknown disse...

Este BMW 600 foi inteiramente restaurado pela Virtual Veículos, de Porto Alegre (www.virtualauto.com.br). Agradeceríamos os créditos e estamos ao seu dispor.