Buick GSX
Para combinar com o gosto de camisas (e possíveis drogas) de seus compradores, o GSX estava disponível apenas em Branco Apolo ou Amarelo Saturno. Qualquer que fosse a sua escolha, ele teria enormes faixas pretas ao longo do capô. Você também encontraria um contagiros da Pontiac no capô. Sério – danem-se os atuais “head up displays”, apenas vá lá fora e parafuse os instrumentos no capô. Ainda é incrível 40 anos depois.
Equipado corretamente com o gigantesco V8 455 (7,5 litros) e uma caixa Hurst de quatro marchas, o GSX tinha o ronco que qualquer bastardo dos anos 70 que se preze precisava. Os dados de potência são meramente ilustrativos e confusos. Oficialmente a fábrica dizia 360 cv a 4.200 rpm. Sem dúvida isso era verdadeiro, mas e se o motor girasse a 5.200 rpm? Ao menos 400 cv, se não mais (415 a 425 cv). A GM ocultou os números porque na época as seguradoras (sempre elas…) cobravam franquias absurdas baseadas na potência do carro. O drible da fábrica ajudou os consumidores a não precisarem pagar franquias mais caras que o próprio carro. Por sorte as seguradoras não davam bola para o torque, nem para a dificuldade de domar 70 kgfm dos bons a 2.800 rpm.
O GSX ainda tinha vários outros aprimoramentos além do motor monstruoso. Eles incluiam comandos mais nervosos, válvulas maiores (que realmente faziam a diferença em alto giro), diferencial Positraction, molas mais rígidas e carburador revisado. As transmissões também foram alteradas. O melhor era que o 455 da Buick tinha um projeto inteligente, e acabou 68 quilos mais leve que seus irmãos de outras subsidiárias da GM. Preocupado com o peso do carro? Por que se importar?
Toda essa fúria acabou proclamada pela revista Motor Trend como “o carro americano feito em série mais rápido que já testamos”. Além de fazer o quarto-de-milha em 13,38 segundos (meio segundo abaixo de qualquer outro), sua aceleração de zero a 100 km/h em 5,8 segundos é praticamente inacreditável. Mas o carro testado pela Motor Trend certamente era preparado para os testes, artifício muito utilizado pela GM na época (tal como tem feito a Ferrari ultimamente). Ainda assim, 13,8 segundos na reta de arrancada e cerca de 6,5 segundos para chegar aos 100 km/h não soam nada mal.
Mas muito mais que o desempenho (e o som do motor), nós simplesmente adoramos o visual do Buick GSX. Em Amarelo Saturno, é claro.
Chevrolet Chevelle 454 SS
Como qualquer outro carro aqui, o ano-modelo 1970 viu pela primeira vez um motor com mais de 400 pol³ (6,5 litros) em seu cofre. Para resumir a longa história, o motor LS6 do SS tinha taxa de compressão mais elevada (11,25:1) que o LS5 454 (7,4 litros) comum, dando ao Chevelle do topo da linha a potência oficial mais alta já vista em um muscle car original de fábrica: 450 cv de big block e 67 kgfm de torque, combinação que só foi superada por um Chevrolet quando o Corvete C6 Z06 foi lançado (embora o Corvette L88 tenha em torno de 550 cv, a fábrica declarou somente 430 cv). Se é um número impressionante ainda em 2011, em 1970 era algo avassalador. A revista Car Craft levou o SS ao quarto-de-milha e cobriu a reta em 13,12 segundos a 172 km/h. Então vamos apenas idolatrar um vermelho com listras pretas.
Oldsmobile 442 W-30
O Olds 442 veio ao mundo em 1964 como uma resposta rápida ao inesperado sucesso tempestuoso do Pontiac Tempest GTO de John Delorean. O nome técnico para o pacote opcional de 285 dólares do Cutlass era “B09 Police Apprehender”, embora ninguém jamais tenha chamado esse carro de outro nome além de 4-4-2. O apelido referia-se ao carburador de corpo quádruplo, quatro marchas e dois canos de escape. E embora o 442 tenha sido lançado com um motor de 330 pol³ (5,4 litros), o Olds 1970 ganhou um motor de 455 pol³ (7,5 litros).
Oficialmente o maior V8 que a Oldsmobile já havia instalado em um carro produzia 365 cv. Obviamente isso não era suficiente, por isso um pacote opcional foi criado – chamado W-30 – que oferecia mais… 5 cv. Na verdade, os dois motores geravam mais de 400 cv, com o W-30 certamente chegando à casa dos 420 cv antes do flutuamento das válvulas. Torque? Em ambos 67 kgfm de força bruta.
É claro que o W-30 era o único modelo certo. Além da potência extra – obtida com um comando mais nervoso, escape aberto e indução de ar forçada pelos scoops funcionais no capô – o W-30 ainda tinha peso reduzido pelo uso de capô de fibra de vidro, interior dos para-lamas feito em plástico e menos material de isolamento acústico.
Isso adicionou ao muscle a leveza que ajudou o 442 W-30 a chegar aos 100 km/h em seis segundos e cruzar a marca dos 402 metros em 14,2 segundos a 160 km/h. E veja que interessante: esses números são idênticos ao de um WRX atual, embora o 442 seja mais lento ao final do quarto-de-milha. Esse desempenho é razoável ainda hoje e era incrível na época em que seu pai tentava pegar a sua mãe. E quer saber mais? Poderia ser um conversível, não?
Pontiac GTO 455 Judge
E finalmente chegamos ao Judge, também conhecido como “the Humbler”. Se o nome fosse o único critério para escolher um desses carros, o Judge venceria facilmente. Além de Roadmaster, duvido que você encontre um apelido melhor para um carro que Judge (o julgador, ou juiz). Certamente humilha um nome como G8, mas vamos guardar para outra hora a bronca sobre os nomes estúpidos dos carros modernos. Estamos aqui para falar da Pontiac. E falando sério, achamos o Judge a quintessência do muscle car. Não é somente pelo motor (455cid/7,5 litros), pelo visual (Laranja Orbital, bico Endura, para-lamas alargados, conta-giros no capô) e pela linhagem (é um GTO – ponto). O Judge é o zeitgeist da era insana dos muscle cars e de toda a década de 70 nos EUA.
E já que os muscle cars podem ser medidos por seus motores, vamos examinar o que motivava o Judge. Na verdade, a maioria dos Judges vendidos vinha com o Ram Air III de 400 pol³ (6,5 litros). Por um punhado de dólares a mais, você poderia levar o Ram Air IV, que elevava a potência para 370 cv. O 455 (7,5 litros) não estava disponível no Judge antes do último trimestre de 1970 e por isso é bem raro. Na verdade o 400 tinha um pouco mais de potência que o 455 (de 4 a 10 cv – depende em quem você acredita), mas o 455 ganhava onde mais importa: o torque de 67 kgfm. E se você acredita que o 455 tinha apenas 360 cv, tenho um Fiero com carroceria de Countach para você.
E para ilustrar a raridade desses super Judges, foram feitos somente 14 unidades com câmbio manual e apenas três conversíveis, todos automáticos. Ainda não está convencido? Um 455 Orbit Orange foi o carro que Warren Oates dirigiu em “Corrida Sem Fim” (Two-Lane Blacktop). Caso encerrado, excelência.
Fonte: .jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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