Com conjunto interessante, Geely EC7 quer embaralhar segmento de sedãs médios de entrada
por Raphael Panaro
Auto Press
A Geely ganhou projeção internacional
quando passou a controlar a marca de automóveis sueca Volvo, em 2010.
Afinal, foi a primeira empresa chinesa a assumir uma conhecida
fabricante ocidental. Mas a história do grupo é mais antiga.
Ele é de 1986, tem sede em Xangai e só estabeleceu seu departamento automotivo, Geely Auto, em 1997. Em 2012, o faturamento passou de US$ 26 bilhões. No Brasil, a marca representou uma saída interessante para o empresário José Luís Gandini, que também controla a Kia no Brasil. A marca coreana perdeu competitividade por conta da política de cotas adotada no país. Restaram apenas os modelos montados em Montevidéu, no Uruguai, como o utilitário Bongo. E é de lá também que desembarca, em março, o primeiro modelo Geely para o Brasil: o sedã EC7. A empresa ainda não definiu o preço final. Declara apenas que será “em torno de R$ 50 mil”. Bem próximo ao de seu principal adversário, o JAC J5, que custa R$ 51.490.
Ele é de 1986, tem sede em Xangai e só estabeleceu seu departamento automotivo, Geely Auto, em 1997. Em 2012, o faturamento passou de US$ 26 bilhões. No Brasil, a marca representou uma saída interessante para o empresário José Luís Gandini, que também controla a Kia no Brasil. A marca coreana perdeu competitividade por conta da política de cotas adotada no país. Restaram apenas os modelos montados em Montevidéu, no Uruguai, como o utilitário Bongo. E é de lá também que desembarca, em março, o primeiro modelo Geely para o Brasil: o sedã EC7. A empresa ainda não definiu o preço final. Declara apenas que será “em torno de R$ 50 mil”. Bem próximo ao de seu principal adversário, o JAC J5, que custa R$ 51.490.
Como na marca chinesa rival, o
atrativo do modelo é a relação tamanho-preço. Ele tem dimensões de carro
médio – 4,63 metros de comprimento, 1,78 m de largura, 147 m de altura e
2,65 m de entre-eixos –, mas valor de sedãs compactos superiores, como
Nissan Versa, Chevrolet Cobalt, novo Ford Fiesta e Fiat Linea. O EC7
será montado em sistema de CKD e se beneficiará das regras do Mercosul,
que permitirá que escape das cotas e do Super-IPI. A princípio, a marca
aposta em um volume modesto. Do total de 3.500 unidades em 2014, 40%, ou
1.400 carros, seriam do EC7. Os restantes 60%, ou 2.100 exemplares,
viriam do subcompacto GC2, que será lançado em abril na faixa dos R$ 30
mil – para concorrer com JAC J2 e o Chery QQ. Inicialmente a missão será
cumprida por meio de 15 concessionárias concentradas principalmente no
Sul e Sudeste. Até o final de 2014, a fabricante chinesa promete
expandir esse número para 25.Quando a unidade produtiva uruguaia estiver
a pleno, sairão de lá 20 mil veículos anuais com destino exclusivo para
o Brasil – em outros mercados os carros são importados da China.
Quanto ao design, o EC7 não foge ao
padrão de mesmice dos modelos chineses. A traseira tem desenho bem
genérico, com lanternas triangulares. Na frente, a grade em formato de
trapézio invertido ainda guarda alguma originalidade, com as barras
horizontais se sobrepondo como em camadas. Mas a coisa desanda no
símbolo, que parece uma derivação do logotipo da Cadillac.
Sob o capô, o sedã traz um motor 1.8
litro com comando de válvulas variável. Por enquanto, ele é somente a
gasolina e desenvolve 130 cv a 6.100 rpm e 16,9 kgfm de torque a 4.100
giros. A versão flex, que chega em julho, deverá manter números bem
semelhantes. E inicialmente o sedã só será comercialializado com a uma
transmissão manual de cinco relações – a automática ficou para 2015 e
será do tipo CVT. Com o conjunto atual, o sedã chega aos 100 km/h em 12
segundos, antes de atingir a velocidade máxima de 185 km/h.
O EC7 vem bem recheado de série, mas
nada que impressione. Estão lá ar-condicionado, trio elétrico, direção
hidráulica, entrada micro USB e auxiliar e rádio AM/FM/CD. Faltam
sistema multimídia com GPS, Bluetooth e comandos no volante. Em termos
de segurança, o sedã traz apenas os obrigatórios freios ABS e airbags
frontais. Mas o EC7 recebeu nota máxima de segurança em testes em seu
país e origem e quatro estrelas – de cinco possíveis – no Euro NCAP.
Para emplacar, a Geely aposta também no pós-venda e na garantia de 3
anos ou 100 mil km.
Impressões ao dirigir
Passo à frente
Itu/SP – A Geely
escolheu a cidade de Itu, no interior paulista, como sede e o local para
o primeiro test-drive. O trajeto de quase 100 km mesclou trechos
urbanos e rodoviários, mas é no primeiro tipo que o EC7 vai bem. Em
terrenos planos, o motor 1.8 litro de 130 cv não tem problemas em tirar o
carro do lugar. As retomadas e acelerações são robustas, apesar do
torque máximo de 16,9 kgfm só ser alcançado a altos 4.400 giros – o que
tira agilidade do modelo. Já o câmbio manual de cinco relações tem
encaixes curtos e precisos.
Nas estradas do interior paulista o
EC7 mostra um outro lado. Em velocidades mais altas – acima dos 100 km/h
– a direção hidráulica fica excessivamente leve e o condutor perde a
sensação de segurança nas curvas. Em linha reta, o sedã exige constantes
correções na trajetória. E quando encara um aclive, perde o fôlego. São
necessárias reduções para acompanhar o trânsito e vencer subidas mais
íngrimes.
Ao abrir a porta do sedã, a soleira
vem com a inscrição Emgrand. O nome é de uma marca mais luxuosa do grupo
na China, que comercializa o EC7 por lá. O “pedigree” pode ser notado
no interior. Os plásticos rígidos estão espalhados por todos os lados,
mas são predominantemente pretos e não comprometem o aspecto sóbrio do
habitáculo. Os bancos são revestidos em couro sintético e são firmes. Os
arremates são bons e não há rebarbas aparentes. O painel de
instrumentos é simples, mas tem números pequenos e uma iluminação azul
que não ajuda. O computador de bordo dá informações como autonomia, hora
e hodômetro parcial, mas não fornece o consumo. Já atrás, o panorama
fica melhor. Há espaço suficiente para três ocupantes traseiros viajarem
sem exigir maiores intimidades.
Ficha técnica
Geely EC7
Motor: A Gasolina,
dianteiro, transversal, 1.792 cm³, quatro cilindros em linha, quatro
válvulas por cilindro, comando variável de válvulas. Injeção eletrônica
multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio manual de cinco velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 130 cv a 6.100 rpm.
Torque máximo: 16,9 kgfm 4.400 rpm.
Diâmetro e curso: Não divulgado. Taxa de compressão: 10,0:1.
Suspensão: Dianteira e
traseira independente do tipo McPherson, molas helicoidais e
amortecedores a gás. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 215/55 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás com ABS.
Carroceria: Sedã em
monobloco com quarto portas e cinco lugares. Com 4,63 metros de
comprimento, 1,78 m de largura, 1,47 m de altura e 2,65 m de distância
entre-eixos. Airbags frontais.
Peso: 1.280 kg.
Capacidade do porta-malas: 670 litros.
Tanque de combustível: 50 litros.
Produção: Montevidéu, Uruguai.
Lançamento no Brasil: 2013.
Itens de série: Ar-condicionado,
trio elétrico, direção hidráulica, banco do motorista com regulagem de
altura, computador de bordo, coluna de direção com ajuste de altura,
bancos em couro sintético, rádio/CD/MP3/AM/FM e sensor de
estacionamento.
Preço: Em torno de R$ 50 mil.
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