Luxuoso utilitário chega ao mercado brasileiro com retoques para enfrentar uma concorrência que muda a cada dia
Com exceção talvez de Preston Tucker e seu Torpedo, nunca um produto fora apresentado com tanta esperança diante do Senado americano.No Brasil, tem uma simbologia e peso diferentes. O Grand Cherokee retocado deve vender 1.200 unidades neste ano, um naco dos 174.275 vendidos em 2013 nos EUA.
Parece pouco para o modelo que foi numa encarnação passada a síntese dos utilitários de luxo nos anos 1990 e, até mesmo, tinha nome mais forte que a própria marca. Isso até ser seguido de perto pelos ingleses da Land Rover e também pelos então iniciantes alemães. Quando acertar seus planos de produção nacional, os descontos tributários da Jeep começarão a aparecer, mesmo para os produtos importados. Sem corrida às lojas, afinal, ainda é um carro que parte de R$ 185.900 na versão Laredo e R$ 214.900 na top Limited avaliada, que deve responder por 70% das vendas.
Falar do casamento anterior não deve ser motivo de constrangimento na nova família. A relação fez bem ao refinamento do jipão, silencioso e estradeiro em longas viagens. De preferência, em rodovias dos EUA, e não em ritmo veloz de Autobahn, quando as oscilações laterais deixam claro que correr não é sua vocação – talvez a suspensão a ar não oferecida aqui melhorasse essa sensação. As suspensões independentes convencionais fazem bem o trabalho, mas com 2.211 kg e centro de gravidade elevado, pegar leve é mais do que uma questão de prudência. Trate ele como um Cherokee SRT (não previsto para o Brasil) de 512 cv e talvez você compre um terreno em uma curva mal calculada.
Ficha técnica | |
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Dados da montadora | |
Preço | R$ 214.900 |
Motor | Dianteiro, longitudinal, 6 cilindros em V, 24 válvulas, comando duplo, injeção eletrônica, gasolina |
Cilindrada | 3.064 cm³ |
Potência | 286 cv a 6.350 rpm |
Torque | 35,4 kgfm a 4.300 rpm |
Transmissão | Automática de oito marchas, tração integral |
Direção | Eletro-hidráulica |
Suspensão | Independente, McPherson dianteira e multilink traseira |
Freios | Discos ventilados |
Pneus | 265/50 R20 |
Dimensões | Compr. 4,828 m, largura 1,943 m, altura 1,802 m, entre-eixos 2,915 m |
Capacidades | Tanque 93 l, Porta-malas 457 l |
Peso | 2.211 kg |
Não é o único sinal dos tempos. Por dentro, o quadro ganhou velocímetro capaz de mudar sua aparência (no modo Sport o instrumento é coroado por um halo vermelho). Combina com o ronco afinado (ainda que educadamente abafado) dos seis cilindros, sonoridade que dá vontade de pisar mais. É chegada a hora de buscar as borboletas no volante... e a vontade passa rápido. São muitas marchas para escolher e, no final, é no automático que a transmissão faz render melhor o 3.6. Segundo a Chrysler, são necessários 8,3 s até os 100 km/h, enquanto a velocidade máxima fica nos 206 km/h. Além disso, a oitava marcha longuíssima permite rodar a 120 km/h a plácidos 2 mil giros.
Ele se tornou gentil, menos saltitante e mais espaçoso. Tomou um banho de loja com os alemães e tornou-se até adepto de algumas vaidades como o delineador de olhos. Nada disso mudou a essência de unir conforto e valentia, como sua primeira geração e seu antecessor, o Wagoneer de 1963, considerado o primeiro utilitário-esportivo. E mesclar tradição com modernidade ainda parece ser a trilha do Grand Cherokee.
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