Primeiro modelo da marca no Brasil aposta em boa lista de equipamentos.
Vendas do sedã começam em março, com previsão de preço de R$ 50 mil.
Geely EC7 chega em março, custando por volta de R$ 50 mil (Foto: Divulgação)
Em abril estreia o hatch compacto GC2. A Geely é proprietária da sueca Volvo desde 2010, marca reconhecida por itens de segurança, e será representada no país pelo Grupo Gandini, responsável também pela sul-coreana Kia.
O EC7 chega mirando outro chinês, o JAC J5. Mas também pretende “roubar” clientes de Fiat Linea, Chevrolet Cobalt, Honda City, e, eventualmente, Toyota Corolla e Honda Civic. Para tentar se firmar no mercado, tem como principal atrativo o preço que, embora ainda não esteja definido, deve ficar na casa dos R$ 50 mil. “O preço será divulgado em meados de fevereiro. Até lá iremos estudar o mercado e observar a variação da cotação do dólar”, afirma o presidente da Geely Motors do Brasil, Ivan Fonseca e Silva.
Além de uma lista de itens de série compatível com a categoria, a Geely também aposta no quesito segurança, estratégia semelhante à da Volvo. O EC7 foi avaliado pelo Euro NCAP (instituto independente que realiza testes de segurança em veículos) em 2011 e obteve 4 estrelas entre 5. O feito foi motivo de elogios do instituto, que o classificou como um marco para carros chineses.
O modelo vendido no Brasil traz freios a disco nas quatro rodas,cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes, sistema de fixação rápida para cadeirinhas Isofix, além dos obrigatórios airbag duplo e freios ABS, este último com EBD (que distribui a força de frenagem entre os eixos, de acordo com a demanda).
Painel tem iluminação azul (Foto: Divulgação)
Primeiras impressões
O sedã mostra evolução em relação aos primeiros chineses vendidos no Brasil, com uma boa construção geral, confirmando o discurso da marca de apostar em qualidade superior na comparação com os outros automóveis importados da China. No país de origem, o EC7 é vendido pela Emgrand, marca premium da Geely.
Mesmo com o discurso e a boa impressão geral, o EC7 não está livre de pequenos descuidos. Há parafusos aparentes no porta-óculos e os plásticos da cabine são duros. Porém, não há rebarbas e os encaixes são justos.
Interior do Geely EC7 tem plásticos duros, mas boa
construção, sem rebarbas (Foto: Divulgação)
Os bancos, de couro sintético, possuem uma espuma com rigidez maior do
que a de costume, o que os torna duros. A cabine tem desenho de bom
gosto, sem exageros, com predominância da cor preta. O painel de
instrumentos de iluminação azul conta com pequena tela com dígitos
brancos que traz informações do computador de bordo.construção, sem rebarbas (Foto: Divulgação)
Com 4,64 m de comprimento, 1,79 m de largura e 2,65 m de entre-eixos, o EC7 leva vantagem em relação aos concorrentes diretos, e chega a ser maior inclusive do que o Corolla, que tem, respectivamente 4,54 m, 1,76 m e 2,60 m. O espaço é bom para quatro adultos. A Geely anuncia porta-malas de 670 litros, o que faria dele um dos maiores da categoria.
Traseira do Geely EC7 e Mercedes Classe S
(Fotos: Divulgação)
(Fotos: Divulgação)
Ao volante
O G1 avaliou o EC7 em um percurso de aproximadamente 30 km, entre as cidades de Itu e Jundiaí (SP).
Os 130 cv do motor 1.8 proporcionam agilidade na cidade, sensação reforçada pelo bom escalonamento do câmbio manual de cinco marchas. Mas na estrada, o desempenho não empolga quem busca uma tocada mais esportiva. Para realizar ultrapassagens, o motorista precisará de reduções de marcha, já que as retomadas são um tanto “preguiçosas”.
A suspensão possui bom acerto, pois filtra bem as imperfeições do asfalto sem ser excessivamente mole. Já a direção hidráulica é macia em manobras na cidade, porém não tem a progressividade de se tornar mais dura na estrada. Não foram divulgadas informações de consumo.
Conclusão
O EC7 tem a seu favor o nível de equipamentos e itens de segurança, além da boa reputação nos testes internacionais. O conjunto mecânico não compromete, mas também não se destaca diante da concorrência, sobretudo por não ter a opção de abastecer com álcool e por ofertar somente câmbio manual. O motor flex virá, mas só em julho, diz a montadora. Para o início de 2015 está prevista a chegada do câmbio CVT, com cinco marchas simuladas.
O fator decisivo para o bom desempenho no mercado será o preço. Se chegar custando os R$ 50 mil prometidos, será uma opção para quem não tem como pagar os mais de R$ 60 mil pedidos pelos sedãs japoneses e quer um modelo maior do que os sedãs compactos disponíveis no mercado. Outro desafio será o pós-venda, com uma rede que nasce pequena.
15 concessionárias
A Geely inicia as operações no Brasil com 15 concessionárias, a maioria delas nas regiões Sul e Sudeste. Haverá apenas duas fora destas regiões, uma no Centro-Oeste e outra no Nordeste.
Segundo o gerente de pós-venda da Geely, Oswaldo Jardim, apesar da pequena quantidade de pontos de assistência, os distribuidores foram credenciados para ser uma referência em qualidade de atendimento. “Temos o objetivo de prestar um bom serviço de assistência. Preparamos bem a rede autorizada, e não estamos fazendo como outros fabricantes chineses que chegam com uma rede maior e um serviço deficitário. Nosso crescimento será gradual”, diz. Até o final do ano, a Geely pretende inaugurar outras 10 concessionárias, com foco no Nordeste e no Centro-Oeste.
Geely GC2 chega em abril, com motor 1.0 flex (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
A previsão de vendas para o primeiro ano de atividades é de 3.500
unidades, sendo que a estimativa é de que o EC7 represente 40% do total.
Os outros 60% devem ser preenchidos pelo GC2.O hatch compacto chega em abril, com preços na casa dos R$ 30 mil, já com motor 1.0 de três cilindros flex. O EC7 se torna flex em julho. Segundo David Chen, gerente de produto da Geely, o motor está em fase final de homologação. "Provavelmente ele irá manter a potência de 130 cv, tanto na gasolina, como no etanol", afirma.
Para escapar da sobretaxação de 30 pontos do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para importados de fora do Mercosul ou México, a Geely adota estratégia semelhante à da conterrânea Lifan. Tanto o EC7 como o GC2 são feitos no Uruguai por CKD (do inglês "Completely Knocked Down").
O processo consiste nas peças chegarem da China desmontadas, em caixas e são montadas em uma fábrica recém-inaugurada. "A planta de Montevidéu foi feita para uso exclusivo da Geely. A semelhança com a fábrica do Kia Bongo é a empresa responsável por construir os carros", diz Chen. A planta tem capacidade para 20.000 veículos, mas pode ser expandida para 50.000 unidades, caso a demanda exija.
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