19 de dez. de 2013

Teste: SRT Viper GTS - Retorno da víbora

Fotos: DivulgaçãoTeste: SRT Viper GTS - Retorno da víbora
Com a marca SRT, nova geração do Viper fica mais mansa, mas não esconde fúria dos 649 cv sob o capô


A SRT  – Street & Racing Technology, algo como “tecnologia para ruas e corridas” – foi criada em 2002 como a preparadora esportiva do Grupo Chrysler. Em 2011, já sob o controle da Fiat, o fabricante norte-americano decidiu que a SRT deveria se tornar uma quinta marca de automóveis da empresa – ao lado de Chrysler, Dodge, Jeep e Ram.
Mas uma coisa não mudou: o Viper continua a ser a estrela da SRT. Por mais estranho que possa parecer não associar mais o superesportivo à marca Dodge, que originalmente o produzia, suas premissas básicas continuam presentes na nova geração, que chegou esse ano aos mercados da América do Norte.
As formas gerais até lembram o Viper original, criado em 1992. Mas o carro ficou mais moderno, com traços atualizados e que mantém a conhecida “musculatura”. Em todos os cantos, há referências à víbora – o charmoso emblema do modelo –, como as lanternas traseiras afiladas. O faróis estão mais estreitos e ganharam um filete de leds diurnos. O perfil esportivo foi mantido, com a saída de ar lateral semelhante ao primeiro Viper. A pequena área envidraçada realça o visual agressivo do carro.
O motor continua a ser um monstruoso V10, com absurdos 8.4 litros e 649 cv. O toque é de colossais 83,0 kgfm a 5 mil rotações, enviados sempre às rodas traseiras. Nelas, vão enormes pneus de medida 355/30 em rodas de 19 polegadas. O câmbio é sempre manual de seis marchas. Uma das grandes novidades é a adição de sistemas de segurança, como freios ABS e controle eletrônico de estabilidade ESP, que tem diferentes configurações disponíveis, incluindo modos Sport e Touring. A suspensão é ajustável graças a amortecedores Bilstein. A modernidade para supercarros exige não só motores potentes, mas cuidado com o peso, a fim de alcançar o desempenho esperado. O SRT Viper tem capô de fibra de carbono, material que também está no teto e na tampa do porta-malas, que permitem parar o ponteiro da balança em 1.551 kg.

No interior, a melhoria na qualidade de materiais e montagem é evidente. O Viper agora oferece algumas comodidades, como áudio de 18 alto-falantes assinados por Harman Kardon, sistema multimídia com tela sensível ao toque de 8,4 polegadas, navegador GPS, comandos de voz e câmara de ré. Além disso, o pacote Laguna inclui couro de melhor qualidade e inserções de Alcântara no teto para criar um ambiente mais agradável. No entanto, o preço do carro é elevado. Nos Estados Unidos o Viper “básico” custa US$ 102.485 - quase R$ 239 mil -, e a versão GTS eleva a conta para US$ 124.985, equivalentes a R$ 292 mil.


Primeiras impressões
Bicho de peçonha


Cidade do México/México – O Viper é um carro exótico – em todos os sentidos da palavra. É largo e muito baixo, com um visual marcante. Os bancos oferecem um bom suporte, mas não são exatamente macios ou confortáveis. A visibilidade para fora é ruim e o motorista custa a encontrar a melhor posição para dirigi-lo. Ao ligar o motor, o display localizado no painel de instrumentos se acende com uma imagem ameaçadora de uma serpente, enquanto o V10 emite um som gutural.

Nos primeiros momentos na pista usada para conhecer um pouco do veículo, logo se percebe que a relação de transmissão curta envia imediatamente uma força descomunal para as rodas traseiras. Sorte que agora o Viper tem ESP e suspensão ajustável. Mas, mesmo com um desempenho muito mais polido, continua a ser um veículo que exige extremo respeito.


Levá-lo ao limite requer mãos bastante experientes e, apesar de o controle de estabilidade poder ser desativado, a realidade é que é muito aconselhável deixá-lo ao menos em modo Track. Em trechos sinuosos e numa tocada mais esportiva, como veículos dessa classe pedem, o Viper tem reações pouco previsíveis. Em um piscar de olhos ele pode dar um grande susto em quem está no volante.

A suspensão tem dois modos de utilização. No modo Sport torna-se tão firme que o asfalto deve ser tão liso como uma mesa de bilhar. Caso contrário, acaba punindo severamente os ocupantes. Já o modo Touring permite um melhor controle do veículo, mesmo em situações extremas de condução.


Ficha técnica
SRT Viper GTS
Motor: Gasolina, longitudinal, 8.390 cm³, dez cilindros em “V”, duas válvulas por cilindros e comando simples no bloco. Injeção eletrônica multiponto  e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático com oito marchas à frente e uma a ré. Tração integral. Oferece controle de tração.
Potência máxima:  649 cv a 6.200 rpm.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 3,7 segundos.
Velocidade máxima: 329 km/h.
Torque máximo: 83,0 kgfm a 5 mil rpm
Diâmetro e curso: 103,0 mm X 100,6 mm Taxa de compressão: 10,2:1
Suspensão:  Dianteira independente do tipo Double Wishbone em alumínio, amortecedores a gás e barra estabilizadora. Traseira do tipo multilink com barra estabilizadora. Conta com controle eletrônico de rigidez dos amortecedores e de estabilidade.
Pneus: 295/30 R18 na frente e 335/30 R19 atrás.
Freios:  Discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS de série.
Carroceria: Cupê em monobloco com duas portas e dois lugares. Com 4,46 metros de comprimento, 1,94 m de largura, 1,24 m de altura e 2,51 m de distância entre-eixos. Airbags frontais de série.
Peso: 1.532 kg.
Capacidade do porta-malas:  414 litros.
Tanque de combustível: 70 litros.
Produção: Detroit, Estados Unidos.
Lançamento mundial: 2013.
Itens de série: Ar-condicionado automático, direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos, controle de estabilidade e tração, airbags frontais, sensor de pressão nos pneus, sistema de entretenimento com GPS e tela sensível ao toque de 8,4 polegadas, câmara de ré, sistema de som Harman-Kardon com 12 alto-falantes, head-up display, partida por botão, ajuste elétrico de distância dos pedais.
Preço nos Estados Unidos: US$ 124.985, equivalente a R$ 291.150.

 

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