Em constante retração, segmento de motocicletas vive período difícil no Brasil em 2013
A
situação do mercado de motocicletas no Brasil inspira cuidados. Ainda
mais porque, em 2013, o cenário desfavorável de 2012 se agravou um pouco
mais.
Uma sequência de quedas na produção e nas vendas vieram em
seguida ao ligeiro otimismo inicial, nos três primeiros meses do ano. A
partir daí, o desâmino é mensurável em números. Os licenciamentos de
motos de janeiro a novembro deste ano caíram 8,3% em relação ao mesmo
período do ano passado – de 1.499.397 para 1.374.988 unidades –, segundo
dados da Abraciclo – associação que reúne os fabricantes brasileiros de
motocicletas. “ Sofremos com a retração da economia ”,
acusa Marcos Fermanian, presidente da entidade. Nem a realização do
Salão Duas Rodas, em outubro, e o pagamento das parcelas do 13º em
novembro e dezembro conseguiram dar um final de ano melhor ao setor. Nas
previsões mais otimistas, o “ encolhimento ” de 2013
vai beirar os 4% – o ano fecharia em 1,56 millhão, contra 1,62 milhão de
2012. Essa queda foi puxada exclusivamente pelo segmento de baixa
cilindrada – até 150 cm³ –, que representa a gigantesca parcela de 85%
nas vendas de motos no país. Junto do efeito macroeconômico, está a
restrição na concessão de crédito imposta pelos bancos, que atinge
exatamente os consumidores de mais baixa renda, os que mais precisam
financiar a compra de motocicletas. Em relação à produção, a estimativa é
que fique em 1,61 milhão de unidades em 2013 – cerca de 5% menos que as
1,69 milhão de unidades do ano passado.
Os
números ruins forçaram as fabricantes a se mexer bastante. Em maio, a
Honda promoveu mudanças na CG, veículo automotor mais vendido do país.
Para se ter uma ideia, a CG150 Titan sozinha responde por 31 mil
emplacamentos mensais. A soma de a toda a linha CG passa de 45 mil
unidades/mês. E para manter a liderança, a nova geração do modelo teve o
design alterado e o peso reduzido em 4 kg. Os preços da linha sofreram
um ligeiro aumento. A gama parte de R$ 5.490, e chega a R$ 7.830 –
antes, começava em R$ 5.390 e alcançava os R$ 7.630. A Honda também
decidiu retomar as motos de 500 cc. Com a nova linha, a marca espera
atrtair os consumidores de seus modelos médios CB 300R e XRE 300. O
primeiro modelo a chegar foi naked CB 500F, em outubro por iniciais R$
22 mil. Neste mês, é a vez da esportiva CBR 500R, que partirá de R$ 23
mil. O terceiro modelo, a crossover CB 500X, só em 2014.
Outra
japonesa, a Yamanha, resolveu investir em um modelo de baixa cilindrada
– mesmo sendo o setor mais afetado pela crise. A marca nipônica trouxe a
nova YS150 Fazer, o primeiro modelo da montadora no segmento no país.
Feita especificamente para o mercado brasileiro, a motocicleta é recebeu
um sistema flex e tem 12,2 cv. Quem também resolveu se mexer foi a
Suzuki. Após algum tempo de inércia, a fabricante lançou seis novas
motocicletas. Destaque para a renovada GSR 750. Derivada da GSX-R 750, a
esportiva vem para competir no acirrado segmento que tem Kawasaki Z800,
Triumph Speed Triple e Honda CB 1000R. Fechando o quarteto nipônico, o
destaque da Kawasaki foi o “ upgrade ” na tradicional
Ninja, que subiu de 250 para 300 cc. Com as alterações no propulsor, a
moto ganhou fôlego e pulou de 32 para 39 cv a 11 mil giros. Com freios
ABS, a “ninjinha” agora custa R$ 17.990.
Longe do furacão enfrentados pelos modelos da base do mercado, as motos de alta cilindrada vivem situação oposta. “ O mercado acima de 500 cilindradas não é tão afetado pela restrição de crédito ”, afirma Marcelo Silva, gerente geral da Triumph no Brasil. “
Para a Triumph, os resultados obtidos neste ano de 2013 têm sido muito
satisfatórios. Atingimos patamares acima dos previstos inicialmente ”,
contabiliza. A marca britânica chegou ao Brasil em outubro de 2012 com
seis modelos e esse ano apresentou mais seis motos. Em maio, a
superesportiva Daytona 675R e naked Street Triple 675, foram as primeira
a chegar. No Salão Duas Rodas, que aconteceu em outubro em São Paulo,
foi a vez das Street Triple 675R, Tiger 800, Trophy SE e a Tiger
Explorer XC.
Já
a BMW trouxe ao Brasil a renovada e icônica R 1200 GS. A maxitrail
ganhou potência, tecnologia e novo desenho para se manter no topo de
vendas. Ela parte de R$ 73.400, mas pode alcançar os R$ 83.900 com itens
como a suspensão adaptativa, farol de leds, computador de bordo, rodas
raiadas e preparação para GPS. A grande novidade da Ducati em solo
nacional foi a 1199 Panigale R. Com etiqueta de R$ 114.900, a
superesportiva tem 195 cv de potência e torque de 13,5 kgfm. A
fabricante também começou a importar a Multistrada 1200 e suas variantes
S Touring e S Pikes Peak. A moto multiuso da Ducati começa em R$
67.900, passa por R$ 79.900 e termina nos R$ 89.900. A italiana MV
Agusta iniciou as vendas da superesportiva F4RR ABS, em outubro, por R$
99.900. Ela traz a última geração do sistema antitravamente para os
freios e ainda vem com pinças feitas pela Brembo. O propulsor é um
quatro cilindros, 16 válvulas e com bielas de titânio que gera 200,8 cv e
torque de 11,3 kgfm. No mesmo mês, a tradicional fabricante ainda
passou a montar a Brutale 1090RR em Manaus, por meio da conhecida
parceria com a Dafra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário