Mercedes-Benz C180 cupê tem estilo e grife para ser a base do segmento de esportivos da marca
Quando
a Mercedes-Benz lançou a variante cupê do Classe C em 2011, a missão
era substituir os antigos CLK e o CLC. Para isso, fez um cupê de três
volumes bem definidos e visual correto. Nada muito arrebatador e
tipicamente alemão. Com linhas elegantes, ele ajuda a marca a ter volume
no segmento de médios no país. No entanto, os 350 Classe C mensais
vendidos em média em 2012 – 8% deles, cerca de 28, cupê –, caíram para
250 unidades mensais neste ano. Só que a participação do cupê subiu para
13%, ou 32 unidades por mês. E a versão C180 é a porta de entrada dos
cupês de visual mais esportivo. Apesar do preço nem tão convidativo de
R$ 137.500 para um carro com motor 1.6 turbo de 156 cv.
E
a principal novidade do C180 Turbo Coupé está sob o capô. A marca
promoveu um downsizing do antigo 1.8 turbo pelo novo 1.6 turbinado com
os mesmos 156 cv de antes. Apesar dos números idênticos, ele é mais
econômico que o anterior e tem distribuição de torque mais extensa.
Agora os 25,5 kgfm aparecem fixos entre 1.250 e 4 mil rpm. No antigo
motor, a força aparecia a 1.600 e 4.200 rotações. O novo propulsor é
acoplado ao câmbio automático de sete marchas já conhecido. O conjunto
empurra o modelo de entrada de zero a 100 km/h em 8,5 segundos – 0,2 s
mais rápido que antes – e até a velocidade máxima de 223 km/h.

O
cupê tem no visual mais esportivo seu maior destaque em relação ao sedã
de quatro portas. A carroceria tem as mesmas linhas básicas, com frente
e traseira iguais à versão mais “social”, mas o cupê tem o teto mais
baixo e traços mais fluidos. A menor altura das janelas dá um perfil
mais esportivo ao modelo. As rodas são de 17 polegadas, partes
integrantes do Kit Visual AMG – de série no cupê –, com saias laterais e
spoilers mais pronunciados, como nos Mercedes mais furiosos da
preparadora oficial.
A
marca pode ter caprichado no acabamento, mas a lista de equipamentos é
mais enxuta do que a etiqueta de preço sugere. Há itens interessantes
como ar-condicionado de duas zonas, bancos em couro, volante
multifuncional, teto solar panorâmico e sistema de entretenimento com
comando por um botão giratório no console. No entanto, faltam simples
sensores de estacionamento e ao menos a opção de equipar o C180 com
navegador por GPS. O problema é que há uma certa necessidade das marcas
de luxo de valorizarem os modelos superiores. E aí quem sofre são as
variantes mais simples da gama, que ficam desprovidos de equipamentos. E
isso gera um certo descompasso entre os quase R$ 140 mil pedidos e a
relativa simplicidade a bordo. Uma cabine mais completa, somente na
versão mais forte e cara – a C250 Turbo Sport Coupé, que sai por R$
189.900.
A
compra de uma configuração de nicho como a C180 Coupé não é baseada em
muitos cálculos. E ela virtualmente reina sozinha nesse segmento no
Brasil, já que o Audi A5 mais em conta é conversível e ultrapassa a casa
dos R$ 200 mil. Mesmo não sendo das mais equipadas, ainda traz a
atmosfera de sofiscação prometida pela estrela de três pontas no centro
do capô e a garantia de um produto de qualidade. A briga só deve
esquentar quando a BMW começar a trazer ao Brasil a nova Série 4 – ainda
sem data para estrear por aqui.

Ponto a ponto
Desempenho – Mesmo
com o menor motor, o Classe C cupê não nega fogo. Os 156 cv são
valentes e empurram com decisão o modelo, que atinge os 100 km/h
partindo da imobilidade em 8,5 segundos. A impressão, no entanto, é de
que o carro é mais rápido do que os números sugerem. O câmbio faz
trabalho impecável, com trocas de marcha precisas e sem indecisão na
escolha. As sete relações fazem o pequeno 1.6 litro turbinado estar
sempre na melhor faixa de rendimento, o que torna o C180 bastante
esperto. Nota 8.
Estabilidade – O
modelo tem comportamento dinâmico irrepreensível, mesmo próximo do
limite. A suspensão trabalha bem e impede que a carroceria role, com
total controle das reações do carro. O acerto mais firme passa muita
segurança em velocidades mais elevadas, com pouca flutuação. Mesmo não
sendo exatamente pequeno, com 4,59 m de comprimento, a sensação é de
estar ao volante de um carro menor. Nota 9.
Interatividade – Todos os comandos do C180 estão à mão e têm fácil uso. Na versão mais simples, faltam equipamentos mais complexos ao sistema de entretenimento, como GPS, mas há Bluetooth para celulares. Já o sintonizador do rádio segue uma misteriosa lógica, com um visual retrô e estações em ordem indecifrável. Mas o erro de cálculo foi mesmo na alavanca que controla sozinha setas, limpadores de parabrisa e aciona o farol alto. Além de acumular funções, ela está próxima demais da alavanca do controlador de velocidade de cruzeiro. É fácil acionar ambas por engano. Nota 7.
Consumo – O InMetro
testou a versão com o novo motor 1.6 turbo e conseguiu 9,0 km/l na
cidade e 12,6 km/l na estrada. Médias que garantem a nota “C” no
segmento e no geral. Nota 6.
Conforto – Mesmo com
uma proposta mais esportiva, a Mercedes-Benz não poderia deixar de
caprichar no C180 cupê. O modelo tem boas acomodações para os ocupantes
da frente, que desfrutam de espaço e bancos confortáveis. O problema
está para quem vai atrás, que precisa se espremer em assentos mais duros
e com pouco espaço disponível para pernas e cabeças. O caimento mais
acentuado do teto rouba preciosos centímetros de altura interna. Pelo
menos, a suspensão absorve bem as irregularidades do piso. Nota 8.

Tecnologia – A atual
geração do Classe C cupê ainda é relativamente recente. Foi apresentada
em 2011, já com a primeira reestilização da gama C, feita no mesmo ano. A
base, no entanto, é de 2008 e está prestes a ser substituída na Europa
pela nova geração do médio alemão. Sob o capô, o motor 1.6 turbo é
recém-chegado à linha e está nos novos Classe A e B. Há controle de
estabilidade com “hill holder”, freios ABS e seis airbags, mas faltam
sensores de estacionamento na versão mais simples e o freio de
estacionamento ainda é a pedal. Nota 9.
Habitabilidade – O
cupê perde bastante da praticidade do sedã em função das portas a menos.
Entrar e sair é mais difícil para os passageiros do banco traseiro, já
que os bancos da frente até correm adiante, mas não o suficiente para
abrir um vão decente de acesso. Já em vagas de estacionamento mais
apertadas, abrir as portas maiores pode ser um problema. Ao menos, a
cabine tem vários porta-objetos e o porta-malas leva bons 450 litros,
com possibilidade de rebatimento do banco traseiro para acomodar itens
mais compridos. Nota 7.
Acabamento – Ainda
que seja a versão mais simples, a C180 cupê segue o padrão da marca.
Encaixes são perfeitos e não há rebarbas, mesmo em áreas menos nobres do
painel. Os plásticos são de qualidade e há muitas superfícies
emborrachadas. Nota 8.
Design – As linhas
elegantes do cupê são um dos destaques do carro. Com traços tipicamente
germânicos, o modelo é substancialmente mais interessante que o sedã de
quatro portas. Não há molduras nas janelas das portas e o perfil
esportivo confere personalidade marcante, com três volumes bem
definidos. Além disso, a linha do teto é mais suave no modelo de duas
portas e termina na elegante traseira ligeiramente “arrebitada”. Nota 9.
Custo/benefício – Ao
deixar para trás praticidade em função do design mais rebuscado, o cupê
já deixa de ser uma opção das mais racionais. A Mercedes-Benz pede R$
137.500 – nada menos que R$ 15.600 a mais que o C180 sedã. No entanto, é
praticamente o único de sua categoria no Brasil, já que a BMW ainda não
traz o Série 4 e o Audi A5 mais barato tem preço acima dos R$ 200 mil.
Em se tratando de uma versão mais esportiva com a “grife” da estrela de
três pontas, ele é, em tese, uma pechincha. Nota 6.
Total – O Mercedes-Benz C180 Coupé somou 77 pontos em 100 possveis.
Impressões ao dirigir
Estilo alemão
Logo
em um primeiro olhar, a versão cupê da Classe C chama atenção pelas
linhas imponentes e traços bem finalizados. A silhueta elegante e
esportiva é cativante, além da estrela de três pontas no centro da grade
dianteira não deixar dúvidas sobre a origem do modelo. As duas portas
conferem um charme especial ao carro, que, ainda assim, é relativamente
discreto. As proporções são semelhantes às do sedã de quatro portas, mas
a curvatura do teto, com caimento mais acentuado atrás, faz a distinção
necessária.
Ao
dar a partida, o motor 1.6 litro do C180 Turbo Coupé surpreende pelo
barulho pouco instigante. Lembra até um pequeno motor diesel. No
entanto, o perfeito casamento entre o propulsor e o câmbio automático de
sete marchas faz os 156 cv acordarem cedo e dá ao C180 um desempenho
bastante razoável. Ele tem pegada parecida à das versões com o 1.8 turbo
– de 184 cv ou 204 cv –, e não faz feio. O torque de 25,5 kgfm aparece a
baixíssimas 1.250 rotações, se mantém constante até as 4 mil e empurra o
cupê com desenvoltura digna de motores maiores. O câmbio trabalha
bastante, com trocas suaves e rápidas, para manter o giro sempre na
faixa de melhor rendimento.

O
interior também é tipicamente germânico. O acabamento é de ótima
qualidade, com arremates perfeitos e sensação de bastante solidez – e
não transparece ser a variante mais barata da linha. A cabine é
aconchegante e acolhe bem os passageiros, ainda que os de trás precisem
fazer um certo malabarismo para chegar aos assentos. Os dois ocupantes
do banco traseiro também têm espaço limitado para pernas e cabeças e
pessoas com mais de 1,75 m de altura já passam aperto. Quem vai na
frente, pelo menos, desfruta de mais espaço. A posição de dirigir é
correta e o motorista possui várias opções de regulagens de banco – que
no cupê tem abas laterais mais pronunciadas – e volante.
A
suspensão dá conta do recado e absorve surpreendentemente bem as
imperfeições do asfalto, mesmo com rodas de 17 polegadas. Mas é em piso
liso que o acerto esportivo do conjunto se destaca. A direção tem
relação bem direta com as rodas e permite muita precisão numa tocada
mais “animada”. O comportamento é sempre seguro e a tração traseira
melhora ainda mais o controle. A carroceria inclina pouco nas curvas e o
C180 se mostra um carro mais divertido de dirigir do que os números
relativamente “normais” do motor sugerem.
Ficha técnica
Mercedes-Benz C180 Coupé
Motor: Gasolina,
dianteiro, longitudinal, 1.595 cm³, quatro cilindros em linha, quatro
válvulas por cilindro, turbo, comando duplo no cabeçote e duplo comando
variável de válvulas. Acelerador eletrônico e injeção direta.
Transmissão: Automática com sete marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle de tração.
Potência: 156 cv a 5.300 rpm.
Torque: 25,5 kgfm entre 1.250 rpm e 4 mil rpm.
Aceleração de zero a 100 km/h: 8,5 segundos.
Velocidade máxima: 223 km/h.
Diâmetro e curso: 73,7 mm X 83,0 mm. Taxa de compressão: 10,3:1.
Suspensão: Dianteira
independente do tipo McPherson com barras estabilizadoras. Traseira
independente do tipo multibraço com barra estabilizadora. Oferece
controle de estabilidade de série.
Peso: 1.505 kg.
Pneus: 225/45 R17 na frente e 245/40 R17 atrás.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. ABS de série.
Carroceria: Cupê em
monobloco com duas portas e quatro lugares. Com 4,59 metros de
comprimento, 1,99 m de largura, 1,44 m de altura e 2,76 m de distância
entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série.
Capacidade do porta-malas: 450 litros.
Tanque de combustível: 67 litros.
Produção: Sindelfingen, Alemanha.
Itens de série:
Ar-condicionado automático de duas zonas, rádio/CD/MP3/Bluetooth, banco
do motorista com regulagem de altura, banco traseiro rebatível,
computador de bordo, sistema start/stop, bancos e volante multifuncional
revestidos em couro, trio elétrico, rodas de liga leve de 17 polegadas,
airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS, controlador de
velocidade de cruzeiro, faróis de neblina, sensores crepuscular e de
chuva.
Preço: R$ 137.500.




Participe! Deixe aqui seu comentário. Obrigado! Disponível no(a):
Nenhum comentário:
Postar um comentário