31 de out. de 2013

Teste: Um quê de ambição - Infiniti Q50

Fotos: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z NotíciasTeste: Um quê de ambição - Infiniti Q50

Testado na Califórnia, Q50 terá a missão de ser o primeiro Infiniti a chegar oficialmente ao Brasil
por Igor MacárioAuto Press
Depois de décadas praticamente restrita aos Estados Unidos, a Infiniti quer virar global. Com uma estratégia de internacionalização que passa pelo patrocínio à equipe Red Bull, tetracampeã de Fórmula Um, a marca de luxo criada pela Nissan em 1989 começa a se expandir por novos mercados.
E deve recorrer a estratégias mais agressivas para encarar não apenas suas concorrentes conterrâneas – Lexus, da Toyota, e Acura, da Honda –, mas também as marcas de luxo alemãs, como Mercedes-Benz, Audi e BMW. Para isso, fez uma profunda reestruturação em sua gama. Na linha de sedãs, substituiu o antigo médio G37 por um totalmente novo, o Q50. É nele que a marca aposta seu sucesso em novas praças, como a Europa e até o Brasil, onde ele deverá chegar já em 2014 nas principais concessionárias Nissan.
Com suas formas esportivas e rebuscadas, o Q50 não tem qualquer conexão com nenhum Nissan em linha. Uma plataforma própria dá base ao sedã, que tem opções de motor a gasolina, híbrido e diesel – indispensável para qualquer tentativa de sucesso entre os europeus. Ele repete basicamente a mesma receita usada pela BMW no Série 3: dimensões relativamente enxutas, motor potente e tração traseira, com forte apelo esportivo e visual atraente. Tudo para tentar conquistar entusiastas de um estilo de direção mais dinâmico para a marca.
O propulsor híbrido da versão topo acopla um V6 de 3.5 litros de 311 cv a um elétrico de 50 kW – 67 cv –, alimentado por baterias de íons de lítio. A potência combinada é de 369 cv, despejada nas rodas traseiras por um câmbio automático de sete marchas. A Infiniti fala em um consumo médio é de 16 km/l para o híbrido. Há ainda a opção de tração integral. Nos Estados Unidos, o Q50 ainda é oferecido com um motor apenas a gasolina de 3.7 litros, 332 cv a nada menos que 7 mil rotações e 37,1 kgfm de torque a 5.200 rpm, também unido a um câmbio automático de sete relações. Para o mercado europeu, o Q50 também usa um 2.2 diesel de origem Mercedes-Benz, com bem mais modestos 170 cv. Ele também pode ser gerenciado por uma transmissão manual de seis marchas e promete consumo médio na casa dos 22 km/l.
Por dentro, muito luxo e sofisticação, com revestimentos em couro de primeira linha. Uma das vedetes do novo carro é a direção eletrônica sem conexão física com as rodas. O sistema DAS, sigla em inglês para direção ativa direta, lê os movimentos que o motorista faz ao volante e transfere para a caixa de direção, onde um motor elétrico atua sobre a cremalheira e esterça as rodas. Há uma ligação física, que fica inativa, e que pode ser usada em casos de emergência, se o motor apagar com o carro em movimento ou se houver pane elétrica. Esse sistema é de série nas variantes híbridas e opcional nas demais. Ele promete mais rapidez nas respostas e maior amplitude nas configurações do sistema. 
Nos Estados Unidos, o Q50 a gasolina começa nos US$ 36.700 – equivalentes a R$ 80 mil. As versões híbridas partem dos US$ 43.950, cerca de R$ 96 mil, e seguem até o equivalente a R$ 105 mil. Na Europa, os preços vão do equivalente a R$ 103 mil para o diesel com câmbio manual a R$ 162 mil para o Q50 Hybrid com tração integral. Por aqui, os valores devem rondar os R$ 300 mil – mesmo patamar do BMW 335i, alvo declarado do Q50.
Primeiras Impressões
Jeito esperto
por Luiz Humberto Monteiro PereiraAuto Press
Newport, Califórnia/Estados Unidos - Por fora, o Q50 é um sedã imponente, que mescla um estilo clássico com revigorantes pitadas de modernidade. Por dentro, o espaço impressiona. O entre-eixos de 2,85 metros proporciona boa habitabilidade, inclusive para os passageiros do banco traseiro. Para quem está atrás do volante, o Q50 se revela bastante agradável desde os primeiros momentos. O fato do modelo testado sob o inclemente sol do verão californiano ser um híbrido permitia trafegar no modo elétrico – e em absoluto silêncio – até os 80 km/h. Mesmo quando se ultrapassa essa velocidade e a motorização V6 a gasolina entra em ação, a qualidade do isolamento acústico impressiona.
Um equipamento interessante do Q50 é a direção ativa direta, que faz com que a direção seja controlada eletronicamente, “by wire”. O controle é executado por três unidades de processamento separadas – mas existe uma ligação mecânica normalmente inativa, para o caso de ocorrer alguma anormalidade eletrônica. A velocidade de reação da direção é tão instantânea que parece estar ligada diretamente às mãos do piloto. Os movimentos feitos ao volante são transferidos eletronicamente para as rodas dianteiras, o que elimina vibrações e reações do volante. O dispositivo é de série em versões híbridas, mas opcional em outras. Em um teste em slalom – trajetória sinuosa feita em alta velocidade entre obstáculos –, impressionou a rapidez da resposta e extrema facilidade com que se consegue manejar o volante para obter a direção desejada. 
O comportamento do Q50 nas estradas é extremamente ágil. Nas retas e curvas feitas em alta velocidade, o sedã de luxo parece que se move sobre trilhos. A força massiva do propulsor híbrido, com potência combinada de 369 cavalos, aliada à tração traseira, é uma mistura sedutora para quem busca uma utilização mais esportiva. E faz o sedã da Infiniti ser um carro extremamente divertido. A versão híbrida faz de zero a 100 km/h em apenas 5,1 segundos, com velocidade máxima eletronicamente limitada a 250 km/h. Apesar de ser um sedã esportivo, o Q50 isola bem as imperfeições do terreno e os ruídos externos. O sistema de frenagem também se revelou muito preciso e poderoso. Combinado aos sistemas eletrônicos, oferece sempre amplas margens de segurança. 

Ficha Técnica
Infiniti Q50 Hybrid Premium
Motor a combustão: A gasolina, dianteiro, transversal, 3.498 cm³, com seis cilindros em “V”, quatro válvulas por cilindro e comando duplo de válvulas, com 311 cv. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica sequencial.
Motor elétrico: 50 kW – 67 cv – alimentado por baterias de íons de lítio.
Transmissão: Câmbio automático de sete marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle de tração.
Potência máxima combinada: 369 cv.
Torque máximo combinado: 35,6 kgfm.
Aceleração de zero a 100 km/h: 5,1 segundos
Velocidade máxima: 250 km/h.
Diâmetro e curso: 95,5 mm X 81,4 mm. Taxa de compressão: 10,6:1.
Suspensão: Dianteira do tipo Double Wishbone com rodas independentes, subchassi e barra estabilizadora. Traseira do tipo Multilink com barra estabilizadora. Oferece controle de estabilidade.
Pneus: 225/55 R17.
Freios: Discos ventilados na dianteira e na traseira. Oferece ABS.
Carroceria: Cupê em monobloco com duas portas e quatro lugares. Medidas: 4,78 metros de comprimento, 1,82 m de largura, 1,44 m de altura e 2,85 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais e de cortina de série.
Peso: 1.853 kg.
Capacidade do porta-malas: 382 litros.
Tanque de combustível: 88 litros.
Produção: Smyrna, Estados Unidos.
Itens de série: Ar-condicionado automático de duas zonas, vidros, travas e retrovisores elétricos, airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS, bancos em couro com ajustes elétricos e aquecimento, controle de estabilidade e tração, head-up display, rádio CD/MP3/USB/Bluetooth/Sirius com tela sensível ao toque de oito polegadas, rodas de liga leve de 17 polegada, volante multifuncional e aquecido, display central colorido, manopla do câmbio revestida em couro, câmara de ré. 
Preço nos Estados Unidos: US$ 43.950, cerca de R$ 96 mil.



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