17 de out. de 2013

Teste: Citroën C4 Grand Picasso - Riqueza de detalhes

Fotos: Divulgação
Teste: Citroën C4 Grand Picasso - Riqueza de detalhes
Na Alemanha, nova geração do Citroën C4 Grand Picasso se apresenta e mostra um aprimoramento generalizado

Ao lançar a nova geração das minivans C4 Picasso e C4 Grand Picasso, a Citroën promoveu uma evolução substancial nos dois modelos. A gama familiar francesa adotou uma nova plataforma modular – a EMP2, compartilhada com a segunda geração do Peugeot 308 –, cresceu em tamanho e ganhou tecnologia, com mais “gadgets” no interior do que nunca.
Pouco depois da variante com cinco lugares, a maior, que ganha o prefixo Grand, acaba de ser lançada na Europa para substituir a geração anterior. A missão é se colocar frente a concorrentes de peso, como Kia Carens, Opel Zafira Tourer e Ford S-Max.

Com 4,59 metros de comprimento – o mesmo que a geração anterior –, a nova Grand Picasso é 17 cm maior que a versão de cinco lugares, da qual se destingue não apenas pelo tamanho. Para completar o visual quase futurista, o modelo maior tem arcos – que formam os bagageiros de teto – pintados em cinza e que terminam envolvendo a última janela lateral, como uma grande letra “C”. Além disso, as lanternas traseiras também são no formato da terceira letra do alfabeto e se destacam, num conjunto bastante moderno. A enorme área envidraçada, assim como a menor altura da carroceria, completam o visual robusto e muito elegante. Na frente, o vinco que atravessa a dianteira e forma o emblema da marca entre capô e grade dianteira domina a vista e também agrupa os filetes de leds diurnos. Os faróis são separados e ficam em posição mais baixa.



Sob o capô, mais novidades. A Citroën elegeu a C4 Grand Picasso para estrear um novo motor diesel. Trata-se de um 2.0 litro BlueHDI, já em conformidade com as normas antipoluição Euro 6 – que entrará em vigor somente em setembro de 2014 na Europa. Ele produz 150 cv e, quando aliado à transmissão automática de seis marchas, pode emitir somente 110 g/km de CO2 e rodar até 23,8 km/l de diesel. Para conter as emissões, o propulsor utiliza o sistema SCR, de redução catalítica dos gases emitidos, semelhante ao já visto em caminhões e ônibus. O restante da gama é composta pelo conhecido 1.6 litro a gasolina com variantes de 120 cv e 155 cv – esta última turbinada. Há ainda outros dois diesel, com 90 cv e 115 cv. O mais fraco é acoplado a um câmbio automatizado de seis marchas para produzir 98 g/km de CO2 e ser isento de taxas para circulação em alguns centros urbanos europeus.

O interior também foi totalmente revisto e tem elementos trazidos de outros Citroën recentes. O volante de quatro raios – que abandonou o miolo fixo da geração anterior – concentra boa parte dos comandos do sistema de entretenimento e computador de bordo. Mas o destaque são as duas telas coloridas na parte central do painel. A maior, com 12 polegadas, fica no alto da peça, permite uma infinidade de configurações e exibe informações como velocímetro e GPS. A segunda, de 7 polegadas e sensível ao toque, substitui todos os controles tradicionais para itens como som e ar-condicionado e tem apenas sete botões sensitivos nas bordas – que são atalhos rápidos para as funções mais usadas.



As versões mais completas ainda trazem mimos como tampa do porta-malas acionada eletricamente, assistente de estacionamento e o sistema 360 Vision, composto por quatro câmeras que monitoram os arredores da minivan, vigiam pontos-cegos e ajudam no estacionamento. Os preços começam nos 24 mil euros – cerca de R$ 71 mil – para a C4 Grand Picasso Attraction com motor a gasolina e seguem até os 36.770 euros – R$ 110 mil – para a versão Exclusive com o novo motor BlueHDI e câmbio automático. A Citroën brasileira ainda não confirma a chegada do modelo. Mas, como a atual versão vendida aqui é importada da fábrica espanhola de Vigo, a gama não deve demorar a ser atualizada.

Primeiras impressões
Perfume francês
Berchtesgaden/Alemanha – Ao entrar na nova geração do Grand C4 Picasso, o interior impressiona pela modularidade. Tudo se move e se encaixa em posições diferentes. A segunda fileira de bancos é composta por três assentos individuais que podem ser deslizados para frente ou para trás conforme o tamanho de cada ocupante – também beneficiados pelo entre-eixos maior, de 2,84 m. Na terceira fila, o espaço é menor, mas ainda assim, dois adultos podem fazer uma curta viagem sem problemas. Há espaço para todos, ainda que os ocupantes dos assentos laterais traseiros possam sofrer com a curvatura da carroceria, que invade parte do espaço para ombros e cabeça.



Em movimento, a suspensão consegue realizar um bom trabalho entre absorver as irregularidades do asfalto e ainda entregar um comportamento dinâmico convincente. O nível de conforto é elevado, mesmo em alta velocidade – foi possível atingir cerca de 210 km/h nos trechos sem limite de velocidade das auto-estradas alemãs. O isolamento acústico é muito eficiente, e mesmo a tal velocidade, é possível manter uma conversa sem elevar o tom de voz. No entanto, a altura maior da minivan cobra seu preço e ela balança um pouco sob a ação de ventos laterais.

O painel, com dois mostradores digitais grandes, é bonito, mas demanda um certo tempo para se acostumar – principalmente pela posição central de ambos. Visualizar informações mais básicas, como velocidade e direções do navegador por GPS, pode ser mais difícil num primeiro momento com o carro. O novo motor diesel BlueHDI de 2.0 litros e 150 cv é brilhante, com muita suavidade no funcionamento, força em baixas rotações e consumo relativamente comedido. Nos 250 km percorridos entre Munique e Berchtesgaden, no Sul da Alemanha, a minivan consumiu 15,6 km/l de diesel. Uma boa marca, mas bem menos que os 23,8 km/l anunciados pela Citroën.



Ficha Técnica
Citroën C4 Grand Picasso BlueHDI 2.0
Motor:
Diesel, dianteiro, transversal, 1.997 cm³, quatro cilindros em linha, turbo, quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote e sistema de abertura variável de válvulas. Injeção direta e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 150 cv a 4 mil rpm.
Torque máximo:  37,0 kgfm a 2 mil rpm.
Velocidade máxima: 210 km/h.
Aceleração de zero a 100 km/h: 9,8 segundos.
Diâmetro e curso: 85,0 mm X 88,0 mm. Taxa de compressão: 16,5:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson e braço de alumínio e traseira com eixo rígido e molas helicoidais. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 205/60 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EBD de série.
Carroceria: Minivan em monobloco com quatro portas e sete lugares. Com 4,59 metros de comprimento, 1,82 m de largura, 1,64 m de altura e 2,84 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série.
Peso: 1.310 kg.
Capacidade do porta-malas: 645 litros.
Tanque de combustível: 55 litros.
Produção: Vigo, Espanha.
Itens de série: Ar-condicionado automático dual-zone, direção elétrica, trio elétrico, airbag frontal, lateral e de cortina, sensores de estacionamento, câmara de ré, freios ABS com EBD, controle de estabilidade, volante multifuncional, bancos dianteiros com ajuste elétrico e massageador, sensor de ponto cego, park assist, luzes diurnas de led, central multimídia com tela de sete polegadas sensível ao toque, rádio/CD/MP3/SD/USB/AUX/Bluetooth.
Preço na Europa: 36.150 euros – cerca de R$ 108 mil.


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