21 de set. de 2013

Um classico para chamar de seu : Saiba como importar um veiculo antigo

Importação de modelos com mais de 30 anos exige paciência, conhecimento e muito dinheiro. Mas o prazer não tem preço

Embora seja uma raridade, o mítico DeLorean pode ser importado, pois já completou 30 anos recentemente (Foto: Divulgação)

Para bancar certos prazeres, como trazer um clássico que está em outro país para a garagem de casa, uma poupança bem recheada não basta. Quem pensa em importar um veículo com 30 anos (ou mais), como um DeLorean DMC12 igual ao do filme De Volta para o Futuro, deve ter também paciência de sobra e, acima de tudo, muito cuidado.


Em resumo, esse processo inclui a filiação a um clube de carros antigos, a compra do modelo escolhido no exterior, obtenção de licenças, armazenagem do veículo, embarque, traslado e desembaraço no porto. A soma disso à burocracia Made in Brazil obriga o comprador a esperar por até cinco meses para poder curtir o novo membro da família. A lentidão existe porque diferentes órgãos precisam aprovar o negócio, como Ibama, Federação Brasileira de Veículos Antigos e Detran.
“Com tantos detalhes, importar um veículo por conta própria não é recomendável para quem não conhece bem o processo. Pequenos erros podem fazer com que o comprador perca o carro. É melhor recorrer a uma empresa especializada”, recomenda Renato Leone, proprietário da Brax Trading.
O Ford Mustang Fastback passou a ser o mais buscado depois do filme "60 Segundos" (Foto: Divulgação)
Se seguir esse conselho, o colecionador deve assinar uma procuração nomeando o despachante como responsável pela importação, além de fornecer comprovante de residência e a declaração do Imposto de Renda. “A Receita Federal verifica se o comprador possui recursos para custear todo o processo”, conta Murillo Cerchiari, dono da San Diego Motors.
Isso porque o custo do negócio, no fim das contas, é três vezes maior (em média) do que o valor do carro escolhido. “Só as etapas necessárias para a importação, que incluem serviços como frete no país de origem, licenças para importação e despesas portuárias, entre outras, custam algo em torno de US$ 12 mil, contando os serviços que prestamos”, diz Cerchiari.
Mini Cooper (Foto: Divulgação)
E tem mais. A carga tributária chega a representar inacreditáveis 180% do valor do veículo. Incidem sobre o antigo importado: Imposto de Importação (35%), Imposto sobre Produtos Industrializados (varia com a cilindrada, indo de 43% a 55%), Imposto sobre Circulação de Mercadorias (18% – varia de acordo com o estado), Cofins (9,6%) e PIS/Pasep (2%).
O prazer compensa tantas despesas, burocracias e demora. Pelo menos essa é a opinião do engenheiro Fernando Schaeffer, dono de um Mini Cooper 1964 trazido pela San Diego Motors. Seu clássico foi comprado no Canadá. “A papelada levou dois meses para ficar pronta, mas a viagem do Mini até aqui foi rápida. O carro embarcou em Montreal no dia 4 de março e chegou em Navegantes (SC) em 13 de abril.” O engenheiro diz que o custo do investimento representou 2,8 vezes o valor do carro. Satisfeito com o negócio, Schaeffer considera a ideia de importar outro modelo futuramente. “Tive uma grata
experiência. Com paciência, planejamento e uma boa assessoria o negócio dá certo.”
Os mais pedidos
O desejo maior dos clientes de Cerchiari é o Ford Mustang Fastback. O Chevrolet Corvette também tem boa procura. Jaguar E-Type, Porsche 356, Rolls-Royce e modelos da década de 1930 são outras raridades encomendadas por colecionadores. “Para 2014, um dos grandes destaques será a Ferrari Testarossa. Há clientes que já compraram o carro, só estão esperando virar o ano. Os Porsche também terão destaque”, diz o dono da San Diego. Já os clientes de Leone têm preferido modelos como o raro Maxwell 1908, ou o Ford Modelo T 1920. “Da década de 1980, modelos Chrysler, Dodge e Plymouth são os mais pedidos.”
Porsche 356 (Foto: Divulgação)

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