Com transmissão automática de seis velocidades, Chevrolet Prisma LTZ ganha competitividade
Por décadas, o consumidor brasileiro manteve um certo distanciamento dos câmbios automáticos. Pagava-se caro para contar com o equipamento, tido como artigo de luxo num passado ainda recente. No entanto, o trânsito cada vez pior das grandes cidades fez a transmissão automática ganhar relevância como um importante item de conforto.
De olho na demanda,
diversas marcas começaram a popularizar a oferta. Hoje são raros os
modelos que disponibilizam apenas câmbio mecânico. O Prisma era um
deles. Porém, para a linha 2014, a Chevrolet introduziu um câmbio
automático de seis velocidades no sedã compacto e melhorou o recheio da
configuração topo do modelo, a 1.4 LTZ. Desse modo, aumentou a
competitividade do Prisma diante das versões “top” dos rivais.Por décadas, o consumidor brasileiro manteve um certo distanciamento dos câmbios automáticos. Pagava-se caro para contar com o equipamento, tido como artigo de luxo num passado ainda recente. No entanto, o trânsito cada vez pior das grandes cidades fez a transmissão automática ganhar relevância como um importante item de conforto.
A proposta da marca é oferecer transmissão automática pelo preço de uma automatizada. O equipamento adiciona R$ 3 mil à configuração LTZ e eleva o preço do Prisma a R$ 49.990. Praticamente a mesma diferença cobrada pelas versões sem pedal de embreagem dos concorrentes Volkswagen Voyage, Fiat Grand Siena e Hyundai HB20S – R$ 2.730, R$ 2.020 e R$ 3.200, respectivamente. No entanto, os dois primeiros são automatizados – ou seja, câmbios mecânicos com mudanças robotizadas – e o da marca coreana, que também é automático de fato, com conversor de torque, é uma caixa antiga de quatro marchas. Mais moderna, a transmissão da Chevrolet é uma evolução da oferecida nas linhas de Cruze, Cobalt e Spin. Está disponível também na versão intermediária 1.4 LT do sedã e ainda no hatch Onix.
A nova transmissão explora bem o motor. O 1.4 usado é o Família I com alterações em peças como pistões e bobinas que reduziram o atrito e deixaram o propulsor mais leve. A unidade de força tem basicamente os mesmos números de desempenho da versão acoplada ao câmbio manual – a mínima diferença está na aceleração de zero a 100 km/h, cumprida em 10,1 segundos pelo Prisma automático – tempo 0,6 segundo mais rápido que o da versão manual. Gera 98 cv de potência com gasolina e 106 cv com etanol. O torque é de 12,9 e 13,9 kgfm, respectivamente, a 4.800 rpm.
Além do conforto proporcionado pela nova transmissão, outro fator que embala as vendas do Prisma é o design. O porte robusto combinado ao perfil com o para-brisas bem inclinado e o porta-malas curto cria um aspecto esportivo. A frente, derivada do hatch Onix, traz a atual identidade visual da Chevrolet com a grade bipartida e os faróis avantajados. Os vincos do capô sugerem agressividade.
A lista de equipamentos do Prisma LTZ traz itens como airbag duplo, ar-condicionado, trio elétrico, ABS e direção hidráulica, além de computador de bordo, rodas de liga leve de 15 polegadas e faróis de neblina. Além, é claro, do já conhecido sistema de entretenimento MyLink, que continua a ser um dos principais argumentos de vendas da linha compacta da Chevrolet.
Ponto a ponto
Desempenho – O motor
1.4 não faz muito esforço para puxar os 1.079 kg do Prisma LTZ
automático. Não dá para dizer que sobra vigor, mas o sedã acelera com
disposição. A transmissão automática de seis velocidades desenvolve um
trabalho competente junto ao propulsor. Nas retomadas acima dos 80 km/h,
a redução de marcha poderia ser mais ágil. Nota 8.
Estabilidade – O
Prisma chama a atenção pelo equilíbrio. Quase não se sente a carroceria
rolar e, nas curvas, predomina a sensação de controle sobre o carro.
Isso se repete tanto numa tocada mais pacata, na cidade, quanto em
velocidades mais elevadas. Nota 8.
Interatividade – O
MyLink é uma das principais atrações do Prisma LTZ. O sistema controla
diversas funções de entretenimento, como rádio com funções
CD/MP3/USB/Bluetooth/iPod, além de funcionar como uma extensão de alguns
aplicativos para smartphones. Não é necessário muito estudo para
aprender a operar o equipamento. A visibilidade do Prisma é boa à frente
e razoável para a traseira, devido à inclinação do teto em direção ao
terceiro volume. Todos os comandos mais importantes do carro estão bem
posicionados e o uso é intuitivo. A leitura do painel de instrumentos é
bastante clara. Nota 8.
Consumo – A Chevrolet
não cedeu nenhuma unidade do Prisma automático para o InMetro fazer
medições. Abastecido com gasolina, o computador de bordo do sedã
registrou uma média de 9,1 km/l em trajeto misto. Nota 7.
Conforto – O sedã
oferece espaço interno coerente com o que se espera do segmento de
compactos. Há espaço de sobra para as pernas, os ombros e cabeças dos
ocupantes dos bancos da frente. A densidade dos estofados também agrada,
assim como o trabalho feito pela suspensão. O conjunto absorve bem os
desníveis do solo. O isolamento acústico é eficiente e pouco se ouve do
motor e do ambiente externo. Nota 7.
Tecnologia – O motor
do Prisma não é novo. Trata-se de uma atualização do Família I,
propulsor introduzido no Brasil sob o capô do Corsa, em 1994. Em
compensação, o carro é construído sobre uma plataforma nova – a GSV,
sigla em inglês para veículos compactos globais. A transmissão também
tem concepção recente, assim como o conjunto suspensivo. Para completar,
a versão LTZ do sedã oferece boa lista de equipamentos de série, com
itens como trio elétrico, sensor de estacionamento traseiro e o sistema
MyLink. Nota 8.
Habitabilidade – O
ângulo de abertura das portas facilita bastante a entrada no carro,
tanto na frente, quanto atrás. Há espaços para guardar todo tipo de
objeto, desde os de acesso mais imediato, como carteira, telefone e
trocados para pagamento de pedágios, por exemplo, até copos e garrafas. Nota 7
Acabamento – Não há
requinte dentro do Prisma, embora o acabamento seja bem feito. Quase
tudo é corretamente arrematado. Uma rara exceção são as alças das
portas, que apresentam algumas rebarbas. Mas, na média, o resultado é
correto. Nota 7.
Design – As linhas do
Prisma estão entre as menos conservadoras do segmento. A linha do teto
cai em direção a traseira de modo que cria um perfil muito mais próximo
de um cupê do que de um sedã. O terceiro volume é bastante discreto. A
identidade visual da Chevrolet se faz presente na parte frontal, com a
grade dividida horizontalmente e os faróis anabolizados. Mas as linhas
estão mais proporcionais que as dos outros lançamentos mais recentes da
fabricante. Nota 8.
Custo/benefício – O
Prisma não é dos sedãs mais baratos. E na versão topo, isso se evidencia
ainda mais. Os R$ 49.990 pedidos pelo 1.4 LTZ automático colocam o sedã
da Chevrolet entre os mais caros do segmento. Perde apenas para o
Hyundai HB20S, que custa R$ 52.795 com motor 1.6 e oferece uma
ultrapassada transmissão automática de quatro marchas. A lista traz
ainda o Fiat Grand Siena com o automatizado Dualogic por R$ 44.080 –
quase R$ 6 mil mais barato – e o Volkswagen Voyage I-motion, também
automatizado, que custa R$ 48.920. Porém, nos dois modelos, as listas de
equipamentos das versões de topo são bem mais limitadas que a do
Prisma, fato que joga a favor do sedã da Chevrolet. Nota 7.
Total – O Chevrolet Prisma 1.4 LTZ automático somou 75 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Dupla dinâmica
O Prisma é um carro muito bem resolvido. Tem design inspirado, que impossibilita qualquer relação com a geração anterior. E, para completar, o interior também agrada. A lista de equipamentos também é convincente – principalmente pelo sistema MyLink, que deixa a vida dentro do carro bastante divertida. No entanto, faltava a opção de câmbio automático. E, quando a Chevrolet decidiu introduzir a caixa de seis velocidades, criou um conjunto realmente interessante.
O trabalho realizado pela dupla motor/transmissão agrada desde as primeiras marchas. O conjunto parece funcionar em melhor sintonia que na Spin, por exemplo, apesar da maior capacidade do motor da minivan. As marchas avançam conforme o esperado. Um pouco mais de suavidade nas trocas, porém, cairia bem. Dá para sentir alguns trancos, mas nada que chegue a incomodar ou atrapalhar o conforto.
Dentro do Prisma, aliás, o ambiente é agradável. Os bancos recebem bem os ocupantes da frente e oferecem apoios laterais que ajudam a segurar o corpo nas curvas. Algo que também chama a atenção positivamente no sedã é o isolamento acústico, mesmo quando o motor opera numa faixa mais elevada de rotações. Não sobra ruído na cabine para atrapalhar uma conversa em tom normal ou os acordes de guitarra reproduzidos com clareza e em boa potência pelo sistema de entretenimento MyLink.
Outra virtude do Prisma é a
estabilidade. O sedã atravessa trechos sinuosos sem perder o equilíbrio.
Quando enfrenta situações cotidianas, ruas de pavimentação ruim ou no
trânsito intenso, além de segurar bem o carro, a suspensão mostra bom
ajuste também em relação ao conforto. E no anda e para das grandes
metrópoles, a transmissão automática se revela uma grande aliada do
conforto. Principalmente para a perna esquerda do motorista.
Ficha técnica
Chevrolet Prisma 1.4 LTZ automático
Motor: Gasolina e
etanol, dianteiro, transversal, 1.389 cm³, quatro cilindros em linha,
duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção
multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Potência máxima: 106 e 98 cv a 6 mil rpm com etanol e gasolina.
Torque máximo: 13,9 e 12,9 kgfm a 4.800 rpm com etanol e gasolina.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,1 e 10,5 segundos com etanol e gasolina.
Velocidade máxima: 180 km/h.
Diâmetro e curso: 77,6 mm X 73,4 mm. Taxa de compressão: 12,4:1.
Pneus: 185/65 R15.
Peso: 1.079 kg.
Transmissão: Câmbio automático com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Suspensão: Dianteira
independente do tipo McPherson, com molas helicoidais com carga lateral,
amortecedores telescópicos e barra estabilizadora. Traseira
semi-independente com eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores
telescópicos hidráulicos.
Freios: Discos na frente e tambor atrás. ABS de série.
Carroceria: Sedã em
monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,28 metros de
comprimento, 1,71 m de largura, 1,49 m de altura e 2,53 m de distância
entre-eixos. Oferece airbag duplo de série.
Capacidade do porta-malas: 280 litros.
Tanque de combustível: 54 litros.
Produção: Gravataí, Rio Grande do Sul.
Itens de série:
Airbags frontais, freios ABS, banco do motorista com ajuste de altura,
direção hidráulica, chave canivete, direção com ajuste de altura, travas
e vidros elétricos, alarme, protetor de cárter, faróis com máscara
negra, lanternas escurecidas, rodas de liga leve em 15 polegadas,
ar-condicionado, faróis de neblina, MyLink, vidros traseiros e espelhos
elétricos e computador de bordo.
Preço: R$ 49.990.
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