Foi exatamente isto o que a Land Rover fez com o Range Rover Sport 2014. E no fim — surpresa! — eles conseguiram tornar um carro que já era muito bom ainda melhor.
Se você ainda não notou, a Jaguar-Land Rover está bem no meio de um renascimento. A Tata é generosa com o dinheiro e permite que os engenheiros britânicos dêem o seu melhor com interferências mínimas — coisa que nunca aconteceu na época da Ford —, o que vem resultando em recordes de vendas e lucros, e uma torrente de modelos novos e empolgantes. O novo Range Rover Sport é parte desta torrente, e eles precisaram acertar, pois é o veículo mais vendido da marca.
Assim como seu antecessor que saiu em 2005, o Sport é uma versão menor, mais barata e mais esportiva do Range Rover, feita para um público mais jovem e menos milionário. Mas se o velho Sport era baseado no Discovery/LR3, o novo é adaptado do seu novo irmão mais velho.
Resultado: os dois são impressionantemente semelhantes em muitos aspectos. O Sport usa a mesma plataforma, o mesmo monobloco de alumínio, o mesmo V8 com compressor mecânico, transmissão, alguns gadgets offroad como o Terrain Response 2 e sistemas para descer ladeiras, e o interior é quase idêntico.
Mas apesar da disponibilidade de um V6 com compressor mecânico para a versão básica do Sport, a maior diferença entre os dois é o tamanho. o Sport é cerca de 15 cm mais curto e 5,5 cm mais baixo do que o Range Rover no qual é baseado, o que resulta principalmente em uma linha de teto mais caída e tampa do porta-malas menor. Ele também pesa de 45 a 180 kg a menos do que o Range Rover, dependendo do motor que você escolher. Ele também é mais de 350 kg mais leve do que o Range Rover Sport anterior, o que é mesmo impressionante.
Em nosso teste, pudemos dirigir o Range Rover Sport nas rodovias do Norte a Califórnia e em um rancho de propriedade de um fã da Land Rover que se cedeu sua propriedade para o teste. Como o Range Rover, o Sport consegue enfrentar qualquer coisa em seu caminho.
A Land Rover insiste que o Range Rover e o Range Rover Sport miram em dois compradores em potencial diferentes, sendo que o primeiro seria para os mais velhos, ricos e aptos a ter o “melhor” de tudo. Mas o Sport é tão bom em tantos aspectos que eu não me surpreenderia se ele roubasse algumas vendas do SUV maior.
Por fora
O Range Rover Sport fica entre o Evoque e o Range Rover de topo, então meio que faz sentido que ele se pareça um pouco com os dois. Para mim, ele combina o melhor do design dos dois para criar o mais bonito de todos os Land Rover atuais.
Ele também parece bastante com seu irmão maior, mas é mais baixo, elegante e tem um teto mais caído. No geral, ele também é mais agressivo e mais atlético, o que faz sentido porque, como automóvel, é exatamente isto que ele é.
Por dentro
Eu tive um caso sério de déjà vu quando entrei no Sport, porque ele é quase idêntico ao Range Rover. Como este último, ele é de um bom gosto minimalista e cheio de materiais de altíssima qualidade
As mudanças em relação ao Range Rover incluem um volante menor, console central ligeiramente diferente, a adição de uma alavanca em vez de um seletor circular para trocar as marchas, bancos com mais apoio e… é isso. Mas isto é uma coisa boa. O interior do Range Rover é excelente, e eles merecem crédito por não diluí-lo.
E ele é melhor em termos de espaço para as pernas dos ocupantes traseiros do que o Sport anterior, basicamente a par do Range Rover, e agora vem com uma terceira fileira de bancos opcional que brotam no porta-malas traseiro. Você não passaria duas horas naqueles bancos, mas eles são bem úteis em uma emergência.
Como anda
Você pode escolher dois motores para seu Range Rover Sport, e ambos têm compressor mecânico. O básico é um V6 3.0 de 340 cv e 45,9 mkgf de torque, enquanto o outro é um V8 de cinco litros e 510 cv. Se os motores soam familiares, é porque são os mesmos do Jaguar F-Type.
Assim como é no F-Type, o V6 é uma joia rara. Ele entrega sua potência imediatamente e é bem fácil ultrapassar na rodovia. Para a maioria das pessoas este motor é mais do que adequado, e definitivamente no bom sentido.
Só fãs radicais de potência farão questão do V8. É o mesmo motor do Range Rover de topo, que já é absurdamente rápido. Adivinha o que acontece quando este motor é colocado em um carro menor e mais rápido? Exatamente, ele fica ainda mais rápido. Neste caso, o V8 talvez seja até rápido em excesso, chegando aos 100 km/h em menos de cinco segundos. É ridículo, e maravilhoso.
Freios
Os freios são impressionantes. No V6 são freios a disco de 13,8 pol na dianteira e na traseira, enquanto o V8 tem freios Brembo de 15 pol na frente e 14,7 pol atrás. Nem preciso dizer que eles param muito bem, especialmente no Sport mais potente.
Na verdade, me companheiro de teste e eu achamos que eles eram meio grudentos em velocidade baixa em locais off-road, principalmente em descidas. Mas isto é só um detalhe, e os freios excelentes não impedem que você faça off-road. Eles são ótimos no asfalto e longe dele.
Conforto
O rodar do Sport definitivamente é mais firme do que o do Range Rover, algo que se deve à suspensão mais esportiva. O V8 é ainda mais firme, mas nenhum dos dois é desconfortável em nenhum momento. Na verdade, impressiona o quanto este carro é confortável fora da estrada. Percorrer trilhas íngremes e escalar rochas não faz seus dentes parecerem que vão cair, e isto é impressionante.
Comportamento
Além da potência, as diferenças entre o V6 e o V8 ficam mais evidentes no quesito comportamento dinâmico. Quando testei o Range Rover, não liguei para a direção elétrica leve e assistida demais. Este carro usa o mesmo sistema, mas calibrado para deixar a direção mais pesada e esportiva. O Sport merece pontos por ser ágil e apto, e não parecer tão grande quanto é. A carroceria do V6 rola de forma perceptível, mas ele ainda é competente o bastante.
O V8, por outro lado, é um animal completamente diferente. Ele é bem firme, espalha bem menos nas curvas, e consegue ser divertido de verdade em estradinhas vicinais. Chega ao nível de um esportivo? Não, mas ele nem quer chegar, e sua capacidade de fazer curvas surpreenderá muita gente. Com qualquer um dos motores, ele é mais ágil e mais divertido do que o Range Rover graças a seu tamanho e peso menores.
Câmbio
A mais recente caixa de oito marchas dea ZF é um dos melhores automáticos convencionais do mercado hoje. Seu desempenho foi admirável quando testei o Range Rover, e ela também não desapontou no Sport.
A velocidade das trocas para cima e para baixo é o destaque, e as marchas seguram quando você precisa que segurem. Isto é ótimo em uma tocada mais animada ou off-road, quando às vezes você precisa ficar em primeira marcha ou sair na segunda. E quando você deixa no modo automático, ele parece saber a marcha que você quer, seja ultrapassando na rodovia ou subindo uma ladeira de 45° cheia de lama. Pontos para a a Land Rover por dar ao Sport um câmbio onde você passa as marchas da forma certa (puxe para subir, empurre para reduzir) e ótimas borboletas atrás do volante.
Ele só não é perfeito porque eu sempre engatava a ré em vez de colocar no modo park, porque a alavanca não se move de verdade, ela só vai para a frente e para trás. Eu quase atropelei um cara que estava atrás de mim porque eu achei que estava engatando a ré em vez de apertar o botãozinho “P”. Certas coisas não precisam ser reinventadas, e esta é uma delas.
Áudio
A Land Rover deu ótimos motores para este carro, e tiveram a decência de deixar o motorista ouvi-los roncar. O V6 é relativamente silencioso em velocidade de cruzeiro, mas quando você acelera ele solta um rosnado de satisfação ao menor sinal do grito do compressor. Mas o que vale seu dinheiro é o V8. O carro tem um ronco raivoso, retumbante, que, quando combinado com o som gordo do escapamento, te faz acelerar mais do que deveria. Só o ronco do V8 tem poder o suficiente para causar algumas multas por excesso de velocidade.
Como em seu irmão maior, o Range Rover Sport tem uma gama de sistemas Meridian, e o melhor deles é um de 1.700 watts e 23 alto-falantes. O som é incrível, e embora não seja potente como o Meridian 3D de 29 alto-falantes que pode vir no Range Rover, ainda é bom o bastante para te fazer desistir de ouvir música em qualquer outra coisa.
Mimos
Mais uma vez, ele tem todo os brinquedinhos do Range Rovert. O sistema multimídia com tela de 8 pol é responsivo e fácil de usar. É um dos melhores da atualidade.
Mas os melhores recursos são usados quando você decide tirar seu Range Rover Sport do asfalto. O Terrain Response 2 permite que você ajuste a altura em relação ao solo, acionar a reduzida e colocar o carro em cinco modos para diferentes tipos de terreno e condições climáticas. A tela sensível ao toque também mostra o ângulo dos eixos, a quantidade de torque sendo enviado para cada roda, e o quanto os diferenciais estão bloqueando.
Gosto dos brinquedos dos Range Rover porque eles não são só adaptações supérfluas como apps que postam status para o Facebook direto do carro. Eles servem a um propósito aqui, e funcionam muito bem.
Bottom Line
Vamos ser sinceros aqui: a maioria das pessoas que comprarem o Range Rover Sport jamais o levará para uma trilha. Mas a gente sabe que a maioria dos donos de Porsche 911 ou Ferrari não leva seus carros para a pista. Não há porque menosprezar o que ele é capaz de fazer, e suas habilidades fora de estrada são dignas de respeito máximo. Você tem conforto, estilo, velocidade e versatilidade caso queira ou precise.
Se antes havia algum estigma associado a comprar o Sport em vez do Range Rover, hoje não existe mais.
Ficha Técnica
Motor: V6 3.0 ou V8 5.0, ambos com compressor mecânicoPotência: 340 cv (V6) / 510 cv (V8)
Torque: 45,9 mkgf a 2.000 rpm (V6) / 63,7 mkgf entre 2.500-5.000 rpm (V8)
Transmissão: ZF automática de oito marchas
0-100: 6,9 s (V6) / 4,8 s (V8)
Velocidade máxima: 250 km/h
Tração: integral
Peso: 2.144 kg (V6) /2.310 kg (V8)
Lugares: 5 (mais uma fileira opcional, totalizando 7 lugares)
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