Após infortúnio na Inglaterra, piloto da Red Bull enfim celebrou a 4ª vitória em 2013 e 30ª na carreira no GP da Alemanha; Massa rodou e abandonou logo no começo
Ainda no carro, Sebastian Vettel comemora vitória em Nurburgring, sua primeira correndo no país natal (AP Photo/Martin Meissner)Para isso, o tricampeão da Red Bull precisou conter a força das Lotus de Kimi Raikkonen e Romain Grosjean ao longo de boa parte da nona etapa da temporada, especialmente depois que um carro de segurança, acionado na volta 24, por conta do risco causado pela Marussia de Jules Bianchi, que estava andando “solta” em marcha à ré pelo traçado, após apresentar um problema de motor e ser abandonada pelo francês.
Antes, na largada, o piloto da casa arrancou bem e tomou a ponta do pole Lewis Hamilton, dividindo a curva 1 com o inglês da Mercedes e seu companheiro de equipe, Mark Webber. Após aproveitar a preferência por dentro na perna à direita, o germânico abriu vantagem rapidamente e parecia rumar a mais uma daquelas suas vitórias fáceis, até a intervenção do safety car mudar o panorama da prova.
Àquela altura, Romain Grosjean havia dado o “pulo do gato” ao antecipar seu primeiro pitstop e se colocar em segundo lugar, enquanto o outro carro aurinegro, de Kimi Raikkonen, ultrapassou Hamilton em pista, na 19ª passagem. Quanto a Webber, o australiano foi vítima de um pitstop desastroso da quase sempre tão cirúrgica Red Bull, que não encaixou o pneu traseiro direito corretamente em seu RB9. Como consequência, o piloto do nº. 2 perdeu a roda ainda no pitlane, e seu arco acabou atingindo um cinegrafista da FOM. O profissional, chamado Paul Allen, caiu ao chão e sofreu ferimentos no rosto, mas foi levado ao centro médico do circuito em estado consciente. Segundo as primeiras informações, ele foi encaminhado, de helicóptero, ao hospital Koblenz, onde está sob observação.
Com os carros reagrupados, Vettel sofreu forte pressão de Grosjean por várias voltas. Depois da última janela de pitstops, o francês arrefeceu e a Lotus ordenou que ele cedesse posição para Raikkonen, que vinha mais rápido com compostos macios. O finlandês chegou a se aproximar do líder do campeonato e ameaçá-lo nas duas últimas passagens, mas o alemão manteve o sangue frio e chegou ao quarto triunfo na temporada, que também é o 40º em sua carreira.
Kimi voltou ao pódio, em segundo, com Grosjean em terceiro. Fernando Alonso teve mais uma atuação sólida a bordo da Ferrari e cruzou em quarto, mas parou o carro logo após receber a quadriculada e teve de voltar aos boxes de carona com um fiscal. Já seu companheiro de Ferrari, Felipe Massa, voltou a largar bem e ocupava o sexto posto quando, na abertura do quarto giro, rodou sozinho na entrada da curva 1 e abandonou.
Com os resultados, Vettel voltou a abrir na liderança do Mundial, indo para 157 pontos, contra 123 de Alonso. Raikkonen se consolidou em terceiro, com 116, enquanto Hamilton ficou estagnado em quarto, tendo 99. Massa ainda é o sétimo, com os mesmos 57. Nos construtores, a Red Bull foi a 250 e ponteia com 67 de vantagem sobre a Mercedes. A décima etapa da temporada será o GP da Hungria, marcado para o dia 28 de julho.
Confira como foi o GP da Alemanha, volta a volta:
Pré-largada: O clima está um pouco mais quente que o de sábado, com temperatura ambiente em 24°C e a da pista, em 41°C. Ventos a 13 km/h na direção nordeste. Dos 22 participantes, Massa, Alonso, Jenson Button, Nico Hulkenberg, Nico Rosberg e as duas Williams são os únicos que estão largando com pneus médios.
A largada do GP da Alemanha (AP Photo/Martin Meissner)
Volta 2: Sergio Pérez começa muito cedo o duelo interno da McLaren e ultrapassa Jenson Button pela nona colocação, na curva 1.
Volta 4: Massa roda sozinho logo no final da reta dos boxes. Sua F138 chicoteou de forma estranha para o lado esquerdo e o motor morreu, fazendo do brasileiro o primeiro abandono da tarde.
Volta 6: Hamilton realiza seu primeiro pitstop e retira o jogo de pneus macios, para colocar um novo de médios.
Volta 7: É a vez do líder Vettel procurar os boxes e mudar a borracha de tarja amarela por uma nova de banda branca.
Volta 8: Webber para e a Red Bull faz um trabalho desastroso. A porca não é apertada corretamente e o pneu traseiro direito se solta, acertando um cinegrafista tão logo o australiano arranca para voltar à corrida. A equipe traz o seu carro de volta à posição de troca e completa o trabalho, devolvendo-o à pista em 21º e último, a uma volta do líder.
Felipe Massa deixa o carro após rodar em Nurburgring (AP Photo/Martin Meissner)
Volta 12: Alonso adentra o pitlane para sua primeira parada, e segue com calçados médios para o segundo trecho de prova.
Volta 13: Após uma sequência mais longa do que o esperado, Grosjean enfim saca os pneus macios e retorna à pista com os médios. O francês se dá bem com a tática e regressa em terceiro, atrás apenas de Vettel e Button, que ainda não parou. Na curva 1, Hamilton ultrapassa o companheiro Rosberg, que também está alongando seu primeiro trecho, após a Mercedes pedir que o alemão “não segure” o inglês. Poucos metros adiante, Raikkonen despacha Nico e a ordem passa a ser Vettel, Grosjean, Button, Hulkenberg, Hamilton, Raikkonen, Rosberg e Alonso.
Volta 16: Rosberg vai para os boxes e Alonso sobe para sétimo. Agora, apenas Button, Hulkenberg e as duas Williams não trocaram pneus.
Volta 17: É a vez de Hulkenberg dar adeus ao quarto lugar e rumar aos pits para um novo jogo de médios.
Volta 19: Raikkonen usa a asa móvel na reta oposta e toma a quarta posição de Hamilton.
Volta 21: Button finalmente entra para sua parada, junto com Maldonado. Em quinto, Hamilton sofre intensa pressão de Alonso. Pelo rádio, o inglês reclama que “acha que colocou pneus diferentes dos rivais”, pois perdeu rendimento de forma brusca em relação aos rivais.
Em um dia abaixo das expectativas, Rosberg é pressionado por Hamilton e Raikkonen (AP Photo/Martin Meissner)
Volta 23: Bianchi sofre um estouro de motor e deixa a corrida, deixando bandeira amarela localizada na curva 13.
Volta 24: Lance bizarro: A Marussia abandonada de Bianchi fica parada em ponto de declive, e o carro começa a descer sozinho de marcha à ré, atravessando a pista na reta oposta. Por sorte, ninguém passava por ali no momento. O veículo de segurança é acionado e os quatro líderes, Vettel, Grosjean, Raikkonen e Alonso, aproveitam para fazer a segunda parada. Eles sustentam suas respectivas posições.
Volta 27: Webber aproveita o safety car e recupera a volta perdida no começo da prova.
Volta 30: Relargada. Vettel lidera com as duas Lotus logo atrás. Grosjean é segundo, acompanhado por Raikkonen, Alonso, Button, Hulkenberg, Hamilton, Maldonado, Pérez e Adrian Sutil. Ao fim da volta, o tricampeão germânico crava 1min36s549, a passagem mais rápida, e já abre um segundo sobre o vice-líder.
Volta 35: Vettel perde um pouco de rendimento e as duas Lotus encostam, iniciando uma briga tripla pela ponta.
Volta 40: Vettel consegue se aliviar dos ataques de Grosjean e reabre vantagem acima de um segundo, saindo dos riscos da asa móvel. Agora, o francês está mais para o companheiro Raikkonen e, sem o mesmo ritmo d’antes, vai para os boxes fazer sua terceira parada. Ele regressa calçado com compostos médios.
Volta 41: A fim de evitar ser superado por Grosjean, Vettel toma o rumo dos boxes, colocando um novo jogo de médios. O germânico consegue voltar ainda à frente do campeão de 2011 da GP2.
Romain Grosjean foi um dos destaques da parte intermediária da prova (AP Photo/Luca Bruno)
Volta 47: Button conclui mais um impressionante trecho longo com pneus médios e entra para a segunda parada, deixando o terceiro lugar para Vettel.
Volta 49: Raikkonen e Alonso entram para o terceiro e último pitstop. Ambos colocam pneus macios (o do finlandês é um já usado, enquanto o do espanhol é totalmente novo) e partem para uma sequência bastante agressiva no final. Kimi volta à pista quatro segundos atrás de Vettel, enquanto Alonso tem déficit de 8s4.
Volta 51: Button dá o troco em Pérez após ser ultrapassado pelo colega de McLaren no começo da prova, aplicando um “xis” na curva 1 para reassumir o quinto lugar.
Volta 55: A Lotus ordena pelo rádio que Grosjean abra para Raikkonen, colado nele, passar. O finlandês retorna ao segundo posto, a 2s5 do líder Vettel. Alonso segue em quarto, 4s6 atrás. Hamilton despacha Pérez e sobe para sexto.
Volta 60: Mesmo com Raikkonen dentro da zona de asa móvel, Vettel controla o ímpeto do escandinavo e garante seu primeiro triunfo em casa. Raikkonen e Grosjean confirmam o quarto pódio duplo da Lotus em sua nova fase, mesmo com os ataques de Alonso sobre o gaulês nas passagens finais. Hamilton supera seu ex-companheiro de McLaren, Button, e salva um quinto lugar no resultado final. Webber também confirma uma boa reação, ultrapassando Pérez para concluiur em sétimo. Os dois Nicos, Rosberg e Hulkenberg, fecham a zona de pontuação.
Raikkonen, Vettel e Grosjean, o pódio do GP da Alemanha de 2013 (AP Photo/Luca Bruno)
Vettel. Depois de um resultado decepcionante há uma semana, o alemão voltou a mostrar muita consistência e maturidade, aliando velocidade a momentos de paciência. Com isso, somente aos 25 anos, o alemão quebrou o tabu de nunca ter vencido em casa e se tornou o sexto piloto na história a romper a barreira das três dezenas de vitória na carreira. Menção honrosa à Lotus, que voltou a se mostrar tão competitiva quanto no começo da campanha.
DESTAQUE NEGATIVO
Massa e Ferrari. Independente de ter sido culpa dele ou falha do carro (a equipe ainda não esclareceu), o brasileiro e seu time vêm conseguindo jogar fora várias possibilidades de bons resultados com esses incidentes, o que nunca é bom para o piloto, nem para o certame de construtores. Também vale citar Jean-Éric Vergne, que, desde o anúncio da aposentadoria de Mark Webber, vem sendo ofuscado de forma veemente pelo colega de Toro Rosso, Daniel Ricciardo, e registrou mais um abandono neste domingo.
CURIOSIDADE
A volta mais rápida registrada por Alonso neste domingo foi a 20ª de sua passagem pela F1 a primeira desde o GP da Inglaterra de 2011, vencido por ele há mais de dois anos. Para a Ferrari, foi a FL de número 228, sendo a primeira desde o GP da Hungria de 2011, anotada por Massa.
Classificação final – GP da Alemanha:
Pole position: Lewis Hamilton (Mercedes) – 1min29s398
Volta mais rápida: Fernando Alonso (Ferrari) – 1min33s468
Líderes: Sebastian Vettel (Red Bull) – voltas 1 a 7; Mark Webber (Red Bull) – volta 8; Romain Grosjean (Lotus) – voltas 9 a 13; Sebastian Vettel (Red Bull) – voltas 14 a 41; Kimi Raikkonen (Lotus) – voltas 42 a 49; Sebastian Vettel (Red Bull) – voltas 50 a 60.
| Pos. | Piloto (Nac./Equipe) | Tempo |
| 1º. | Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault) | 60 voltas em 1h41min14s711 |
| 2º. | Kimi Raikkonen (FIN/Lotus-Renault) | a 1s0 |
| 3º. | Romain Grosjean (FRA/Lotus-Renault) | a 5s8 |
| 4º. | Fernando Alonso (ESP/Ferrari) | a 7s7 |
| 5º. | Lewis Hamilton (ING/Mercedes) | a 26s9 |
| 6º. | Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) | a 27s9 |
| 7º. | Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault) | a 37s5 |
| 8º. | Sergio Pérez (MEX/McLaren-Mercedes) | a 38s3 |
| 9º. | Nico Rosberg (ALE/Mercedes) | a 46s8 |
| 10º. | Nico Hulkenberg (ALE/Sauber-Ferrari) | a 49s8 |
| 11º. | Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes) | a 53s7 |
| 12º. | Daniel Ricciardo (AUS/Toro Rosso-Ferrari) | a 56s9 |
| 13º. | Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes) | a 57s7 |
| 14º. | Esteban Gutiérrez (MEX/Sauber-Ferrari) | a 1min00s1 |
| 15º. | Pastor Maldonado (VEN/Williams-Renault) | a 1min01s9 |
| 16º. | Valtteri Bottas (FIN/Williams-Renault) | a 1 volta |
| 17º. | Charles Pic (FRA/Caterham-Renault) | a 1 volta |
| 18º. | Giedo van der Garde (HOL/Caterham-Renault) | a 1 volta |
| 19º. | Max Chilton (ING/Marussia-Cosworth) | a 1 volta |
| Abandonaram: | ||
| Jean-Éric Vergne (FRA/Toro Rosso-Ferrari) | ||
| Jules Bianchi (FRA/Marussia-Cosworth) | ||
| Felipe Massa (BRA/Ferrari) |
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