Quando se menciona o sobrenome “Villeneuve”, naturalmente vêm à
cabeça as figuras de Gilles, o errático e virtuoso piloto dos anos
70/80, e Jacques, o campeão mundial de 1997. Mas houve também um menos
conhecido na dinastia de Québec, célebre pela eficiência nas competições
na neve.
Jacques Villeneuve Sr. – denominado assim para se diferenciar do sobrinho homônimo –, o L’Oncle Jacquo (“Tio Jacquo”, em português), foi o primeiro tricampeão mundial de snowmobiles e uma figura tão reverenciada no Canadá quanto os parentes mais famosos.
Espécie de “ovelha negra” na família, alheio ao charme da F1, Jacquo se distanciou da família no discurso: nunca apelou ao charme como Gilles ou à iconoclastia como Jacques. Sua aptidão era sentar a bota. E achar graça de si mesmo, um item raro entre pilotos.
Nascido em 4 de novembro de 1953, em Berthierville, a 79 km de Montreal, ele ingressou no esporte a motor apenas aos 23 anos, disputando o Honda Civic Volant Quebecois, uma competição para carros de rua. Venceu o campeonato em 1977 e progrediu à F-Ford, em 1978, onde foi vice-campeão.
Neste ínterim, ainda arranjou tempo para correr na Cannonball Baker, tradicional prova de rua nos EUA, e conquistar seu primeiro título no Mundial de Snowmobiles, pela marca americana Ski Doo.
No início dos anos 80, Jacquo se transferiu para a F-Atlantic, categoria que equivalia à F2 na América do Norte. E, de cara, impressionou: foi o estreante do ano em 1979 e conquistou oito vitórias e dois títulos consecutivos em 1980 e 1981.
Embora não tivesse corrido em nenhuma categoria júnior na Europa, suas atuações o credenciaram a uma vaga na Arrows. Como substituto do mediano Siegfried Stohr, disputaria as duas corridas finais do calendário: Montreal e Las Vegas.
Mas tirar um piloto da F-Atlantic para correr num time mediano da F1 àquela época era como hoje pinçar um rookie da Indy e obrigá-lo a pilotar um Williams e ser competitivo. As chances de dar errado eram imensas. E deu.
Em Montreal, Jacquo espatifou seu A3-Ford no treino livre e danificou a dianteira do carro. Numa época em que nem todos os inscritos alinhavam ao grid, o canadense fez o 28º tempo e não largou em Montreal. O fato se repetiu no Nevada: ele foi 5s mais lento que o pole Carlos Reutemann, da Ferrari, e ficou a 1s2 do último no grid. Como resultado, novamente não posicionou o A3 na grelha.
No ano seguinte, fragilizado pela morte de Gilles, Jacquo se afastou da F1. Disputou a Can-Am com um Lola T296 e obteve com honra o segundo título no Mundial de Snowmobile, em condições extremamente gélidas no Eagle River.
Ainda nesta temporada, estreou na Cart pela equipe Jamieson, e foi relativamente bem. A bordo de um Eagle-Cosworth, partiu em 24º na etapa de Phoenix e encerrou a corrida em 14º.
Em 1983, Villeneuve tentou a F1 pela segunda vez. Trouxe dinheiro obtido nas provas de Can-Am e Cart à equipe britânica RAM e cavou uma inscrição no GP do Canadá. Desta vez, teve tempo para se familiarizar com o carro nos treinos livres: um limitado 01-Ford – um dos únicos modelos com motor aspirado no grid àquela época. Nos treinos classificatórios, contudo, não se entendeu (veja só) com os pneus Pirelli e fez o penúltimo tempo. Sua carreira de monopostos na Europa terminara: ele nunca alinharia um F1 no grid.
Mas Jacquo não arrefeceu. Em 1984, fez sua primeira temporada na Cart e conquistou uma pole em Phoenix. Foi ainda mais long no ano seguinte: tornou-se o primeiro canadense a vencer na categoria após um thriller em Elkhart Lake – a prova foi disputada sob chuva e Al Unser Jr., líder durante boa parte do páreo, bateu a 14 voltas do fim – e encerrou o campeonato entre os dez primeiros.
Em 1986, foi campeão mundial de snowmobile pela terceira vez – o único na história com tal honra – e disputou as 500 Milhas de Indianápolis, abandonando no 154º giro por uma falha mecânica.
A partir daí, diminuiu sua atividade no automobilismo e restringiu sua atuação a participações esporádicas em provas de Indy, F-Atlantic e Mundial de Snowmobile.
Ainda hoje, Jacquo está ativo. Em 2008, sofreu um grave acidente numa prova de snowmobile e lesionou as pernas e a região pélvica. Não aguentou a saudade das pistas e voltou no início deste ano, numa corrida em Valcourt. Seu nome está gravado no Hall da Fama do Automobilismo Canadense desde 2001.
Jacques Villeneuve Sr. – denominado assim para se diferenciar do sobrinho homônimo –, o L’Oncle Jacquo (“Tio Jacquo”, em português), foi o primeiro tricampeão mundial de snowmobiles e uma figura tão reverenciada no Canadá quanto os parentes mais famosos.
Espécie de “ovelha negra” na família, alheio ao charme da F1, Jacquo se distanciou da família no discurso: nunca apelou ao charme como Gilles ou à iconoclastia como Jacques. Sua aptidão era sentar a bota. E achar graça de si mesmo, um item raro entre pilotos.
Nascido em 4 de novembro de 1953, em Berthierville, a 79 km de Montreal, ele ingressou no esporte a motor apenas aos 23 anos, disputando o Honda Civic Volant Quebecois, uma competição para carros de rua. Venceu o campeonato em 1977 e progrediu à F-Ford, em 1978, onde foi vice-campeão.
Neste ínterim, ainda arranjou tempo para correr na Cannonball Baker, tradicional prova de rua nos EUA, e conquistar seu primeiro título no Mundial de Snowmobiles, pela marca americana Ski Doo.
No início dos anos 80, Jacquo se transferiu para a F-Atlantic, categoria que equivalia à F2 na América do Norte. E, de cara, impressionou: foi o estreante do ano em 1979 e conquistou oito vitórias e dois títulos consecutivos em 1980 e 1981.
Embora não tivesse corrido em nenhuma categoria júnior na Europa, suas atuações o credenciaram a uma vaga na Arrows. Como substituto do mediano Siegfried Stohr, disputaria as duas corridas finais do calendário: Montreal e Las Vegas.
Mas tirar um piloto da F-Atlantic para correr num time mediano da F1 àquela época era como hoje pinçar um rookie da Indy e obrigá-lo a pilotar um Williams e ser competitivo. As chances de dar errado eram imensas. E deu.
Em Montreal, Jacquo espatifou seu A3-Ford no treino livre e danificou a dianteira do carro. Numa época em que nem todos os inscritos alinhavam ao grid, o canadense fez o 28º tempo e não largou em Montreal. O fato se repetiu no Nevada: ele foi 5s mais lento que o pole Carlos Reutemann, da Ferrari, e ficou a 1s2 do último no grid. Como resultado, novamente não posicionou o A3 na grelha.
No ano seguinte, fragilizado pela morte de Gilles, Jacquo se afastou da F1. Disputou a Can-Am com um Lola T296 e obteve com honra o segundo título no Mundial de Snowmobile, em condições extremamente gélidas no Eagle River.
Ainda nesta temporada, estreou na Cart pela equipe Jamieson, e foi relativamente bem. A bordo de um Eagle-Cosworth, partiu em 24º na etapa de Phoenix e encerrou a corrida em 14º.
Em 1983, Villeneuve tentou a F1 pela segunda vez. Trouxe dinheiro obtido nas provas de Can-Am e Cart à equipe britânica RAM e cavou uma inscrição no GP do Canadá. Desta vez, teve tempo para se familiarizar com o carro nos treinos livres: um limitado 01-Ford – um dos únicos modelos com motor aspirado no grid àquela época. Nos treinos classificatórios, contudo, não se entendeu (veja só) com os pneus Pirelli e fez o penúltimo tempo. Sua carreira de monopostos na Europa terminara: ele nunca alinharia um F1 no grid.
Mas Jacquo não arrefeceu. Em 1984, fez sua primeira temporada na Cart e conquistou uma pole em Phoenix. Foi ainda mais long no ano seguinte: tornou-se o primeiro canadense a vencer na categoria após um thriller em Elkhart Lake – a prova foi disputada sob chuva e Al Unser Jr., líder durante boa parte do páreo, bateu a 14 voltas do fim – e encerrou o campeonato entre os dez primeiros.
Em 1986, foi campeão mundial de snowmobile pela terceira vez – o único na história com tal honra – e disputou as 500 Milhas de Indianápolis, abandonando no 154º giro por uma falha mecânica.
A partir daí, diminuiu sua atividade no automobilismo e restringiu sua atuação a participações esporádicas em provas de Indy, F-Atlantic e Mundial de Snowmobile.
Ainda hoje, Jacquo está ativo. Em 2008, sofreu um grave acidente numa prova de snowmobile e lesionou as pernas e a região pélvica. Não aguentou a saudade das pistas e voltou no início deste ano, numa corrida em Valcourt. Seu nome está gravado no Hall da Fama do Automobilismo Canadense desde 2001.
Participe! Deixe aqui seu comentário. Obrigado!
Disponível no(a):http://tazio.uol.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário