6 de jun. de 2013

Teste: Ducati Hypestrada - Diversão a longo prazo

Fotos: Divulgação
Teste: Ducati Hypestrada - Diversão a longo prazo
Ducati Hypestrada tenta pegar fórmula esportiva e aplicá-la ao uso em estradas


Dá para dizer que a Ducati Hypermotard é uma espécie de crossover no mundo das motos. Tem proposta de fazer uma ponte entre esportividade e alta capacidade off-road. Mas, durante a sua primeira geração – que durou entre 2005 e 2012 –, pecava na parte do conforto.
Ao renovar o seu modelo, no final do ano passado, a fabricante italiana resolveu o problema. Lançou a Hyperstrada, uma espécie de versão estradeira da Hypermotard. Tudo para deixar a interessante proposta do modelo ainda mais versátil e abrangente.

A Hyperstrada nada mais é que uma derivação da Hypermotard, mas com algumas alterações importantes. O guidão, por exemplo, é dois centímetros mais alto para melhorar a posição de dirigir. O assento redesenhado, a adição de baús laterais e para-brisa e um rebaixamento da suspensão também foram modificações realizadas para aumentar o conforto nas estradas. De resto, é tudo igual a segunda geração da Hypermotard, apresentada mundialmente durante o Salão de Milão de 2012.



E isso é boa coisa. O motor Testratretta foi todo renovado. Agora tem 821 cc e refrigeração líquida. O bicilíndrico gera 110 cv de potência a 9.250 rpm e torque de 9,1 kgfm a 7.750 rotações. Mas há diferentes maneiras de entregar essa força, dependendo do modo de condução selecionado. No acerto Sport, os 110 cv estão disponíveis e ganham menos interferência dos sistemas eletrônicos de segurança. O intermediário é o Touring, com a mesma força, mas com entrega mais linear. O último é o Urban e limita o propulsor a 75 cv.

Outro ponto em que a Hypermotard – e consequentemente a Hyperstrada – evoluiu foi em sua construção. O chassi continua feito em treliça – como já é tradicional na Ducati. Mas agora conta com um subframe posterior todo feito em alumínio. A distância entre-eixos cresceu. Passou de 1,46 m para 1,50 m, exatamente para beneficiar o uso em curvas de raio longo, comuns em estradas. A suspensão dianteira é invertida, enquanto a traseira traz um monoshock ajustável. A adição destes poucos equipamentos encarece o preço da Hyperstrada em relação à versão original. Na Itália, a estradeira custa 12.800 euros, próximo a R$ 36 mil, contra 11.490 euros da motard, cerca de R$ 32 mil.


Primeiras impressões

Agressividade exacerbada

Toscana/Itália – O primeiro contato com a Hyperstrada traz uma dose inicial de estranhamento. É que a posição de pilotar é desconfortável e até sacrificada. O espaço entre o assento e o guidão é muito pequeno, o que atrapalha toda a ergonomia da moto. Algo que não seria grande problema se a proposta fosse de uma esportiva. Entretanto, como esta versão tenta valorizar exatamente o conforto ao rodar, a forçada posição de pilotar é um falha grave.

É preciso algum tempo e algumas curvas para se acostumar com a Hyperstrada. Mas quando isso acontece, o convívio é fluido e divertido. O guidão grande ajuda nas manobragens e na dirigibilidade e o motor é disposto em qualquer regime de giros. Ele permite acelerações decididas e com muita força. O modo Urban, o mais manso dos três, já conta com ímpeto suficiente para qualquer que seja a necessidade, com respostas rápidas, suaves e lineares do propulsor. O acerto Touring aumenta bastante a diversão em cima da Hyperstrada. Mas o Sport é exagerado demais, com muitos trancos e ferocidade exacerbada.

O comportamento dinâmico da moto é excelente. Assim como os freios, incansáveis mesmo no molhado. Mas, não há como fugir da ideia de que a Hyperstrada é mais hiper do que estrada. Mesmo que a adição dos baús laterais a transformem em uma “devoradora de quilômetros”. De fato, ela é mais versátil e utilizável que a Hypermotard – porém, não revoluciona o mundo das motos estradeiras.



Ficha técnica

Ducati Hyperstrada

Motor: Gasolina, 821 cm³, dois cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, com refrigeração a água e injeção eletrônica.
Câmbio: Manual de seis marchas.
Potência máxima: 110 cv a 9.250 rpm.
Torque máximo: 9,1 kgfm a 7.750 rpm
Diâmetro e curso: 88,0 mm X 67,5 mm.
Taxa de compressão: 12,8:1
Suspensão: Dianteira invertida com garfo telescópico de 43 mm com 170 mm de curso. Traseira com monoamortecedor progressivo ajustável com 175 mm de curso.
Pneus: 120/70 R17 na frente e 180/55 R17 atrás.
Freios: Dois discos semiflutuantes de 320 mm, pinças Brembo com quatro pistões na frente e disco simples de 245 mm e pinça com pistão duplo na traseira.
Dimensões: 2,10 metros de comprimento total, 0,86 m de largura, 1,15 m de altura, 1,50 m de distância entre-eixos e 0,87 m de altura do assento.
Peso: 175 kg.
Tanque do combustível: 16 litros.
Produção: Borgo Panigale, Itália
Lançamento mundial: 2012.
Preço na Itália: 12.800 euros, equivalente a R$ 36 mil.







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Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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