28 de jun. de 2013

Guia: F1 tenta superar polêmica Mercedes/Pirelli


Felipe Massa, da Ferrari, em Silverstone (Jakob Ebrey/LAT)Felipe Massa, da Ferrari, em Silverstone (Jakob Ebrey/LAT)
 
A F1 chega a Silverstone neste final de semana tentando deixar para trás o caso do teste secreto de pneus que a Mercedes realizou com a Pirelli e voltar a se concentrar no campeonato que acontece dentro da pista. Este, por sinal, que também pode estar começando a ser decidido, apesar de estar apenas na metade da temporada.

Com uma boa regularidade, Sebastian Vettel parte para a oitava etapa do ano com 36 pontos de vantagem para o seu rival mais próximo na classificação geral, Fernando Alonso. O terceiro colocado, Kimi Raikkonen, que começou 2013 com vitória, já está demonstrando que a Lotus deve ter problemas para acompanhar o ritmo de desenvolvimento de Red Bull e Ferrari e já está a 48 pontos do líder.
Para melhorar a situação do piloto alemão, a Red Bull normalmente se dá bem no GP da Inglaterra. Nos últimos quatro anos, venceu três. A única derrota, em 2011, justamente para Alonso, só aconteceu por conta de um erro no pitstop de Vettel, que liderava a prova desde o começo.
Sendo assim, se os rivais não ficarem espertos e iniciarem uma reação em Silverstone, que marca o início de uma sequência de três corridas em um mês antes da parada de agosto, o atual tricampeão pode iniciar uma caminhada ainda mais tranquila rumo ao seu quarto título consecutivo no Mundial.

PONTOS CRÍTICOS

O circuito de Silverstone passou por modificações importantes nos últimos 20 anos e seu traçado já é bem diferente da versão bastante veloz que existia até o final da década de 90. Para se ter ideia, Alain Prost venceu o GP da Inglaterra de 1990 com média de 233,6 Km/h. Mesmo com a evolução dos carros, atualmente o vencedor faz em torno de 215 Km/h.
Silverstone
Apesar das modificações, a pista continua sendo bastante rápida e tem como característica principal suas curvas de alta velocidade e suas sequências de “esses”, que exigem bastante da parte aerodinâmica dos carros. Em pelo menos cinco pontos, os pilotos fazem a frenagem a mais de 280 Km/h. Os trechos que se destacam:
Curvas 6 e 7: são lentas, mas importantes, já que levam para um importante ponto de ultrapassagem, por isso, contorná-las bem é essencial tanto para atacar quanto para defender. Fazem a ligação da parte mais nova do traçado, inaugurada em 2010, ao trecho tradicional.
Curva 9: apesar do costume dos números para indicar as curvas, em Silverstone, a F1 se sente mais em casa para lembrar os verdadeiros nomes das curvas. E a Copse é um desses pontos que ninguém esquece. Antes da mudança de posição do grid, era a curva 1. Apesar de ter perdido este status, continua sendo um ponto importante de ultrapassagem.
Curvas 10 a 14: sequência de alta formada pela Maggots, Becketts e Chapel. Com certeza, um dos trechos que os pilotos mais gostam em todo o calendário da categoria, com mudanças de direção em alta velocidade. Não é raro ver alguém perdendo o caminho por aqui.
Curva 15: a Stowe é outro ponto importante e lendário do circuito de Silverstone. Os pilotos chegam em alta velocidade, acima dos 300 Km/h, para uma freada que normalmente promove boas oportunidades de ultrapassagem.
2010 British Grand Prix - Saturday

PNEUS

O circuito de Silverstone está entre os que mais exigem dos pneus por suas características de curvas de alta velocidade, que exigem uma boa aderência mecânica, pois o nível aerodinâmico utilizado pelas equipes é médio, para tentar aproveitar as retas, e asfalto abrasivo. Por isso, a Pirelli leva para a etapa seus dois compostos com maior durabilidade: médio e duro.
Mesmo assim, o diretor esportivo da fornecedora, Paul Hembery, espera estratégias com três ou até quatro pitstops na corrida do próximo domingo.
A marca também está levando para a prova um pneu com novidades. Como não teve autorização da FIA e das equipes para fazer uma alteração nos compostos, a empresa italiana fez uma mudança apenas no procedimento de construção, com uma forma diferente de colagem da correia de aço interna à borracha. Assim, a empresa espera diminuir os problemas de dechapamento dos seus pneus que aconteceram nas últimas etapas.


ASA MÓVEL

Apesar dos pontos de alta velocidade, por não ter freadas muito fortes, as ultrapassagens não são muito fáceis em Silverstone. A asa móvel acaba tem uma participação importante para o aumento das manobras.
Serão dois pontos de ativação: entre as curvas cinco e seis, no trecho construído mais recentemente do circuito e onde tem um efeito maior. O ponto de detecção da diferença é um pouco antes, na freada da curva três, que leva para uma sequência de três curvas em baixa.
O segundo trecho é entre as curvas 14 e 15. Como os carros já entram em velocidade e a freada ao final da rega do hangar não é tão forte, as ultrapassagens não acontecem com tanta facilidade, mesmo com a asa móvel. O ponto de detecção é antes da curva 11, que leva para a famosa sequência de direita e esquerda da Maggots à Chapel.

PREVISÃO DO TEMPO

Sexta-feira: chuva fraca, possibilidade de precipitações em 50% (máx. 18°C min. 11°C)
Sábado: parcialmente nublado, sem possibilidades de chuva (máx. 19°C min. 12°C)
Domingo: parcialmente nublado, sem possibilidades de chuva (máx. 22°C min. 12°C)

FIQUE DE OLHO

A Red Bull é favorita à vitória na corrida, especialmente com Sebastian Vettel. Não é improvável que o alemão tenha um domingo tranquilo como o que aconteceu no Canadá. O time tem tido uma dominância tão grande em Silverstone nos últimos anos, que uma dobradinha também não é algo a ser descartado.
No bolo atrás, fica a briga entre Ferrari, Lotus e Mercedes pelo pódio. Os italianos vêm conseguindo se destacar em corrida dos rivais enquanto os ingleses já não conseguem mostrar o mesmo desempenho que tiveram no começo do ano.
Já a equipe da marca da estrela de três pontas evoluíram bastante nas últimas etapas, mas ainda apresentam problemas no ritmo de corrida. O fato do traçado ser bastante exigente com os pneus podem ser um ponto contra o time de Lewis Hamilton e Nico Rosberg.
Retrospecto dos pilotos em Silverstone (desde 2000):

RETROSPECTO BRASILEIRO

Emerson Fittipaldi, Ayrton Senna e Rubens Barrichello são os brasileiros que já venceram o GP da Inglaterra. No total, já foram quatro triunfos do país na prova. A primeira foi em 1972, no circuito de Brands Hatch, com Fittipaldi e seu Lotus 72D. O bicampeão voltou a triunfar em 75, desta vez de McLaren e em Silverstone.
Ayrton Senna, que fez muito sucesso nas categorias base em Silverstone, conquistou sua única vitória no circuito na F1 em 1988, com o lendário modelo MP4-4 da McLaren, que o levaria também ao seu primeiro título mundial ao final daquela temporada.
Ayrton Senna em Silverstone, em 1988 (Foto: AP Photo/John Redman)
Ayrton Senna em Silverstone, em 1988 (Foto: AP Photo/John Redman)

A última vez que um brasileiro subiu no degrau mais alto do pódio inglês foi em 2003, com Rubens Barrichello, em uma das melhores (se não a melhor) atuações do piloto em sua carreira na F1.

FICOU PARA A HISTÓRIA

Foi onde tudo começou. No dia 13 de maio de 1950, Silverstone sediou a etapa inaugural do primeiro Campeonato Mundial da F1. Aquele era o quinto GP da Inglaterra da história e o terceiro realizado no circuito após o término da II Guerra Mundial.
A corrida teve 21 pilotos em seu grid representando nove países. Cerca de 200 mil pessoas foram ao autódromo para assistir à prova. Após 70 voltas, ela terminou com uma trifeta da Alfa Romeo liderada pelos italianos Giuseppe Farina e Luigi Fagioli, com o britânico Reg Parnell em terceiro.
GP Inglaterra 1950 Silverstone

COMISSÁRIO CONVIDADO

NIGEL MANSELL
Data de nascimento: 8 de agosto de 1953 (59)
GPs na F1: 187
Vitórias: 31
Títulos: 1 (1992)
Equipes: Lotus (1980-84), Williams (85-88, 91-92 e 94), Ferrari (89-90) e McLaren (95)

PROGRAMAÇÃO

Sexta-feira
6h – 7h30: treino livre 1
10h – 11h30: treino livre 2
Sábado
6h – 7h : treino livre 2
9h – 10h: classificação
Domingo
9h – 52 voltas

Participe! Deixe aqui seu comentário. Obrigado! Disponível no(a):http://tazio.uol.com.br/

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