Feito para brigar com Chevrolet Opala, clássico não vendeu bem, mas deixou uma legião de fãs; Confira a história do esportivo nacional
Numa época em que as grandes atrações no portfólio da Ford eram o popular Corcel e o luxuoso Galaxie, o "Maveco" veio com a missão de alavancar as vendas da marca no Brasil e era também uma resposta da montadora ao bem sucedido Opala, da rival Chevrolet.
O carro foi lançado com toda a pompa que a ocasião pedia. Até Emerson Fittipaldi, grande estrela da Fórmula 1 naqueles anos, participou da divulgação da máquina, acelerando o possante no Autódromo de Interlagos (assista ao vídeo aqui).
O lançamento chegou às revendas apenas na versão cupê, com três versões de acabamento: Super, Super Luxo e GT. As versões de entrada e intermediária traziam um bloco 3.0 de seis cilindros capaz de entregar 112 cv de potência.
Mais barato, leve e econômico, o novo Corcel chegou em 1978 e fez com que o irmão perdesse espaço de vez. O último Maverick deixou as linhas de produção em abril de 1979, com apenas seis anos de produção.
Legião de fãs
Embora não tenha emplacado como um grande sucesso em seu tempo, o Maverick entrou posteriormente para o hall dos grandes clássicos nacionais. Hoje, o carro é considerado uma lenda entre os entusiastas de automóveis antigos e custa mais do que um veículo 0km. "Existe uma valorização muito grande do modelo atualmente. Na internet, chegam a pedir até mais de R$ 60 mil", conta Alexandre Sharin, proprietário de um Maverick GT 1976, adquirido há quatro anos no site de compras Mercado Livre. "Paguei R$ 22 mil na época. O carro estava caindo aos pedaços, cheio de ferrugem, com teia de aranha, nem freio tinha", lembra Sharin, membro do Maverick Clube do Rio Grande do Sul.
Enquanto Alexandre curte a "pegada masculina" do Maveco, Cleiton Neves, presidente do Maverick Clube de Brasília, ressalta a "feminilidade" do Ford. "As linhas lembram o formato de um corpo de uma mulher. Se você reparar bem, encontra uma semelhança da traseira dele com a de quadril feminino. Talvez seja por isso que eu goste tanto do carro", brinca Neves, dono de Maverick 1975.
Rui Carlos de Araújo Filho também é adepto do "faça você mesmo". Piloto e mecânico, o membro do Maverick Clube do Rio de Janeiro transformou seu Maverick 1975 e preparou uma máquina bruta para a pista. "Eu mesmo fiz as modificações no carro, que despeja em torno de 500 cv e atinge 250 km/h de velocidade máxima", explica Rui. "Gosto dos aspectos mecânicos do Maverick. É um carro muito forte e que me traz um aspecto nostálgico, já que meu pai também é mecânico, fã do carro e viveu a época de lançamento do Maverick", finaliza Araújo.
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