23 de mai. de 2013

A incrível história do primeiro protótipo do McLaren F1


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Não estou falando dos esboços de Gordon Murray, nem do Ultim GTR que foi usado como protótipo. Esta é a história de como foi construída a primeira unidade de um dos maiores carros de todos os tempos, o McLaren F1.

Tudo começou com um cara que precisava pegar um avião e disse à equipe que “faça chuva ou sol, o primeiro carro deve estar andando até o Natal”. Esse cara era Gordon Murray, e na manhã de 23 de dezembro ele escolheu uma camisa colorida para combinar com seu bigode estiloso. Ele também tinha a chave do melhor carro do mundo, a materialização de sua genialidade engenheira. Ele estava determinado a dirigi-lo naquela manhã.
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Aprendi tudo isso com o livro “Driving Ambition — A História Oficial do McLaren F1″, escrito por Doug Nye, Ron Dennis e Gordon Murray. Aqui está o resto da história, e ela fica ainda mais louca.
O primeiro monocoque/chassi protótipo para o primeiro McLaren F1 “real” — com número de série XP1 — absorveu 6.000 horas de manufatura em Shalford, e depois foi entregue à Genesis — pronto para receber o conjunto mecânico — no começo de dezembro de 1992.
“Gordon havia pedido que o primeiro carro estivesse funcionando até o Natal, e a equipe trabalhou como condenada para garantir que isso aconteceria”.
“Gordon tinha um voo marcado para a África do Sul às 15h de 23 de dezembro. Ele estava implacavelmente determinado a ser o primeiro a dirigir o carro, “mesmo que fosse por 10 ou 20 metros no estacionamento… muitos pensavam que ele havia abandonado a prática de virar a noite trabalhando depois que saiu da Fórmula 1, mas logo perceberam que não, mas todos foram fantásticos!”
A agitada finalização do “XP1″ ficou conhecida na McLaren Cars desde então como “o fim de semana perdido”. Ninguém dormiu. A esposa do mecânico Paul Flood estava prestes a dar à luz. No meio da correria da McLaren ele tirou uma hora para acompanhar o parto, e voltou correndo para trabalhar…
E você achou que seu chefe era severo! Ainda assim, acho que quando seu trabalho é o melhor do Império Reino Unido, questões pessoais como o nascimento de um filho podem ser um problema. Mas no fim tudo acaba bem.
Na metade da manhã de 23 de dezembro, a oficina da Genesis estava repleta de fantasmas pálidos e exaustos enquanto o “XP1″ era colocado no chão da oficina. Com os técnicos em eletrônica da TAG trabalhando, Gordon apertou o botão de partida e o imenso V12 da BMW acordou para a vida. Embreagem pressionada, ele engatou a marcha e soltou o pedal de embreagem… mas o McLaren F1 “XP1″ simplesmente continuou imóvel. A embreagem se recusava a acoplar. Gordon: “Tentamos ajustá-la, mas ela perdeu o ajuste”. Tinha que ser alguma falha de montagem, o eixo piloto muito longo, impedindo o acoplamento. Os caras desparafusaram a caixa, a inclinaram, e colocaram espaçadores para que a embreagem pudesse agarrar o volante”.
Assim no improviso o “XP1″ saiu da oficina, cercado por tota a equipe da Genesis exultante estourando champanhe. Aquela pequena revolução que estava prestes a reescrever os padrões mundiais do alto desempenho automobilístico foi então dirigido por cerca de 300 metros até a sede da TAG-McLaren no outro lado da rua para ser pesado em uma balança de Fórmula 1. O resultado — ainda sem algumas peças e sem pintura — foi 1.003 kg. Gordon realizou seu plano e foi para casa dormir feliz, assim como o resto de sua equipe. Uma merecida folga para a véspera de Natal
(Nota pessoal: preciso muito ter este livro)
Agora que você sabe como tudo aconteceu, acho que é uma boa hora para mostrar as fotos que documentaram aquela manhã, vindas diretamente do baú de tesouros da McLaren. Farei o máximo para mantê-las em ordem cronológica:
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A história do XP1 não durou muito. Durante um teste de clima quente no deserto da Namíbia, um engenheiro da BMW saiu da estrada a mais de 240 km/h e atingiu um meio-fio e saiu rolando pelo deserto até parar sobre seu teto em uma bagunça devastadora. Felizmente o chassi ficou inteiro, e o piloto conseguiu sair ileso pelo para-brisa quebrado, mas infelizmente o acidente tornou-se um desastre completo quando os fluidos do motor encontraram o coletor de escape aquecido e o carro entrou em chamas incontroláveis. O XP1 foi perdido para sempre.
Isso aconteceu no dia 24 de março de 1993, e a perda do XP1 foi um grande retrocesso para o desenvolvimento do carro, mas sem se deixar abalar pelo momento de azar, a equipe aumentou o ritmo.
Dizem que ao saber do acidente com o XP1, Ron Dennis juntou os restos do carro em uma caixa e a enterrou em um túmulo no Museu da McLaren. Nunca vi esse túmulo e não sei onde é o museu da McLaren, mas não consigo duvidar da história.
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Mais tarde eles fizeram outro XP1, só para garantir….
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