24 de abr. de 2013

Teste: Toyota GT86 - Diversão inusitada


Teste: Toyota GT86 - Diversão inusitada
GT86 contraria o conservadorismo da Toyota com diversão e apelo visual

A palavra “emoção” não costuma ser usada para descrever carros da Toyota. A fabricante é conhecida por produzir modelos que oferecem bom comportamento dinâmico e até requinte, mas que não conquistam os entusiastas da esportividade.
Porém, os japoneses decidiram, por um momento, mudar essa imagem, ao lançarem o GT86 no ano passado. Desenvolvido em conjunto com os compatriotas da Subaru – que adotou o nome BRZ para sua versão do esportivo – trata-se de um cupê de tração traseira, com a clara vocação para divertir quem o conduz.

O GT86 se destaca entre os modelos da Toyota justamente por uma característica rara na gama: a ousadia do design. Por isso o cupê é uma espécie de “estranho no ninho” entre os carros conservadores da marca. O carro ostenta conjuntos óticos que afinam em direção à área central. A grade hexagonal e os faróis de neblina trapezoidais fazem o GT86 lembrar o estilo do Lexus LFA. Na frente , o capô apresenta ondulações e vincos, enquanto nas laterais, logo acima dos para-lamas, há duas falsas entradas de ar e o logo “86”. O teto, como em todo cupê, descreve trajetória descendente rumo à traseira. Sobre as rodas de trás, ancas robustas que denunciam de onde vem a tração. O spoiler, um difusor e saídas de escape cromadas, destacadas em uma peça preta, completam o desenho.



Dentro do GT86 a Toyota tentou criar o ambiente de um verdadeiro esportivo. Os bancos, o volante e a manopla do câmbio são revestidos em couro com costura contrastante em vermelho. No painel de instrumentos, três grandes relógios – com destaque para o do conta-giros, com fundo branco e um velocímetro digital integrado. No topo do console central, o material que reveste o painel simula a aparência de fibra de carbono. Há ainda uma tela sensível ao toque e detalhes em aço escovado.

O conjunto mecânico do GT86 não tem números impressionantes. Os 1,190 kg do cupê são impulsionados por um motor de 197 cv de potência. É um boxer com quatro cilindros opostos de 2.0 litros, de origem Subaru. O propulsor pode vir acoplado a uma transmissão manual ou automática, sempre de seis velocidades. Com a primeira, a aceleração de zero a 100 km/h é cumprida em 7,6 segundos. Já com o câmbio automático o tempo é de 8,2 segundos. As velocidades máximas são de 226 km/h e 210 km/h, respectivamente.

O GT86 é voltado muito mais para a diversão, mas conta também com a proposta do bom preço. Os valores partem de US$ 25.255, com transmissão manual – o equivalente a R$ 50.700 mil –, e chegam aos US$ 26.355 – que elevam a conta para R$ 60 mil – da versão testada, a mais equipada e com câmbio automático. Nos Estados Unidos, o cupê é chamado de FR-S e vendido pela Scion, divisão da Toyota voltada ao público jovem. O acordo entre a marca e a Subaru só permite a comercialização de um BRZ a cada dez GT86 entregues. O carro não é vendido no Brasil e a subsidiária local da marca nem cogita a possibilidade de trazê-lo.



Primeiras impressões

Esportivo na medida

Zárate/Argentina – A tentativa deu certo. A Toyota conseguiu deixar o GT86 com um “jeitão” de esportivo. Até mesmo na hora de entrar no carro, os assentos a poucos centímetros do solo exigem que se curve mais o corpo, algo comum nesse tipo de carro. Faltou um pouco de capricho em alguns detalhes. No interior, o agradável couro dos assentos contrasta com os forros das portas e do teto, de qualidade questionável.

O local escolhido para a “brincadeira” foi o autódromo de Baradero, que não é muito grande, mas possui muitas curvas. E a melhor parte do GT86 vem exatamente de onde se espera. Basta ligar o cupê e a energia já é sentida pelo barulho característico de motores boxer da Subaru. A aceleração não assusta, por causa do baixo torque. Mas não é difícil levar o GT86 aos 170 km/h – o máximo que se pode alcançar devido ao tamanho da principal reta da pista.

No entanto, se não há muitas retas, as curvas mostram o quanto é animador dirigir o GT86. A direção precisa e direta permite o fácil controle do cupê. E as entradas mais agressivas proporcionam divertidos “drifts”. Em suma, o GT86 é muito mais do que um visual poderoso. Mas tem algo que quase nenhum outro carro oferece: condução divertida sem a necessidade de atingir velocidades insanas.



Ficha técnica

Toyota GT86

Motor: A gasolina, dianteiro, transversal boxer, 1.998 cm³, quatro cilindros opostos, quatro válvulas por cilindro. Duplo comando e sistema de abertura variável de válvulas. Injeção direta.
Transmissão: Câmbio automático com seis marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 197 cv a 7.500 rpm.
Torque máximo: 20,9 kgfm a 6.600 rpm.
Diâmetro e curso: 86,0 mm X 86,0 mm. Taxa de compressão: 12,5:1.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson com barra estabilizadora. Traseira independente do tipo multilink e barra estabilizadora. Oferece controle de estabilidade de série.
Pneus: 215/45 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Cupê em monobloco, com duas portas e quatro lugares. Com 4,24 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,28 m de altura e 2,57 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais e traseiros de série.
Peso: 1.190 kg.
Capacidade do porta-malas: 243 litros
Tanque de combustível: 50 litros.
Produção: Ota, Japão.
Lançamento mundial: 2012.
Itens de série: Ar-condicionado dual zone, keyless, assentos dianteiros com revestimento em couro, computador de bordo, sistema de som com tela sensível ao toque, rádio/CD/MP3/USB/AUX/iPod/Bluetooth, ABS, controles de estabilidade e tração, ABS, EBD, airbag frontal e de cortina.
Preço: US$ 26.355, o equivalente a R$ 60 mil.








Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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