16 de mar. de 2013

Teste: Jeep Grand Cherokee CRD - Esforço conjunto

Fotos: Divulgação
Teste: Jeep Grand Cherokee CRD - Esforço conjunto
Jeep Grand Cherokee lança versão diesel CRD, com motor italiano da FPT, do Grupo Fiat

por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press


O Grupo Chrysler parece estar bem à vontade desde que seu controle acionário foi assumido pela Fiat. As duas empresas não param de descobrir novas formas de interagir. É o caso da versão diesel do Jeep Grand Cherokee, a CRD, que acaba de ser lançada no Brasil.
O propulsor é fabricado pela VM Motori na cidade de Cento, no Norte de Itália. Trata-se de uma subsidiária da FPT, a empresa de motores do Grupo Fiat que tem grande “expertise” na produção de propulsores diesel para automóveis na Europa, onde o combustível é fartamente utilizado em carros de passeio. A motorização diesel vai dividir as vendas da linha Grand Cherokee com o Pentastar V6 a gasolina, apresentado no Brasil em 2011 junto com a atual geração do modelo.

Com tecnologia Multijet II, turbo de geometria variável e sistema de injeção common-rail de última geração, o novo motor diesel V6 3.0 rende a potência de 241 cv a 4 mil rpm e 56 kgfm de torque entre 1.800 e 2.800 rpm. Com diversos componentes feitos de alumínio, o novo propulsor tem seis cilindros dispostos em duas bancadas em V a 60°. Os números de torque e potência são cerca de 10% superiores aos da mecânica utilizada na geração anterior do Grand Cherokee diesel. Segundo o Grupo Chrysler, a aceleração de zero a 100 km/h pode ser feita em apenas 8,2 segundos e velocidade máxima é de 202 km/h.



Ainda de acordo com o fabricante norte-americano o propulsor italiano também está mais econômico – fala-se em consumo médio de 12 km/l e autonomia de até 1.122 km – e menos poluente do que o anterior. O marketing da empresa afirma que a emissão de CO2 foi reduzida também em 20%, para 218 gramas por quilômetro, em ciclo combinado cidade/estrada. Acoplado ao propulsor está um câmbio automático de cinco velocidades, que e inclui um controle eletrônico adaptativo ou controle manual Auto Stick acionado pelo motorista, sistema de seleção eletrônica de marchas ERS e embreagem do conversor de torque modulada eletronicamente. O conjunto mecânico conta ainda com a tração nas quatro rodas Quadra-Trac II, que tem a proposta de permitir que se rode em qualquer terreno.

Já conhecida na versão a gasolina, a tecnologia Selec-Terrain permite que o motorista adapte o sistema de tração integral para as condições do solo, como asfalto ou lama, por exemplo. Operada através de um botão giratório no console central, esta função coordena eletronicamente até 12 combinações diferentes do conjunto motor/transmissão, sistemas de frenagem, controle de aceleração, mudança de marchas, caixa de transferência, controle de tração e controle eletrônico de estabilidade.

Embora a novidade seja a nova motorização diesel, o design apresentado em 2011 ainda chama a atenção. A proposta foi criar um Grand Cherokee moderno, mas com o estilo clássico dos “jipões”. Oferecida apenas na opção de acabamento “top” Limited, com muitos detalhes em cromado e madeira, a nova versão diesel é a mais cara da marca Jeep – seu preço sugerido é de R$ 219.900. Com o novo propulsor, o Grand Cherokee CRD está disposto a encarar por aqui as versões diesel de Mitsubishi Pajero Full e Land Rover Discovery 4. Uma briga onde mostrar que sabe se virar bem no “off-road” é fundamental.



Primeiras impressões

Moral na lama

Barueri/SP - No asfalto liso da Rodovia Castelo Branco, a versão diesel do Grand Cherokee revelou uma característica surpreendente. O motor italiano é silencioso e o nível de trepidação a bordo é tão baixo que quase não parece um carro a diesel. Inicialmente, o câmbio parece um tanto “perdido” nas marchas iniciais. Mas o propulsor da FPT se revela bastante elástico e oferece a possibilidade de ultrapassagens serenas e controladas.

Mesmo com asfalto molhado, logo fica claro que o utilitário esportivo da Jeep apresenta boa estabilidade e até as curvas em alta velocidade podem ser executadas com decisão – os possíveis abusos são eficientemente corrigidos pelo sistema eletrônico de estabilidade. Nas freadas bruscas, a traseira joga o peso para a frente e o modelo mergulha um pouco, sem exageros. Os freios com ABS e EBD mantêm o veículo na trajetória e sob controle.

Mas é quando chega nas trilhas de “off-road” é que o Grand Cherokee começa a explicar o que significa ser um Jeep. O utilitário esportivo norte-americano não se intimida com valões ou pirambeiras e torna fáceis situações aparentemente escabrosas. Tanto na lama quanto na pedra ou na grama molhada, seja em subidas ou descidas, os recursos eletrônicos se sucedem para oferecer as soluções adequadas para um deslocamento ágil e seguro. E os robustos 56 kgfm de torque mostram toda a sua efetividade. Para melhorar ainda mais, a nova suspensão se revela capaz de controlar os movimentos da carroceria sem abrir mão do conforto. A sensação é que, com prudência e a devida orientação de gente que entenda do “mundo lameiro”, dá para ir a qualquer lugar com o Grand Cherokee.



Ficha técnica

Jeep Grand Cherokee CRD

Motor: A diesel, dianteiro, longitudinal, 2.987 cm³, seis cilindros em V, quatro válvulas por cilindro e duplo comando de válvulas no cabeçote. Injeção Common Rail e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração integral permanente com reduzida por botão. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 241 cv a 4 mil rpm.
Torque máximo: 56,0 kgfm entre 1.800 e 2.800 rpm.
Aceleração de zero a 100 km/h: 8,2 segundos.
Velocidade máxima: 202 km/h.
Diâmetro e curso: 83,0 mm X 92,0 mm. Taxa de compressão: 16,5:1. Dianteira independente com braços curtos, molas helicoidais, amortecedores a gás, barra estabilizadora e braços de controle inferior e superior. Traseira independente do tipo Multilink com molas helicoidais, amortecedores a gás, braço de controle inferior e superior. Oferece controle eletrônico de estabilidade de série.
Pneus: 265/60 R18.
Freios: Discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Utilitário esportivo montado em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Com 4,82 metros de comprimento, 1,94 m de largura, 1,76 m de altura e 2,91 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, de cortina e de joelho para o motorista de série.
Peso: 2.347.
Altura mínima do solo: 21,8 cm.
Ângulo de ataque: 26,3º.
Ângulo de saída: 26,5º.
Capacidade do porta-malas: de 457 a 1.554 litros.
Tanque de combustível: 93,1 litros.
Produção: Detroit, Estados Unidos.
Lançamento: 2010.
Lançamento no Brasil: 2013.
Itens de série:
Versão Crew: Ar-condicionado dual zone, sete airbags, ajuste automático de altura do facho dos faróis, ajustes lombares para os bancos dianteiros, bancos dianteiros com ajustes elétricos e aquecidos, câmara de ré, coluna de direção com ajustes elétricos, controle de tração e estabilidade, controle de velocidade em descidas, faróis bi-xenônio, sensor de luminosidade, acabamento interno em couro, sensor de chuva, monitor de pressão dos pneus, sistema de entretenimento com tela de 6,5 polegadas e HD interno de 30 GB e tela traseira de 10 polegadas, trio elétrico, teto solar elétrico, volante revestido em couro com comandos do áudio e cruise control.
Preço: R$ 219.900








Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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