Tente resistir a este Mercedes-Benz 280 S W116

Tenho quase certeza que já disse isso antes, mas não custa reforçar: o mundo dos carros antigos é um caminho sem volta, e há mais maneiras de se entrar nele além de comprar um Opala ou Fusca.
Que tal um Mercedes-Benz 280 S 1974?O W116 foi o primeiro modelo da Mercedes-Benz a ser chamado oficialmente de Classe S e, como tal, era um dos carros mais caros da estrela de três pontas. Lançado em 1972, o W116 teve várias versões de motorização e acabamento, desde o básico 280 S, com um seis em linha carburado de 160 cv, até o 450 SEL 6.9, considerado por muita gente o melhor sleeper da história, com seu V8 de 6,9 litros e até 286 cv (e só se diferenciava pelo pequeno emblema 6.9 na traseira).
Não há registros de um 6.9 em solo brasileiro – foram fabricados pouco mais de sete mil no mundo todo – porém eu não acredito que alguém possa ficar insatisfeito com um “mísero” seis em linha de 160 cv em um carro indestrutível com tração traseira e acabamento digno de um kaiser mesmo na versão de entrada.
É o caso deste 280 S 1974, que está à venda no Distrito Federal. A ausência da letra E no nome significa que o modelo é carburado. A injeção eletrônica só vinha a partir do 280 SE, e injetava (sacaram o trocadilho?) bons 25 cv ao seis em linha.

O estado geral do carro é muito bom. Pintura e  forrações internas estão impecáveis – embora não dê para dizer com certeza se são originais. O câmbio é manual, e os vidros têm manivelas – no 280 S, vidros elétricos eram opcionais. É claro que estamos falando de um carro de mais de 30 anos de idade, e obviamente existem alguns detalhes aqui e ali, mas nada que prejudique – pelo contrário: ajuda a construir o caráter.
O valor pedido é uma grata surpresa: o vendedor quer R$ 15 mil pelo carro. Não é pouco dinheiro, mas estamos falando de um clássico europeu em excelente estado. Está cada vez mais difícil encontrar um antigo nacional por este valor que não tenha uma quantidade razoável de coisas para fazer. E, sejamos sinceros, poucos são tão resistentes como um Mercedes da década de 70.

Para quem quer se embrenhar no mundo dos carros antigos, a gente aqui no Jalopnik não consegue pensar em algo melhor com melhor relação custo/benefício/satisfação: um sedã alemão imponente e robusto (ainda que um tanto desengonçado), com um senhor acabamento e um seis cilindros de 160 cv. Pelo menos até nossa próxima expedição virtual pelos classificados. Você vai ter que girar uma manivela toda vez que quiser abaixar ou levantar os vidros, mas você realmente se incomodaria com isto?
O que acham: é um bom negócio?
[Mercado Livre]