Design, custo-benefício, itens de série e espaço interno se destacam.
No entanto, desempenho não surpreende e acabamento é muito simples.
O novo Chery Celer começou a ser divulgado neste mês com peças publicitárias na internet que apelam à ousadia, mas sem ganhar tanta atenção quanto os famosos "pôneis malditos" da Nissan. Mesmo assim, a mensagem passada "chega de carro pelado" atinge diretamente o público que não quer mais um carro de entrada.
Por R$ 35.990 na versão hatch e R$ 36.990 na sedã, a marca oferece configurações únicas do modelo, mas com extensa lista de itens de série.
Chery Celer tem motor flex 'chinês' (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
DesempenhoO motor flex do Celer é produzido na China com a tecnologia bicombustível desenvolvida pela Delphi em Piracicaba (SP). Para o teste, o veículo foi abastecido com gasolina. De forma geral, ele mostrou desempenho satisfatório, porém nas retomadas sofre um pouco e exige redução de marcha. Mas o que incomoda mesmo é que, na estrada, o propulsor trabalha em altas rotações e o isolamento acústico deixa a desejar. O ruído invade a cabine e incomoda especialmente quem está ao volante. Já a transmissão não decepcionou e nem surpreendeu — os engates são fáceis.
Bem diferente do Chery QQ , o Celer tem bom comportamento em altas velocidades e não trepida. Porém, a suspensão não compensa as curvas. Ao longo de toda a sinuosidade da Fernão Dias, a traseira puxou. Decepcionante mesmo foi a frenagem, pois o pedal não é preciso e a “reação” do freio demora, o que gera muito desconforto.
Design do Chery Celer foi criado por estúdio italiano (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
Acabamento e ergonomiaO acabamento também foi outro ponto destacado pela montadora chinesa em seu discurso de apresentação do carro. Externamente, o Celer é o mesmo do mercado chinês, feito pelo estúdio italiano Torino Design. O visual tem apelo esportivo, que se destaca pela grade frontal ao fundir com os faróis alongados de refletores duplos. O desenho formado pelo conjunto é de um "V". A entrada de ar grande tipo colmeia arremata o acabamento. As laterais têm vincos na parte inferior e superior das portas. Para completar, a linha de cintura é elevada e o para-choque traseiro emoldura as lanternas. Internamente, a cor do acabamento é preta, fechando o harmonioso conjunto.
Acabamento interno do Celer não surpreende (Foto: Divulgação)
Em contraste, o desenho interno não é nada esportivo. Os traços
“quadradões” somados à qualidade inferior dos plásticos utilizados não
diferem em nada o Celer dos outros modelos da marca. Isso causa uma bela
desvantagem em relação aos concorrentes Chevrolet Onix e Hyundai HB20.
Porém, é superior ao do Toyota Etios.Contudo, o item em que o Celer perde de todos os seus concorrentes é a ergonomia. Apesar de o motorista ter a possibilidade de ajustar bem e facilmente o banco e o volante, o desenho dos bancos e o material utilizados nele causam desconforto a todos os ocupantes do carro. Uma pena, já que o espaço interno é muito bom, incluindo o porta-malas de 380 litros.
Chery Celer tem preço sugerido de R$ 35.990 (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
ConclusãoQuando os chineses começaram a exportar seus carros para o mundo, os analistas de mercado disseram logo de cara que em pouco tempo eles iriam superar japoneses e sul-coreanos. O Celer é um exemplo dessa rápida evolução tecnológica, mas ela ainda não chegou ao topo de sua maturidade. Obviamente, o aperfeiçoamento mecânico demora mais, mas o estrutural já mostra um novo passo à frente. E se a máxima da sul-coreana Hyundai de "o que conta é design" realmente se sustenta, a esperteza dos chineses de contratar italianos para fazer isso só tende a dar certo. Apesar das melhorias, o Celer ainda se baseia na fórmula chinesa de preço baixo aliado a um pacote extenso de itens de série.
Disponível no(a):http://g1.globo.com/carros
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