23 de mar. de 2013

F-1:Na frente. De novo Por Rafael Lopes

Felipe Massa
Aconteceu de novo. Para aqueles que disseram que a classificação do GP da Austrália tinha sido apenas um acaso, o grid da Malásia trouxe uma belíssima resposta. Felipe Massa superou mais uma vez o companheiro Fernando Alonso. É a quarta vez seguida: desde o GP dos Estados Unidos de 2012, quando a Ferrari precisou trocar o câmbio do brasileiro para o espanhol largar na frente.
De quebra, marca a volta do vice-campeão de 2008 a uma primeira fila. A última aparição dele tinha sido no GP do Bahrein de 2010. Os bons tempos de Massa parecem mesmo estar de volta. Boa notícia não só para quem torce pelos pilotos do país, mas também para o automobilismo brasileiro, que volta a figurar com destaque nas manchetes mundo afora. É claro que ainda falta um resultado em corrida para confirmar esta boa fase em 2013. Isto esteve perto de acontecer na Austrália, mas a tática errada da Ferrari forçou o adiamento dos planos de Massa. Sobre isso, fiquei me perguntando… Se este cenário continuar assim por mais corridas, quanto tempo Alonso levará para reclamar? Melhor piloto da Fórmula 1 atual, o espanhol não costuma reagir bem à concorrência interna – lembram do imbróglio com Lewis Hamilton na McLaren em 2007? Por enquanto, o discurso do bicampeão mundial em 2005 e 2006 exalta o desempenho do brasileiro. Segundo ele, é bom para a equipe italiana crescer no campeonato. Vamos ver até quando vai durar o clima de boa vizinhança dentro da casa de Maranello.
Os três primeiros do grid: Felipe Massa (2º), Sebastian Vettel (1º) e Fernando Alonso (3º)
E quem fez a pole position? Nenhuma surpresa. Sebastian Vettel vai largar pela segunda vez no ano e pela 38ª na carreira na primeira posição do grid. O alemão marcou o tempo de 1m49s674, 913 milésimos à frente de Massa, que foi mais de um décimo melhor que Alonso. Mas, ao contrário do que a diferença possa sugerir, não foi fácil para o atual tricampeão da Fórmula 1. No seco, a situação da RBR parecia bastante complicada. A chuva que começou a cair no fim da segunda parte do treino (Q2) ajudou muito. Sem ter de lidar com o desgaste pronunciado dos pneus, Vettel pôde acelerar ao máximo. Sem água no asfalto, a RBR já tinha aconselhado o alemão a não dar tudo na última parte (Q3) para poupar os compostos para a corrida. E se não chover (o que é difícil na Malásia), aliás, deveremos ver um show de pit stops. A Pirelli, fornecedora oficial dos pneus da categoria, já disse que uma tática de apenas duas paradas é praticamente impossível em Sepang. Foi o que vimos em todos os treinos. Nemos compostos médios nem os duros, escolhidos para este fim de semana, demonstraram ser duráveis no asfalto malaio. A pista ficou imunda, com detritos de borracha por todo lado – a chamada farofa. E a situação ficou ainda pior na classificação deste sábado porque a GP2 correu horas antes e a organização do GP não fez a limpeza no circuito. Resultado: sair do traçado era acabar com a volta rápida. Em tempo: de acordo com a meteorologia, o GP tem 60% de chances ser disputado sob chuva.

Sebastian Vettel
Ainda sobre o treino, Lewis Hamilton vai largar em quarto em sua segunda corrida na Mercedes. Aposto que nem ele esperava resultados tão bons em um curto espaço de tempo na equipe alemã. Um irritado Mark Webber ficou em quinto após uma falta de comunicação com a RBR: ele achava que ainda teria mais uma volta rápida quando o tempo do treino não permitia mais. Companheiro de Hamilton, Nico Rosberg foi o sexto. Vencedor na Austrália, Kimi Raikkonen seria o sétimo, mas perdeu três posições por atrapalhar o alemão da Mercedes e vai sair só em décimo. Acabou sendo bom para o equilíbrio do campeonato, já que o finlandês ficou mais distante das primeiras posições. Jenson Button, Adrian Sutil e Sergio Pérez ganharam um posto no grid. Para a corrida… Bem, a corrida é uma grande incógnita. Com pista seca, ganhará quem acertar os momentos de fazer seus pits – que não serão poucos. Com chuva, tudo vira uma loteria. Ainda mais na Malásia, que não tem garoa – apenas tempestades. Em 2009, a corrida foi encerrada com 31 voltas. Em 2012, ficou interrompida por 50 minutos. Com muita água, passa a ser uma prova de sobrevivência. Que o diga Fernando Alonso, que venceu no ano passado com o então péssimo carro da Ferrari. O GP promete muito. De uma forma ou de outra.
Lewis Hamilton
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo

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