24 de fev. de 2013

Nascar-Presidente de Daytona garante que pista está segura para as 500 Milhas

Segundo Joie Chitwood, autódromo fez com sucesso o reparo do alambrado destruído pelo big one da prova da Nationwide, no sábado

Big one da Nationwide em Daytona, que deixou mais de 30 torcedores feridos (Jerry Markland/Getty Images/AFP)Big one da Nationwide em Daytona, que deixou mais de 30 torcedores feridos (Jerry Markland/Getty Images/AFP)

Após o grave acidente que feriu mais de 30 torcedores na tarde de sábado, durante a prova de 300 milhas que inaugurou a temporada da Nationwide Series, o presidente do Daytona International Speedway, Joie Chitwood, garantiu que o autódromo está com as condições de segurança adequadas para sediar as 500 Milhas neste domingo, prova de abertura da Sprint Cup em 2013.

Na última volta da corrida de sábado, um big one iniciado por Brad Keselowski e Regan Smith culminou em uma violenta batida do carro de Kyle Larson em uma das grades de proteção, que ficam acima do muro de contenção e ajudam a separar a pista do alambrado.
O impacto foi tão forte que chegou a abrir um buraco no gradil, principalmente no ponto onde havia um portão. A frente e a traseira do carro foram completamente destruídas, deixando vários destroços, incluindo o motor e uma roda, espalhados pelas arquibancadas. Oficialmente, 14 pessoas tiveram de ser levadas a hospitais da região, mas testemunhas dizem que o número, na realidade, chegou a 19. Seis foram diagnosticadas com ferimentos mais sérios e duas estão em estado grave. As demais foram atendidas no local e liberadas.
Chitwood assegurou que todos os reparos necessários para recuperar a segurança no local foram feitos, permitindo que a prova da Cup seja realizada normalmente, inclusive com a presença de público no mesmo trecho onde ocorreu a batida.
“Acho que adotamos protocolos bastante seguros. Uma firma de engenharia estrutural avaliou nossos alambrados e, baseados em suas recomendações, instalamos uma nova grade. Acho que fizemos um grande trabalho de preparação para nossos eventos”, avaliou.


“Incidentes realmente acontecem. Mas acho que aqueles [como o de sábado] são exceções. Se olharmos para nossos 55 anos de envolvimento nesta área, temos um histórico muito bom de segurança. Por isso, creio que estamos preparados para hoje”, seguiu.
Os trabalhos feram realizados até as 2h do horário local. Um trecho de mais de 60 metros de grade foi inteiramente consertado e o ponto onde ficava localizado o portão foi substituído por uma sequência ininterrupta de alambrado. Contudo, o presidente do circuito negou que a decisão tenha sido motivada por alguma possível falha na segurança da configuração anterior. “Foi tudo baseado no tempo de preparação que tínhamos para as 500 Milhas”, justificou.
Daytona já havia anunciado, na sexta-feira, um plano para modernizar as instalações voltadas aos espectadores nos próximos anos. De acordo com Chitwood, as lições do acidente da Nationwide serão incorporadas ao projeto. “Acho que a Nascar e Daytona compartilham o mesmo sentimento de que, se houver qualquer oportunidade para melhorar as coisas, nós faremos. Não acredito que nenhuma das entidades tenha ficado sentada [sem fazer nada]“, defendeu.
Por fim, o representante máximo do autódromo também afirmou que não tem como passar informações mais detalhadas sobre o estado de saúde dos torcedores que continuam internados. Segundo a agência “Association Press”, o número chegou a pelo menos 33 e, mesmo no caso dos dois pacientes em estado mais crítico, todos apresentam quadro clínico estável.
As 500 Milhas de Daytona estão marcadas para as 15h deste domingo (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pelo canal Fox Sports.
ANÁLISE:
Se o autódromo de Daytona fez todos os reparos necessários, não havia realmente por que não não realizar as 500 Milhas neste domingo. É claro que o que aconteceu no sábado foi perigoso, mas, em uma análise mais fria, pela força da batida de Kyle Larson, o alambrado cumpriu muito bem seu papel. Ele poderia ter cedido totalmente e permitido que o carro voasse inteiro para arquibancada. Aí, sim, seria uma hecatombe sem proporções.
A grande questão no momento não é se há segurança no autódromo, porque ela existe e foi colocada à prova no sábado, dentro do limite do que os proprietários podem fazer. O ponto nevrálgico é: o que é possível fazer para evitar acidentes tão grandes e perigosos em corridas de superspeedways, como Daytona e Talladega, sem comprometer o espetáculo? É nisso que a Nascar precisa pensar. A não ser que a categoria considere naturais os riscos inerentes ao atual estilo das provas, e banque as consequências de uma possível catástrofe que possa ocorrer. (LF)

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