21 de fev. de 2013

AVALIAÇÃO: MINI PACEMAN, UM CROSSOVER POSITIVAMENTE IRRACIONAL

Você pagaria R$ 145 mil por um carro com pose de utilitário esportivo e aperto de cupê? Não diga "não" até conhecer esse crossover

por RICARDO SANT’ANNA, DE PONCE (PORTO RICO)
 
Mini Paceman  (Foto: Mini)
O Paceman é uma fusão irracional de dois Minis. A novidade chega às lojas em maio por cerca de R$ 145 mil na versão S e tem um visual que soa tanta esportividade quanto o Mini tradicional, mas tem a missão de se desenvolver em todos os terrenos como o Countryman.
Não é cupê, nem utilitário esportivo, muito menos hatch. É um conjunto que de tão curioso parece não fazer tanto sentido. Mas para que sentido quando se coloca um Mini na garagem? A marca britânica acredita piamente que o normal jamais poderá ser incrível e muitos consumidores parecem concordar.
Foram vendidas 66 mil unidades em 2012 somente nos Estados Unidos, enquanto o Brasil emplacou pouco mais de 1,8 mil carros da marca, o que se deve, sobretudo ao valor elevadíssimo dos modelos por aqui. Mas a Mini quer mais e por isso apresenta um crossover que fisga o comprador pela emoção. Esqueça funcionalidades ou custo/benefício, a versão duas portas do Countryman quer te vencer pela emoção. Fomos descobrir em Ponce, no sul da ilha caribenha de Porto Rico, o quanto esse crossover irreverente é capaz de emocionar.
Assim como o Countryman, o estreante é fabricado na Áustria e, por incrível que pareça, é 1 cm mais comprido que o irmão mais velho: 4,12 contra 4,11 m. Além disso, é 4 cm mais baixo, sobretudo na traseira de cupê tão arrojada que deve causar suspiros até em quem desenhou o Evoque, principal concorrente. No entanto, os executivos da Land Rover podem alegar que o Paceman não tem a elegância de seu utilitário. Isso porque a Mini quis fazer algo tão chamativo, que pode soar extravagante para alguns. “Procuramos fazer um carro musculoso, reparem nos para-lamas saltados”, afirma o gerente de marketing da Mini nos EUA, Lee Nadler. Você conseguiram, Lee.
Mini Paceman (Foto: Mini)
As lanternas fecham a conta de inovações por serem horizontais. As rodas de série são de 17 polegadas, com pneus 205/55. Caso o consumidor queira, pode optar por outras de 18 ou 19 polegadas. Olhar para o Paceman de frente é como ter um deja-vú graças às linhas idênticas ao Countryman. A sensação segue quando abrimos a porta e nos deparamos com o painel, com direito ao famoso velocímetro central que ter sido desenhado nos estúdios de Walt Disney. Motorista e passageiro do banco dianteiro viajam com o mesmo conforto e espaço para pernas e cabeça do Countryman.
Mini Paceman  (Foto: Mini)
Abra as portas e se depare com um desenho interno que se completa na lateral traseira, mas vou logo avisando que para entrar ali você precisa ser um bom aluno nas aulas de alongamento, já que o acesso não é fácil. Nem mesmo quando você se senta nos bancos a situação melhora. É apertado para a cabeça e também para as pernas. O espaço é tão pequeno que a Mini preferiu colocar dois bancos individuais, o que gera ao menos uma boa individualidade. Ponto positivo também para o console central em forma de trilho, que permite a fixação de acessórios originais Mini para guardar óculos ou celular. O porta-malas com espaço razoável de 330 litros (20 a menos que o Countryman) reforça o espírito aventureiro do novo Mini. Cabem malas, bike dobrável e skate. Mérito também da tampa gigantesca que vai até metade do para-choque traseira.
Mini autêntico
É ao volante que o Paceman se mostra um Mini de verdade. Embora não seja um kart de rua como os modelos de entrada, ele repete a boa dosa de dirigibilidade agressiva e disposição fora de estrada do Countryman. A suspensão mais alta produz um balanço que os pequenos Minis não têm, mas mesmo assim mantém o carro firme nas curvas tornando o crossover um brinquedo divertidíssimo. Tem condução mais esportiva do que o concorrente Evoque.
Mini Paceman (Foto: Mini)
Há controle de tração caso você se perca nos 184 cv de potência do motor 1 .6 turbo disponíveis aos 5.500 rpm. Não foram poucos os sorrisos que o Paceman arrancaram de mim nas sinuosas curvas das montanhas localizadas ao sul do país caribenho. O torque de 24,5 kgfm disponíveis logo aos 1.600 rpm. E olha que eu nem havia acionado a tecla Sport do câmbio automático seqüencial de seis velocidades. O dispositivo torna as respostas da direção e do motor mais rápidas e dinâmicas.
Quando se depara com buracos e estradas de terra o Paceman se mostra tão desenvolto quanto seu irmão de quatro portas, embora a visão pelo retrovisor seja ruim devido ao pequeno vidro traseiro. É o carro ideal para você ir com mais uma pessoa para aquela praia mais distante carregando prancha, cadeiras, guarda-sol e até o cachorro. Melhor ainda se for na versão com a tração integral All 4, que num primeiro momento não estará disponível no Brasil. Ou seja, o Paceman é guerreiro como o Countryman, mas apertado quanto o pequeno Mini tradicional. E mesmo assim consegue proporcionar diversão para quem está disposto a pagar caro por isso. Vence a emoção, perde a razão. Uma prova de que o irracional pode ser pra lá de divertido.
Viagem a convite da Mini
Fonte: Revista AE
Disponível no(a): http://revistaautoesporte.globo.com/
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