Os carros que vemos nas ruas são apenas a ponta do iceberg do que acontece no departamento de criação de uma montadora. Alguns dos projetos acabam nem passando da fase de desenho, outros chegam a ter protótipos construídos em escala real e, em alguns casos, se tornam carros-conceito para exibição em salões.
Neste processo, uns têm mais sorte e chegam próximos de ganhar a linha de produção, mas acabam barrados pelas clínicas com consumidores.Reunimos alguns exemplos de carros natimortos, ou seja, aqueles que nem sequer nasceram. Confira!
VW Voyage notchback
Na fase de desenvolvimento do novo Voyage, que voltaria na geração “G5″ do Gol, a Volkswagen desenvolveu uma opção de traseira curta e desenho bem mais fluido e esportivo, nos moldes do Passat CC. No fim, porém, prevaleceu a racionalidade: a marca alemã alegou que os consumidores queriam um sedã tradicional, com desenho mais careta e maior porta-malas. Em termos visuais, uma pena…
Chevrolet Prisma crossover
Não é de hoje que a GM procura um rival para o Ford EcoSport, o que finalmente vai acontecer com o lançamento do novo Tracker em outubro. Tanto que a marca apresentou o conceito Prisma Y no Salão de São Paulo de 2006, um crossover compacto desenvolvido sobre a base da dupla Celta/Prisma. O design era moderno e condizia com a linguagem visual da empresa, no que parecia ser um carro quase pronto para chegar às ruas. Dizem que o modelo até foi aprovado em clínicas, mas a GM acabou cancelando o projeto justamente por ter de partir de uma plataforma antiquada.
Smart ForMore
O pequeno crossover para quatro ocupantes era a aposta da Smart para entrar nos Estados Unidos e no Brasil, chegando a ter a produção anunciada para a fábrica de Juiz de Fora (MG) ao lado do Mercedes Classe A. O projeto iniciado em 2002 seria apresentado como carro-conceito no Salão de Frankfurt de 2005, mas a Smart passava por problemas financeiros. Receosa de ter mais prejuízos, a Mercedes (dona da Smart) então cancelou o modelo, que já estava com desenvolvimento mais caro que o previsto. Curiosamente, em 2009, um protótipo do ForMore (foto) foi encontrado num galpão da Mercedes na Alemanha, em perfeito estado.
Ford Ka quatro portas
Criado originalmente como carrinho urbano, o Ka foi projetado unicamente com carroceria de duas portas. Mas sempre houve estudos para uma versão, digamos, mais familiar do compacto. Como esta Turing Ka, apresentada como conceito em 1998, que tinha as portas traseiras e carroceria alongada, quase uma perua. A versão brasileira do Ka 2007 também foi analisada com quatro portas, mas nunca viu a luz do dia. Finalmente, a próxima geração do Ka, que chega em meados de 2014, terá quatro portas e até um inédito sedã – quem corre risco de não existir desta vez é a versão duas portas…
Fiat Palio 1.8R 16V
Lançado em 2005, o Palio R tinha como missão resgatar o espírito esportivo dos saudosos Uno 1.5R e 1.6R. Mas a opção pelo motor 1.8 8V de origem GM, bom de torque mas ruim de subir de giro, não era exatamente o que se esperava de um carro com vocação para divertir. Tanto que a Fiat apostava numa relação de diferencial encurtada para aproveitar melhor os 115 cv disponíveis, além de uma suspensão mais firme. O conjunto ficou bom, mas faltava potência. A engenharia de Betim (MG) então testou a versão de 16 válvulas e 122 cv do mesmo propulsor (na época usada pelo Stilo) no Palio R, mas o projeto não foi à frente. O Palio só voltaria a usar motores 16V com a chegada da família E-TorQ.
VW Pine
Corria o ano de 1989 e a joint-venture Autolatina, formada por Volkswagen e Ford, havia acabado de lançar o Verona – derivado do Escort com três volumes e desenho arrojado. A VW então preparava sua versão para o modelo, conhecida internamente como Pine, que deveria usar a estrutura básica do Verona, mas com a estética profundamente modificada. A ideia era ter visual mais sóbrio e identificado com a gama Volks. Só que aí veio o famoso “corte de custos” para o projeto original, e em seu lugar nasceu o Apollo, um carro praticamente idêntico ao Verona a não ser pela grade frontal, logotipos e outros pormenores. Deu no que deu: o Apollo foi lançado em 1990 e saiu de linha precocemente dois anos depois (dando lugar ao Logus), enquanto o Verona duraria até 1996.
Fiat Doblò 4×4
Desde que a Fiat lançou a primeira versão Adventure, com a Palio Weekend em 1999, sempre existiram rumores de que uma versão 4×4 estava em desenvolvimento – já que a Fiat tinha expertise do assunto com o Panda 4×4 na Europa. Pois um Doblò Adventure 4×4 chegou a circular na fábrica de Betim (MG) em meados dos anos 2000, usando um motor a diesel. Isso mesmo, o propulsor 1.9 JTD italiano com turbo e intercooler, capaz de gerar 115 cv e 26 kgfm. Mas, no fim, a Fiat considerou que o preço inviabilizaria as vendas da versão.
Chevrolet Monza perua
Duas unidades da inédita perua Monza chegaram a ser mostradas em uma clínica num clube de São Paulo em 1982 – uma com quatro portas, oferecida na Europa, e uma duas portas que seria exclusiva para o Brasil. Os carros chegaram a ser fotografados pela revista Quatro Rodas na ocasião, mas nunca chegaram ao mercado. Quer dizer, pelo menos não pelas mãos da GM: a transformadora Envemo aproveitou a ideia e lançou a opção perua do Monza, que chegou a ser vendida em algumas concessionárias Chevrolet.
VW BY
Após lançar o Gol, em 1980, a VW brasileira queria um carro ainda menor e mais barato. Assim começaram os estudos do projeto BY, um hatch mais curto que o Gol, com linhas igualmente retilíneas e um inovador (para a época) banco traseiro corrediço, que permitia modular o espaço entre os passageiros e a carga – ideia aproveitada muito tempo depois pelo Fox. Os motores eram 1.300 ou 1.600, ambos refrigerados a ar. Algumas unidades chegaram a ser flagradas em testes, mas o sub-compacto não passou da fase de protótipo.
Fiat Bravo
No embalo do sucesso do Tipo, a Fiat estava com tudo pronto para trazer a primeira geração do Bravo ao Brasil. Chegou a importar um lote da Itália, emprestar para testes com a imprensa especializada e até sortear algumas unidades num shopping de São Paulo. Porém, uma súbita crise cambial em 1999 elevou a cotação do dólar e inviabilizou toda a operação, fazendo com que os carros fossem mandados de volta à Europa. Depois, a Fiat decidiu por fabricar aqui o Brava, versão de quatro portas e com traseira alongada (tipo notchback) do Bravo. E quem ganhou a promoção do shopping? Levou um Marea no lugar do hatch.
Fotos Divulgação e reprodução internet
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