Chevrolet acerta com o hatch Onix e modelo já é o segundo da marca que mais vende no Brasil
por Rodrigo Machado
Auto Press
O mercado brasileiro de automóveis cresce para todos os lados, o que cria um ambiente favorável para novas apostas. Mas, ao menos por enquanto, uma coisa não muda: a importância dos compactos por aqui. Mais da metade dos modelos vendidos no país se concentra nessa área. Daí a necessidade de qualquer marca que se preze em ter um representante de peso na briga.
A Chevrolet sabe disso. Tanto que na renovação completa
por que passou em 2012, não se esqueceu de lançar um compacto talhado
para ter alto volume de vendas. Esse modelo é o Onix. O hatch tem bom
espaço interno, apela para a modernidade – principalmente nesta versão
topo LTZ – e tem um design equilibrado e bem palatável. Tanto que no
primeiro mês completo de vendas, dezembro do ano passado, o compacto
ultrapassou 10 mil unidades vendidas e já é o segundo modelo mais
vendido da marca – só ficou atrás do pequenino Celta.por Rodrigo Machado
Auto Press
O mercado brasileiro de automóveis cresce para todos os lados, o que cria um ambiente favorável para novas apostas. Mas, ao menos por enquanto, uma coisa não muda: a importância dos compactos por aqui. Mais da metade dos modelos vendidos no país se concentra nessa área. Daí a necessidade de qualquer marca que se preze em ter um representante de peso na briga.
E ainda há muito espaço para crescimento. Nos dois primeiros meses, quase metade dos modelos disponíveis foram distribuídos para o estado de São Paulo, o dobro da participação média do estado nas vendas da marca. Além disso, a GM avisou que pretende atingir 12 mil mensais quando sua produção atingisse o volume normal. Mas é praxe para a montadora anunciar uma expectativa conservadora, abaixo do potencial de mercado dos modelos. Outra pista de que a estimativa foi modesta são as longas filas de espera nas concessionárias. Diversas revendas país afora avisam que só há carro disponível para depois do Carnaval. Conclusão: quando a distribuição para o resto do país for normalizada, a tendência é que as vendas cresçam ainda mais.
A razão para o sucesso imediato passa pelo bom produto criado pela Chevrolet. O Onix foi feito no centro de desenvolvimento brasileiro da marca e utiliza uma plataforma global – a mesma de Sonic, Spin e Cobalt. Trata-se da GSV, sigla em inglês para veículo compacto global. Esta arquitetura tem como características dimensões avantajadas – como o entre-eixos de 2,52 m. O novo Chevrolet é um hatch corpulento, com espaço interno bom.
Os motores, apesar de eficientes, não são avançados tecnologicamente. Mas foram “lustrados” pelos engenheiros da montadora. Eles pegaram os antigos propulsores da Família I e mexeram em pistões, volante do motor, eixo de comando e bobinas, para ficarem mais leves e reduzir o atrito. Na prática, o que se viu foi um pequeno aumento de força. O 1.0 passou de 77/78 cv para 78/80 cv com gasolina e etanol. No testado 1.4, os valores saíram de 95/97 cv para 98/106 cv. Neste caso, o torque subiu de 12,8/13,0 kgfm para 12,9/13,9 kgfm a 4.800 rpm. A transmissão é sempre manual de cinco marchas, mas a Chevrolet já prepara uma automática de seis relações para 2013, igual à do Cobalt.
Já a lista de equipamentos é bem mais interessante. De entrada, por R$ 30.790, o Onix vem equipado com airbag duplo, ABS, direção hidráulica e banco do motorista com ajuste de altura. Com vidros e travas elétricas, direção com ajuste de altura e retrovisores pintados na cor da carroceria, a conta sobe para R$ 32.590 com motor 1.0 e R$ 36.190 com o 1.4. Mas é a variante LTZ, que custa R$ 43.090, que realmente diferencia o Onix. Nela aparecem ar-condicionado, espelhos elétricos, computador de bordo, além de rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de neblina e o sistema de entretenimento MyLink. A aparelhagem tem tela touch de 7 polegadas, vira uma extensão do smartphone e é um dos maiores atrativos do modelo. E ainda concentra os comandos do rádio/MP3/USB/Aux/Bluetooth, exibe fotos e vídeos inseridos via pendrive. Tipo de item que pode decidir uma compra nesse segmento.
Ponto a ponto
Desempenho – A
maneira com que o motor 1.4 leva os 1.018 kg do Onix até impressiona.
Mas os bons números de potência e torque do renovado motor só se fazem
notar com mais vigor em rotações elevadas. O câmbio é suave e tem
engates macios. A melhor maneira de conduzir o Onix é com motor cheio,
quando o carro fica realmente animado. O zero a 100 km/h é feito na casa
dos 11 segundos. Boa marca para um 1.4. Nota 7.
Estabilidade – O Onix
é um carro realmente equilibrado em curvas. A carroceria rola pouco e a
rigidez torcional do carro também agrada. Na prática, há sensação de
segurança em qualquer situação cotidiana. Em altas velocidades, também
há estabilidade em alta dose. Nota 8.
Interatividade –
Evidentemente o grande destaque do interior Onix é o sistema MyLink, com
tela sensível ao toque de 7 polegadas. Ele tem funções inéditas para um
carro dessa categoria, como a exibição de vídeos e fotos no monitor. O
funcionamento do equipamento é simples e intuitivo. Entretanto, a
ausência de teclas físicas obriga que se desvie os olhos do trânsito
sempre que é preciso efetuar uma função. O resto da cabine se assemelha
bastante aos recentes lançamentos da Chevrolet e agrada. O painel de
instrumentos, com formato inspirado em motos esportivas, tem
visualização descomplicada e os comandos vitais estão nos lugares
corretos. Nota 9.
Consumo – O
computador de bordo do Onix marcou média de 9,2 km/l de gasolina em
trajeto misto. O InMetro ainda não fez medições para o hatch. Nota 7.
Conforto – O espaço
no Onix representa um grande avanço em relação ao modelo que ele
substitui, o Corsa. O novo carro é espaçoso e leva até cinco adultos com
relativo conforto. Os bancos dianteiros têm ótimos apoios laterais e a
espuma segura bem os ocupantes. A suspensão tem calibração correta, em
um meio termo entre maciez e rigidez. Dessa forma, dá para passar pelos
buracos sem grandes problemas. Apesar de não ser tão eficiente quanto o
do Cobalt – que compartilha a mesma plataforma e motor –, o isolamento
acústico do Onix é bem decente. Nota 8.
Tecnologia – A
plataforma do Onix é a mesma de Sonic, Cobalt e Spin. Além de versátil,
fornece espaço interno e rigidez. A lista de equipamentos do Onix é o
seu diferencial, com direito até a sistema de alta conectividade
controlado por tela sensível ao toque. O que destoa é a motorização.
Apesar de ter sido atualizado na medida do possível, o motor é o velho
Família 1, desembarcado no Brasil movendo as rodas do Corsa “Bolinha”.
Nota 8.
Habitalidade – O Onix
é bem pensado nesse aspecto. A impressão que dá é que a Chevrolet usou
qualquer dois dedos de espaço para “plantar” um porta-objetos. Há um de
bom tamanho, à frente do câmbio. Outros dois, próximos ao freio de mão, e
mais dois, ao lado do monitor central – sem falar nos vãos das portas –
são menores. O porta-malas de 280 litros está na média da categoria. Um
ponto negativo são as portas. Por uma questão de estilo, a GM deixou a
maçaneta muito recuada e o puxador interno muito à frente, próximo da
dobradiça. Além da ergonomia ruim, a porta fica um bocado pesada na hora
de fechar. Nota 8.
Acabamento – O Onix é
mais bonito do que bem acabado. O desenho interno é bacana, com ótimas
soluções. Mas tudo é revestido de plástico rígido. O aplique que fica na
tampa do porta-luvas e na parte central do painel até tem boa textura,
mas apresenta muitas rebarbas. Além disso, há apenas um pequeno aplique
de tecido nas portas, no descanso de braço. Não dá vexame, mas também
não faz grande figura no segmento. Nota 6.
Design – Com desenho
feito no Brasil, o Onix se mostra um carro acertado esteticamente. A
dianteira traz a identidade visual da Chevrolet, mas sem hipertrofias de
faróis ou exageros, e com uma solução simpática para o paradigma da
grade bipartida horizontalmente. A lateral é musculosa e lotada de
vincos, enquanto a traseira tem um certo “excesso de lata”, que tem dado
o tom em novos modelos da marca, como na Spin. O design interno também é
interessante. Nota 8.
Custo/benefício – A
lista de rivais do Onix é quase infinita. São diversos os carros que
brigam na mesma faixa de preços que o mais novo compacto da Chevrolet. A
seu favor está o bom espaço interno e a lista de equipamentos recheada.
O preço também é convidativo. Nesta versão topo de linha e com motor
1.4, o Onix sai por R$ 43 mil. De uma maneira geral, os concorrentes são
mais caros. O lado negativo é a falta de um motor mais potente, como os
que têm os rivais Hyundai HB20 e Fiat Palio, por exemplo. Nota 7.
Total – O Chevrolet Onix LTZ 1.4 somou 76 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Belezas interiores
A GM brasileira demorou, mas parece
finalmente ter acertado na adaptação para carros pequenos da sua atual
identidade visual. Antes, com Agile, Cobalt e Spin, o resultado foi, no
mínimo, controverso. Agora, o Onix mostra um trabalho muito mais
harmônico. Ainda não chega a ser um desenho realmente estonteante, mas
agrada e tem o potencial de angariar mais vendas para o carro. No
interior, a primeira impressão é ainda melhor. Mais uma vez seguindo a
linha já utilizada em outros modelos da marca, a Chevrolet criou linhas
interessantes. O quadro de instrumentos com velocímetro digital tem
visualização clara e os comandos são intuitivos.
O sistema MyLink é o destaque. A tela
de sete polegadas é ampla, tem boa resolução e o programa é amigável.
Para um carro de R$ 43 mil, é um forte diferencial. O equipamento é tão
bom que merecia melhor atenção da GM. As teclas de ligar e desligar e o
de volume também são sensíveis ao toque, apesar de serem fixas. Isso
significa que, de vez em quando, o usuário pode resvalar o dedo por ali e
desligar o aparelho sem querer. Outro ponto negativo se percebe com o
carro em movimento: é preciso tirar os olhos do trânsito toda vez que
for necessário mexer no equipamento.
O acabamento não é lá grande coisa. Na
parte central do painel até há um aplique com um plástico de bom
aspecto, mas as extremidades são mal finalizadas, com rebarbas aparentes
e navalhadas. No mais, revestimento de teto, bancos e piso estão dentro
do padrão da categoria. Ou seja, ninguém é tratado como príncipe ou
como plebeu.
O comportamento dinâmico do veículo é
outro atributo que mostra competência da GM no desenvolvimento. O motor
1.4 do Onix é antigo, mas foi bastante retrabalhado e consegue dar bom
desempenho ao compacto. Através de diversas inovações, ele gera 106 cv
com etanol, suficientes para deixar o modelo ágil no trânsito urbano. O
único senão é a necessidade de buscar rotações altas para atingir esse
resultado. Como nos recentes lançamentos da Chevrolet, o Onix tem uma
transmissão bem escalonada e com engates suaves e precisos.
Nas curvas, a escolha foi de criar um
meio termo entre esportividade e conforto. E deu certo. O Onix é estável
sem ser desconfortável. A carroceria pouco rola nas mudanças de direção
e o conjunto parece sempre seguro. Os buracos também não ameaçam os
ocupantes, já que os solavancos são bem absorvidos.
Ficha técnica
Chevrolet Onix 1.4 LTZ
Motor: flex,
dianteiro, transversal, 1.389 cm³, quatro cilindros em linha, duas
válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto
sequencial e acelerador eletrônico.
Potência máxima: 106 e 98 cv a seis mil rpm com etanol e gasolina.
Torque máximo: 13,9 e 12,9 kgfm a 4.800 rpm com etanol e gasolina.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,0 e 10,6 segundos com etanol e gasolina.
Velocidade máxima: 180 km/h com etanol e gasolina.
Diâmetro e curso: 77,6 mm X 73,4 mm. Taxa de compressão: 12,4:1.
Pneus: 185/65 R15.
Peso: 1.018 kg.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Suspensão: Dianteira
independente do tipo McPherson, com molas helicoidais com carga lateral,
amortecedores telescópicos e barra estabilizadora. Traseira
semi-independente com eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores
telescópicos hidráulicos.
Freios: Discos na frente e tambor atrás. ABS de série.
Carroceria: Hatch em
monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,93 metros de
comprimento, 1,70 m de largura, 1,48 m de altura e 2,52 m de distância
entre-eixos. Oferece airbag duplo de série.
Capacidade do porta-malas: 280 litros.
Tanque de combustível: 54 litros.
Produção: Gravataí, Rio Grande do Sul.
Itens de série: Airbags
frontais, freios ABS, banco do motorista com ajuste de altura, direção
hidráulica, chave canivete, direção com ajuste de altura, travas e
vidros elétricos, alarme, protetor de cárter, faróis com máscara negra,
lanternas escurecidas, rodas de liga leve em 15 polegadas,
ar-condicionado, faróis de neblina, MyLink, vidros traseiros e espelhos
elétricos e computador de bordo.
Preço: R$ 43.090.
Fonte: Motrodream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br/
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