28 de jan. de 2013

Impressões caseiras: Lancer Evolution MR 2013

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Nos anos 90, a Mitsubishi pegou seu sedã mais popular, o Lancer, instalou um turbo, tração integral e o colocou para correr nos ralis. Assim nasceu toda uma geração de fanboys. O culto pelo Evo é um dos maiores da cena automotiva. A décima geração está por aí desde 2008 e é o Evo mais maduro e caro de todos. E há rumores dizendo que pode ser o último.

O Evo também é o carro que o meu pai escolheu para ser seu daily driver. Ele vai levar esta avaliação para o lado pessoal, podem ter certeza.
Nota: meu pai queria tanto que eu dirigisse esse carro que ficou insistindo para que eu conseguisse um para testar e saber o que eu acho. Eu até pegaria o dele emprestado, mas ele não deixou.
Ao lado do Nissan GT-R, o Evo é o carro símbolo da geração Gran Turismo. Grande parte dos seus fãs nunca viu um de perto – a criançada que cresceu jogando Gran Turismo e sabia tudo sobre o carro sem nunca tê-lo guiado.

Por fora

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Pai: o evo é um daqueles carros que você ama ou odeia. Não parece nada com os carros que vieram antes dele, e lembra mais um ciborgue. Faróis e lanternas estreitos, uma grade “bocão” e todos os vincos contribuem para isto. No entanto, é revigorante olhar para ele.
Eu gosto dele. E na versão MR, ele perde aquela asa traseira ridícula e ganha um spoiler bem mais discreto. Sabe o que isso quer dizer? Que o Evo está crescendo, assim como os seus fãs da época do Gran Turismo.

Por dentro

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Pai: o interior tem vários recursos e parece mesmo bem acabado, mas tem alguns lugares que precisam de melhorias. A mais óbvia é o volante. Simplesmente não consigo entender porque ele não é grosso, pequeno e coberto de alcântara. O volante original é muito fino e o couro é muito duro.
Os bancos dão um jeito de ser maravilhosos e terríveis ao mesmo tempo. São super apertados, o que pode ser um problema para quem está mais gordo. São ótimos para viagens curtas, mas desconfortáveis e dolorosos se você fica muito mais tempo.

Como anda

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Pai: você estava certo – esta coisa é rápida. O carro tem 295 cv e 41,5 mkgf de torque. Isto, mais o incrível sistema de tração integral fazem do Evo um carro muito bom. Diferentemente dos outros carros com câmbio de embreagem dupla, a Mitsubishi não fica alardeando o sistema de controle de largada, mesmo que o Evo tenha um. Eu o testei e ele nem é tão impressionante. As embreagens não agarram com tanta força para o carro arrancar.
Entendo porque eles não falam sobre o sistema. Ele é totalmente desnecessário.
Se você está em uma rodovia, em sexta marcha, e senta o pé, vai sentir o Evo perdendo fôlego. A potência não chega até os 4.000 rpm, então você precisa saber levar até as rotações chegarem. Mas quando chegam, é mágico.

Como freia

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Pai: os freios são sólidos, embora o pedal não tenha curso o bastante para meu gosto. Parecia mais um botão de liga/desliga em vez de um pedal progressivo.
O mais estranho foi que eu nem liguei para isso. Porque o carro simplesmente para. Chute o pedal e seus olhos vão parar do outro lado do para-brisa. Com o tempo achei que os freios foram melhorando cada vez mais, então não se preocupe: eu me daria bem com eles.

Conforto

Pai: eu sei que você disse que as molas fazem a suspensão ficar mais macia a velocidades mais altas, mas o problema é que estas velocidades não são possívels em uma estrada comum ou pela cidade.
O Evo não se dá muito bem com baixas velocidades. A suspensão é dura. É quase como dirigir uma tábua. A primeira experiência com alta velocidade que eu tive foi na saída de um túnel, onde eu ultrapassei absolutamente todos os carros que vi, em uma trecho de asfalto horrível. E o carro foi impecável, o que mostra que, assim que você pisa, as molas se adaptam.
Tive a chance dirigir rápido em algumas estradinhas vicinais, e fiquei impressionado com a compostura do Evo em alta velocidade. Infelizmente, na maioria do tempo você não vai correr, você vai estar andando devagar em um carro desconfortável. E esse é o problema.

Comportamento

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Pai: você falou que o Evo é sensacional nesse ponto. Achei que você estava exagerando pelo menos um pouquinho.
Você não estava.
Pegue o Evo e ataque uma curva mais rápido do que você acha que deveria. No começo ele vai sair um pouco de frente. Mas aí você sente os computadores/magia negra intervirem. A potência começa a ir para as rodas mais necessitadas e você magicamente sai da curva vivo. Mesmo que você seja o maior bração do mundo, o Evo vai fazer você se sentir um ás do volante. Ele funciona muito bem.
E não é nenhum Lotus Elise. É um sedã que pode levar coisas e pessoas. É isso o que mais me impressiona no Evo.

Transmissão

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Pai: a transmissão com dupla embreagem do Mitsubishi, chamada TC-SST, é muito boa. Não é suave como a S-Tronic da Audi ou intuitiva como a PDK da Porsche, mas faz uma coisa melhor que as duas: ela quase sempre te obedece.
Quer andar a 30 km/h em quinta marcha? Claro. Quer reduzir para a segunda com giro alto? Beleza. Em certos casos o Mit intefere para que você não estrague o motor. Mas eu fiquei surpreso em como ele estava disposto a fazer todas as idiotics que eu pedia. É comovente.
A Mitsubishi também colocou as trocas do jeito certo: reduções para a frente, trocas ascendentes para trás. Eu até esqueci das aletas e usei a alavanca quase o tempo todo.

Áudio

Pai: um aspirador de pó soa mais bonito. O Evo tem um ronco forçado e anêmico. Talvez até seja o ronco mais sem graça do mundo. Com o escape original só dá para ouvir o som da indução. É ruim.
Isto fez do som da Rockford Fosgate minha única opção para ouvir algo legal. Não é o melhor rádio do mundo, mas está longe de ser o pior. Certas mídias, como o iPod e rádios terrestres, soam bem, mas o rádio via satélite é bem fraco.

Mimos

Pai: para quem dirige o carro é cheio de mimos. A transmissão tem três ajustes (embora por alguma razão eu não conseguisse deixar sempre no modo ‘super sport’), o sistema AWD é perfeito, e a possibilidade de mudar a maneira como o carro se comporta dependendo do piso é muito legal.
Mas você me disse que o sistema de navegação/multimídia é incrível. É uma porcaria. Levou 20 minutos para carregar meu iPod toda vez. Isso é inaceitável. E parecia uma máquina caça-níqueis. O mesmo comando às vezes te leva para uma tela, às vezes para outra. Você consegue mexer nele, o que te faz um homem mais sábio e inteligente do que eu.

Bottom Line

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Pai: seu carro é um matador de gigantes. Ele anda tão bem quanto um Porsche ou uma Ferrari que custam até cinco vezes mais. E pode levar uma família inteira. Se este for o último Evo da história, vai fechar a linhagem com chave de ouro.
Você tem um belo carro, pai.

Ficha técnica

Motor: quatro cilindros em linha, dois litros, turbo
Potência: 295 cv a 6.500 rpm/ 41,5 mkgf a 4.000 rpm
Câmbio: automatizado, dupla embreagem, seis velocidades
Aceleração 0-100 km/h: 4,5 segundos
Velocidade máxima: 240 km/h
Tração: integral
Peso: 1.620 kg
Fonte: Jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br/
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