As doenças cardíacas são as que mais matam no Brasil e no mundo, mas, aqui, não são só veias e artérias que se entopem. Pelo vício dos motoristas e pela condições de nossas vias, o trânsito de todas as cidades passa pelo mesmo tipo de problema. Nesta série de posts, mostraremos como isso acontece.
O lipído de baixa densidade é a gordura que se movimenta devagar pela corrente sanguínea, gruda nas paredes dos vasos e começa a impedir o sangue de circular. No asfalto, o que causa isso são buracos, falta de sinalização e alguns outros fatores externos. Mas a maior parte é causada pelos próprios motoristas. Gente que não se dá conta de que há outras pessoas ao redor, algumas na mesma via… Eu chamo esses caras de “colesterol do trânsito”. A atitude espaçosa deles atrapalha, causa congestionamentos e até acidentes.
Segundo os médicos, a melhor pedida para não ter colesterol alto é evitar alimentos que o contenham e se exercitar regularmente, para estimulara a circulação. No trânsito, a ideia é exatamente a mesma. Para identificar quem age assim, e evitar que sejamos do mesmo modo, bolei esta série de postos para o Jalop. É um jeito de voltar para cá (sim, já escrevi nesse pedaço) com o pé direito, acelerando e convidando vocês todos a contribuir. Não só com sugestões do que realmente empata a vida de quem dirige, mas para que a gente se conscientize e ajude a coisa a melhorar. O primeiro episódio da série tem até campanha no Facebook, de tão chato que é. Espia só:
Essa é a imagem mais educada da campanha “dê a seta”, aquela alavanquinha atrás do volante que serve para você avisar quem está ao redor do que você pretende fazer logo em seguida. Isso se tornou viral na rede social. Com as imagens abaixo, inclusive, mas deve haver mais.
Outra que também passa o recado, mas de um jeito que, em minha opinião, é educado demais para resolver alguma coisa.
Eis uma montagem que já apela um pouco para a ironia. É quase educada, mas não deixa de mostrar que indicar o caminho que se vai tomar é um preceito meio básico. Como usar o volante para virar para qualquer lado.
Essa foto parece campanha do governo. E deve ser tão efetiva quanto.
Aqui a coisa já fica mais pesada. Mostra por que o uso da seta é recomendável: permite que as pessoas agilizem o que vão fazer, especialmente se quem está vindo não vai cruzar o caminho. Quem nunca xingou o motorista que engoliu a seta em uma situação dessas?
A versão mal-educada da imagem 4. Deu mais Ibope!
Essa parte para a ignorância, mas todo mundo que gosta de dirigir compartilhou. É a vantagem de dizer sem precisar assinar. Como diz o cara da propaganda: “e não sou eu que estou dizendo!”. Até Nicole Bahls perdeu o medo.
Seta serve para todo mundo ao volante se comunicar de alguma forma. Isso permite que as pessoas façam uma das coisas mais importante que há ao dirigir: SE ANTECIPAR. Se eu sei que você vai virar à esquerda e eu estou justamente nessa faixa, seguindo reto, ou eu vou para trás de você ou te passo, para não bater na sua lateral. Se você vai virar à direita, no cruzamento, eu já posso cair à esquerda e seguir em frente. E por aí em diante. Dando seta, você não empata a vida de ninguém.
Para isso, contudo, quem recebeu o sinal de seta do outro carro precisa colaborar. Por alguma força irracional da natureza, muitos motoristas sentem o pé direito pesar e aceleram ao enxergar a seta do carro à frente, impedindo a sua conversão. Motociclistas usam os corredores para ganhar tempo, mas quantos deles colaboram e permitem que os carros façam as conversões?
Qual a razão dessas atitudes? O fluxo do trânsito só piora, aumenta-se a chance de engavetamentos (pois quem faz uma conversão está com a atenção dividida entre a sua faixa e a faixa ao lado) e o nível de stress no trânsito é potencializado. Daí o infarto metafórico pode virar o real.
Ser colesterol do trânsito, entre outras coisas, é não usar a seta para nada. E ninguém tem obrigação de saber o que você quer fazer.
Fonte: Jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
Comente está postagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário