Por: Ubiratan Bizarro Costa
No GP da Índia da semana passada, o carro da Red Bull
estranhamente soltou algumas faíscas abaixo da BANDEJA T, o que foi
comentado inclusive pelos narradores da transmissão na TV que poderia
estar sendo causado por detritos presos no assoalho.
O assunto passou, mas vendo os treinos livres da etapa de Abu Dhabi nesta sexta-feira, reparei que novamente a BANDEJA T da Red Bull soltava muita faísca, até nas retas…
A Bandeja T da Red Bull já tinha sofrido especulação de outras equipes sobre a sua legalidade no ano passado, especialmente depois de que surgiu um vídeo mostrando o assoalho do modelo RB7 por baixo após um acidente em Monza, feito por torcedores e vinculada na internet.
Os rivais reclamavam que as imagens que mostravam um desgaste na ponta da bandeja, o que poderia ser um sinal que ela era mais baixa que o permitido e que a equipe estaria dando um jeito para passar nos testes da FIA. Veja como funcionava a suposta “sacada” de Adrian Newey que comentei:
BANDEJA T FLEXÍVEL:
Uma teoria que corre no meio técnico sobre a F1 é que algumas equipes descobriram e estariam usando um recurso aerodinâmico que aparentemente passa pelos testes da FIA.
Trata-se de uma possível flexibilidade, agora na “Bandeja T”. Esta peça localizada a frente do assoalho logo abaixo do cockpit do piloto é responsável por direcionar todo o fluxo de ar sob o carro e criar maior pressão aerodinâmica na parte frontal do assoalho do F1.Mas para quê?
Uma das melhores formas de se gerar muito donwforce no F1 é abaixando bem o bico deixando a asa dianteira quase batendo no chão, ao mesmo tempo em que se eleva a traseira o máximo possível, tornando o carro uma verdadeira “cunha” aerodinâmica.
Mas quando se abaixa muito o bico frontal, automaticamente a “BANDEJA T” (que está no meio do caminho), raspa e bate no chão, deixando marcas e “desgastando” seu fundo, saindo assim da medida padrão e gerando punições pelo regulamento.
E qual é a jogada:
Para baixar o máximo possível o bico e a asa frontal do F1, sem deixar raspar a Bandeja T, as equipes estariam fazendo a seguinte manobra engenhosa:
As bandejas T são montadas no assoalho do F1 por um tipo de pino central, além de parafusos. Mas conseguiram de alguma forma tornar esse mesmo pino uma espécie de eixo central que permite a bandeja balançar da mesma forma como uma gangorra sob ele e ganhar na sua ponta alguns milímetros de folga, evitando que a mesma bata muito no chão durante a corrida.
Assim, quando fazem os ajustes para a corrida, eles regulam toda a altura do assoalho do F1 desde o bico até a traseira deixando tudo o mais próximo possível do perfil aerodinâmico ideal.
Mas como fazem a Bandeja T passar no teste da FIA?
Quando a FIA aplica o teste de flexibilidade com o macaco hidráulico na ponta da Bandeja T, o peso do F1 evita que a mesma gire sob o pino, travando o movimento de gangorra, permitindo que a bandeja flexione apenas os 5mm permitidos pelo regulamento.
Simples e engenhoso. Em quanto isso, vemos alguns carros (que você até já desconfia quais) com uma traseira bem elevada, e a frente praticamente tocando o chão. Por que será? Mas como todo boato na F1 é especulação, só a FIA mesmo para mudar os testes e “tampar” mais essa “possível” brecha no regulamento.
Hoje, com mais estas estranhas faíscas nos treinos, que definitivamente não eram detritos na pista, pode ser que acharam outros meios para voltar com essa jogada na BANDEJA T, mais engenhosamente ainda. Em se tratando de Adrian Newey não duvido de nada.
Então na próxima corrida fique de olho, se mais faíscas saírem da Bandeja T, esse papinho de detrito não cola mais, tem coisa lá. A FIA que fique esperta.
Ubiratan Bizarro Costa (Bira) é designer industrial automobilístico. Criador, projetista e construtor de alguns estranhos veículos “experimentais”, protótipos, produtos, etc. Blogueiro pesquisador da aerodinâmica e tecnologia da F1 desde sempre. Criou dispositivos de segurança para a F1 como o projeto do PCP (na época do acidente de Massa), comentado por jornalistas em sites europeus. Mantém o blog Designer Bira.
Fonte: Blog Telemetria O assunto passou, mas vendo os treinos livres da etapa de Abu Dhabi nesta sexta-feira, reparei que novamente a BANDEJA T da Red Bull soltava muita faísca, até nas retas…
A Bandeja T da Red Bull já tinha sofrido especulação de outras equipes sobre a sua legalidade no ano passado, especialmente depois de que surgiu um vídeo mostrando o assoalho do modelo RB7 por baixo após um acidente em Monza, feito por torcedores e vinculada na internet.
Os rivais reclamavam que as imagens que mostravam um desgaste na ponta da bandeja, o que poderia ser um sinal que ela era mais baixa que o permitido e que a equipe estaria dando um jeito para passar nos testes da FIA. Veja como funcionava a suposta “sacada” de Adrian Newey que comentei:
BANDEJA T FLEXÍVEL:
Uma teoria que corre no meio técnico sobre a F1 é que algumas equipes descobriram e estariam usando um recurso aerodinâmico que aparentemente passa pelos testes da FIA.
Trata-se de uma possível flexibilidade, agora na “Bandeja T”. Esta peça localizada a frente do assoalho logo abaixo do cockpit do piloto é responsável por direcionar todo o fluxo de ar sob o carro e criar maior pressão aerodinâmica na parte frontal do assoalho do F1.Mas para quê?
Uma das melhores formas de se gerar muito donwforce no F1 é abaixando bem o bico deixando a asa dianteira quase batendo no chão, ao mesmo tempo em que se eleva a traseira o máximo possível, tornando o carro uma verdadeira “cunha” aerodinâmica.
Mas quando se abaixa muito o bico frontal, automaticamente a “BANDEJA T” (que está no meio do caminho), raspa e bate no chão, deixando marcas e “desgastando” seu fundo, saindo assim da medida padrão e gerando punições pelo regulamento.
E qual é a jogada:
Para baixar o máximo possível o bico e a asa frontal do F1, sem deixar raspar a Bandeja T, as equipes estariam fazendo a seguinte manobra engenhosa:
As bandejas T são montadas no assoalho do F1 por um tipo de pino central, além de parafusos. Mas conseguiram de alguma forma tornar esse mesmo pino uma espécie de eixo central que permite a bandeja balançar da mesma forma como uma gangorra sob ele e ganhar na sua ponta alguns milímetros de folga, evitando que a mesma bata muito no chão durante a corrida.
Assim, quando fazem os ajustes para a corrida, eles regulam toda a altura do assoalho do F1 desde o bico até a traseira deixando tudo o mais próximo possível do perfil aerodinâmico ideal.
Mas como fazem a Bandeja T passar no teste da FIA?
Quando a FIA aplica o teste de flexibilidade com o macaco hidráulico na ponta da Bandeja T, o peso do F1 evita que a mesma gire sob o pino, travando o movimento de gangorra, permitindo que a bandeja flexione apenas os 5mm permitidos pelo regulamento.
Simples e engenhoso. Em quanto isso, vemos alguns carros (que você até já desconfia quais) com uma traseira bem elevada, e a frente praticamente tocando o chão. Por que será? Mas como todo boato na F1 é especulação, só a FIA mesmo para mudar os testes e “tampar” mais essa “possível” brecha no regulamento.
Hoje, com mais estas estranhas faíscas nos treinos, que definitivamente não eram detritos na pista, pode ser que acharam outros meios para voltar com essa jogada na BANDEJA T, mais engenhosamente ainda. Em se tratando de Adrian Newey não duvido de nada.
Então na próxima corrida fique de olho, se mais faíscas saírem da Bandeja T, esse papinho de detrito não cola mais, tem coisa lá. A FIA que fique esperta.
Ubiratan Bizarro Costa (Bira) é designer industrial automobilístico. Criador, projetista e construtor de alguns estranhos veículos “experimentais”, protótipos, produtos, etc. Blogueiro pesquisador da aerodinâmica e tecnologia da F1 desde sempre. Criou dispositivos de segurança para a F1 como o projeto do PCP (na época do acidente de Massa), comentado por jornalistas em sites europeus. Mantém o blog Designer Bira.
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br/blog/telemetria
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