22 de jun. de 2012

Carlos Ghosn, que salvou a Nissan da falência, prepara aposentadoria

Fotos: Divulgação
Carlos Ghosn, que salvou a Nissan da falência, prepara aposentadoria
Ídolo no Japão e apontado como um dos executivos mais influentes do mundo, o brasileiro planeja deixar a presidência da aliança franco-nipônica até 2017

Conhecido como gestor carismático e negociador hábil, o presidente mundial da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, de 58 anos, já se prepara para deixar o cargo dentro de um período de cinco anos, como revelou um porta-voz da empresa à agência de notícias Bloomberg.
Um dos principais responsáveis pela bem sucedida reestruturação da Nissan, Ghosn é brasileiro de nascimento, tem descendência árabe e se naturalizou francês. A identidade multicultural também marca a forma como o executivo comanda, tendo alcançado um elogiável equilíbrio na parceria entre a francesa Renault e a japonesa Nissan, fabricantes com estruturas completamente diferentes.

Os investidores da Nissan já foram avisados sobre o início de um plano de sucessão na montadora, já que o executivo deseja deixar a empresa antes do início do próximo ciclo de negócios de médio prazo, agendado para 2017. Antes disso, Ghosn trabalhará para concluir o plano Nissan Power 88, anunciado no ano passado. O objetivo é deter 8% de participação no mercado global e 8% de lucro operacional até o fim de 2016. A estratégia também prevê a redução anual de 5% nos custos de produção, além do lançamento de um novo veículo a cada seis semanas. O português Carlos Tavares, atual chefe de operações da Renault, e o francês Dominique Thormann, diretor financeiro, são apontados como possíveis sucessores do brasileiro.

Carlos Ghosn ganhou destaque na indústria automobilística ao permanecer por mais de 15 anos na fabricante de pneus Michelin, empresa em que ingressou em 1981. Em 1996, ele foi contratado pela Renault para supervisionar áreas como pesquisa avançada e atividades na América do Sul. Três anos depois, o brasileiro foi encarregado de promover a reestruturação financeira da nipônica Nissan, que então iniciava uma aliança com a montadora francesa. Tendo se mostrado bem sucedido na tarefa, Ghosn assumiu a presidência global da aliança em abril de 2007. Para salvar a Nissan, o executivo adotou medidas polêmicas, como a demissão de 20 mil funcionários da marca japonesa, o que lhe rendeu o apelido de “cost killer”. Apesar disso, o êxito de Ghosn em retomar a Nissan o transformou em ídolo no Japão, onde ele chegou a protagonizar um mangá, as famosas histórias em quadrinhos do país asiático.
 


Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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