16 de mar. de 2012

Primeiras impressões: Honda CR-V 2012

Câmbio manual e posição de guiar elevam o prazer ao volante. Desempenho continua não sendo prioridade para o modelo.

Há mais de 2 anos num desesperador jejum de lançamentos, sobrevivendo de versões especiais de produtos já existentes (Fit DX, com calotas e sem rádio; Civic SE, um LXL mais equipado...), a Honda começou o ano mostrando disposição em compensar a longa ausência de novidades. Primeiro com a nona geração do Civic, que chegou às lojas em janeiro, e agora com a quarta do CR-V, já nas concessionárias da marca por preços que começam em R$ 84.700 (LX 4x2 manual), passam por R$ 87.900 (LX 4x2 automática) e chegam a R$ 103.200 (EXL 4x4 automática), conforme antecipou o G1.
Honda CR-V entra na quarta geração (Foto: Divulgação)Honda CR-V entra na quarta geração (Foto: Divulgação)
A estratégia adotada para o CR-V é idêntica à imposta ao novo Civic: incrementar a lista de equipamentos e torná-lo mais confortável no rodar – além do visual totalmente renovado, claro. Assim, o crossover parte de sua versão de entrada com central de informações i-MID disposta numa tela LCD de 5"com ajustes no volante, câmera de marcha à ré, conexão USB para MP3 player e iPod, volantes com controles do áudio e do piloto automático, airbag duplo e ABS com EBD (distribuição eletrônica de frenagem), citando os principais.
Na versão LX, câmbio manual e ar-condicionado analógico.  (Foto: Divulgação) 
Na versão LX, câmbio manual e ar-condicionado analógico. (Foto: Divulgação)
A configuração EXL oferece a mais GPS, bancos em couro, ar-condicionado (digital) de dupla zona de atuação, Bluetooth, sistema de áudio com tweeter e subwoofer, airbags laterais e do tipo cortina, sensor de chuva (sempre dispensável, diga-se), teto solar, faróis de neblina, tração nas quatro rodas, controle de estabilidade e assistência de saída em subidas (Hill Start Assist).
Já na topo de linha EXL, câmbio automático e ar-condicionado digital.  (Foto: Divulgação) 
Já na topo de linha EXL, câmbio automático e ar-condicionado digital. (Foto: Divulgação)
Há também alterações no motor 2.0 16V, que teve sua potência elevada de 150 para 155 cavalos (o torque continua em 19,4 kgfm, mas agora 80% já está disponível em 2.400 rpm).São inúmeras explicações técnicas, que na prática se resumem em eficiência: o CR-V, segundo a Honda, agora anda mais e bebe menos. Um dos responsáveis pela suposta maior economia é o botão ECON, que quando ativado recorre a assistências para uma condução mais poupadora, alterando o funcionamento da injeção eletrônica, do ar-condicionado e até do piloto automático.
Segundo a Honda, 65% do CR-V é inédito.
Concorrentes; Honda; CR-V (Foto: G1)

Impressões
Visualmente, o CR-V é competente naquilo que se propõe: ser imponente. Mas é inevitável associar suas lanternas às do Volvo XC60, por mais que se evite. E, pior do que lembrar do sueco ao vê-lo de traseira, é confundi-lo com o Hyundai SantaFe ao encará-lo de frente. Não que o Honda seja feio – pelo contrário. Trata-se de um desenho atraente e bem resolvido. Mas parte da personalidade da terceira geração, com a grade frontal sobreposta, ficou no caminho.
Versões 2011 (à esq.) e 2012 (à dir.) guardam poucas semelhanças na parte frontal.  (Foto: Divulgação)Versões 2011 (à esq.) e 2012 (à dir.) guardam poucas semelhanças na parte frontal. (Foto: Divulgação)

O G1 testou o novo CR-V numa pista fechada, dentro da Fazenda Capuava. Lugar ideal para conhecer um novo esportivo, mas totalmente antagônico à proposta de um crossover e que, no caso, eliminou a chance de andar com o carro em estradas e vias urbanas – o verdadeiro habitat de um carro desse tipo.
Ainda assim, a novidade da Honda impressionou. Sua evolução dinâmica em relação à geração anterior é indiscutível: ele está mais confortável e estável que o antecessor. Internamente, os ocupantes encontram um ambiente espaçoso, que transmite a típica solidez dos carros da marca. Ressalvas apenas para a forração das portas, simples demais para estarem num carro que orbita na faixa dos R$ 100 mil.
Forração das portas peca pela simplicidade.  (Foto: Divulgação)Forração das portas peca pela simplicidade. (Foto: Divulgação)


Por outro lado, aplausos para a posição de guiar, uma das mais democráticas da categoria: as regulagens de banco e volante permitem tanto um posicionamento elevado, característico dos SUVs, quanto uma acomodação mais próxima ao chão, como convém a um sedã – afinal, um crossover também tem pretensões de agradar quem busca a dirigibilidade de um sedã.  Volante e painel também mudaram sensivelmente. O segundo agora traz uma indicação que diz ao motorista se ele está conduzindo o carro de maneira eficiente.
Pegou leve no acelerador? A luz verde acende.  (Foto: Divulgação)Pegou leve no acelerador? A luz verde acende. (Foto: Divulgação)


Sendo gentil com o acelerador, uma luz verde acenderá ao lado do velocímetro. Já o segundo é praticamente igual ao do Civic. No entanto, se neste a troca foi decepcionante, no CR-V a substituição foi positiva: o novo volante tem mais pegada e oferece mais facilidade e intuição na operação dos comandos.

Andar bem continua não sendo uma prioridade do CR-V, mas na linha 2012 a busca por mais agilidade e prazer ao volante ganhou um câmbio manual de seis marchas como forte aliado. O automático tem trocas suaves, mas não excita o condutor. É na transmissão mecânica que está a diversão, com engates, ao mesmo tempo, macios e precisos, e uma alavanca em posição privilegiada. A disposição e a distância entre os pedais também agradam.

Com essa inédita opção (até agora exclusividade de Kia Sportage e Hyundai ix35), a intenção da Honda é atrair donos de Civic não só pelo preço mais acessível em relação à versão automática, mas também por conta do desejo de alguns desses clientes em ter um carro com câmbio manual. “Enxergamos um nicho que não é atendido”, justifica Alfredo Guedes, engenheiro e supervisor de Relações Públicas da marca. Do total de emplacamentos, espera-se que de 5% a 8% sejam da versão manual.
Versão LX estreia câmbio manual.  (Foto: Divulgação)Versão LX estreia câmbio manual. (Foto: Divulgação)

Se o caminho do Civic para retomar a liderança do segmento será difícil – mesmo após tantas mudanças –, a briga do CR-V para manter seu reinado certamente será mais fácil.

Fonte: G1
 Disponível no(a): http://g1.globo.com/carros/
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