Paulo Solti fala sobre vendas, IPI e lançamento do V60
Renata Viana de Carvalho, de Genebra (Suíça)
Paulo Solti
Desde janeiro, ele está no comando da Volvo com a missão que todo alto executivo recebe: fazer a marca crescer. A meta é aumentar em 10% o volume de vendas em relação ao resultado de 2011 – quando a marca teve crescimento de 140%. “Só não vamos aumentar mais porque a estimativa para o mercado premium no Brasil, que corresponde a 50% do volume da região, é de estabilidade. Vamos manter os 5.400 carros do ano passado”. Antes do IPI, a expectativa para 2012 era chegar a 8 mil unidades. “E não seria absurdo falar em 15 mil até 2017”.
Essa estabilidade é resultado das mudanças no IPI?
Totalmente. É uma variável que mexeu completamente com o segmento premium. Ninguém sabe como vai ficar, como o mercado vai evoluir nos próximos meses. O governo tomou uma decisão que dá para entender por causa da balança comercial. Mas ela não é uma decisão técnica do segmento. Se pensar em número de geração de empregos, uma decisão de aumento de vendas das marcas existentes no mercado faria com que houvesse mais abertura de concessionárias e resultaria mais ou menos no mesmo número de empregos gerados por cinco montadoras no Brasil em três anos. Hoje, a decisão do governo visa uma proteção da indústria local, mas efetivamente o efeito não é exatamente o que eles estão esperando. A flexibilização para as montadoras que querem investir no país, com fábrica ou desenvolvimento de tecnologia, me parece uma correção de rumo.
A Volvo tem intenção de fazer um investimento desse tipo no Brasil?
Todas as importadoras hoje pensam em produzir no Brasil, que é um mercado emergente, que tem potencial. A Volvo não é diferente. Está analisando. O assunto é uma prioridade de discussão na empresa. Mas não há nada decidido. Hoje a Volvo tem duas fábricas, uma na Suécia outra na Bélgica. Três novas estão em construção na China.
A Volvo vai repassar integralmente o reajuste IPI para os carros?
Não, não vai. Só metade, 15%. Estamos tentando manter isso para não penalizar o consumidor. Mas é uma decisão difícil, porque compromete a margem de lucro, do que deveria ganhar. Também implica no adiamento de projetos ou recursos tecnológicos. Um exemplo: nós tínhamos pensado em trazer uma versão um pouquinho mais radical do C30. Não dá mais, porque o posicionamento de preço não fecha para o mercado brasileiro.
Quanto o Brasil representa para a Volvo mundialmente?
A Volvo vende 470 mil carros, em média. Então o Brasil representa cerca de 1,5% do volume total. Mas é um mercado que tem potencial, pois o segmento premium ainda é pequeno se comparado ao de outros países.
Não. Não é uma estratégia da Volvo. Nós somos uma marca premium, de carros premium, que tem uma clientela que busca um carro diferenciado, que tem design, segurança e traz para ela estilo e status. Então, uma marca que tira isso do seu produto está se desvalorizando.
Como está o calendário de lançamentos para o país?
Até junho traremos o V60, station wagon da linha 60, que vem ocupar um segmento de mercado que está meio desabastecido no Brasil. E nos próximos quatro anos a Volvo vai lançar um modelo por ano. É nossa estratégia para ganhar mercado. Nesse período, teremos apenas uma reestilização. Os outros serão produtos novos ou novas gerações. Além dos novos produtos, vamos abrir de dez a doze concessionárias ao ano – até o fim de março serão 20, no total.
O V40 deve ser o produto de 2013?
Ele está sendo estudado para ser comercializado no Brasil, sim. A decisão ainda não está tomada sobre isso. Existem outros produtos da nossa gama que podem ser comercializados aqui, também.
Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a): http://revistaautoesporte.globo.com/
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