Motor a diesel e câmbio automático de trocas suaves são destaques. Trepidação da transmissão manual e detalhes do acabamento incomodam.
S10 mirou a Hilux (Foto: Divulgação)
Após divulgar os preços da nova S10,
a Chevrolet promoveu um curtíssimo (para não dizer frustrante)
test-drive no seu Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba, interior
de São Paulo. Seja no circuito de asfalto ou no trecho off-road, a
picape mostrou-se evoluída em relação ao antigo modelo.Os 16 anos que separam a antiga da recente S10 impedem, aliás, qualquer comparação.
Traçar um paralelo entre as duas leva a resultados óbvios e, até por isso, injustos. É mais coerente pensar na nova S10 com as rivais em mente. Foi o que engenheiros e designers fizeram durante seu desenvolvimento: apesar de prudentemente considerarem todas as concorrentes, é principalmente sobre a Toyota Hilux que está a mira da Chevrolet – e dela que vem boa parte da influência.
VisualExceto pela porção frontal, S10 e Hilux têm fortes semelhanças na lateral (como a linha da janela traseira que se eleva ao final e o vinco que se forma após o para-lama, logo abaixo de onde as duas levam a inscrição 4x4) e na traseira, com a lanterna na vertical – e aí a S10 também é muito semelhante à Volkswagen Amarok. Nos primeiros encontros nas ruas, será possível confundir a S10 com as outras duas.
De frente, a S10 não segue o caminho da “precisão cirúrgica” adotado pela Amarok, onde todos os elementos estão exatamente onde deveriam. Podemos chamá-la de sisuda, mas não há exageros. Questão de estilo. Já quando colocada ao lado da Toyota, a picape da Chevrolet envelhece o visual já não tão jovial da concorrente, que acabou de ser reestilizada.
“Antigamente o consumidor aceitava barulho e até mesmo poeira dentro da cabine de uma picape, que era um veículo estritamente comercial. Hoje ele busca o conforto de um automóvel”, explica ao G1 Gustavo Colossi, diretor de Marketing da General Motors do Brasil. E, nesse esforço em parecer um carro internamente, a S10 agora se junta à Amarok como as duas mais bem-sucedidas nessa tendência que, aliás, foi iniciada pela picape da Toyota.
Interior da picape tem comandos à mão, boa ergonomia e painel de fácil leitura
RodandoO primeiro modelo a ser experimentado pelo G1
foi a versão LTZ 2.4 (gasolina) com câmbio manual. O aumento de torque
(de 21,9 para 24,1 kgfm) garante à picape boa desenvoltura, ignorando a
morosidade que um veículo desse tamanho sugere. O câmbio tem engates
fáceis, mas impressionou negativamente pela trepidação intensa da
alavanca. Já a suspensão causou contradições: sobre pisos irregulares,
fez o veículo sacolejar mais do que o normal para uma picape; e, em
asfalto liso, apresentou estabilidade acima da média, mesmo quando
guiada de maneira mais abusada.É na versão a diesel, entretanto, que o motorista encontrará uma picape mais prazerosa de dirigir: torque abundante, câmbio automático de trocas suaves e suspensão mais macia. Até agora bem distante das rivais em dirigibilidade, a S10 daqui em diante deverá se tornar uma das referências.
Desta vez, cabine dupla vai predominar no mix de vendas (Foto: Divulgação)
Cabine estendidaO mix de vendas da nova S10 terá,
segundo as previsões de Colossi, uma inversão: se há cerca de quatro
anos 70% dos emplacamentos da picape referiam-se à versão flex e 30% à
configuração diesel, na nova fase serão 60% para o motor diesel e 40%
para o flex – com importante participação do câmbio automático.
“Notávamos uma migração dos clientes da S10 Diesel para outras marcas
justamente por conta da ausência da transmissão automática”, admite o
executivo. A previsão de vendas se manterá nas 4 mil unidades mensais,
porém agora abrangendo uma faixa maior de preços (dos R$ 58.868 aos R$
135.200).No lançamento mundial da S10 (chamada de Colorado em outros mercados), em outubro passado, na Tailândia, a Chevrolet apresentou também a versão de cabine estendida – lançada por aqui em 1996, um ano após a estreia da S10, mas que teve vida curta. A nova geração poderia ressuscitar o modelo? Colossi diz: “Não temos planos de lançar de novo a cabine estendida. A pequena diferença de preço entre ela e a cabine dupla a torna inviável comercialmente. Para o Brasil, a melhor equação é a cabine dupla”.
Fonte:G1
Disponível no(a): http://g1.globo.com/carros
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