Montadora sofre com alta do iene e por concentrar produção no Japão. Companhia precisa de capital para investir no México e na Rússia.
Mazda briga contra iene para expandir negócios
(Foto: Divulgação)
Mazda quer levantar US$ 2 bilhões em segunda oferta pública de ações em
dois anos e meio, ressaltando a vulnerabilidade para o forte iene.
Enquanto o iene forte tem martelado todas as montadoras japonesas, a
Mazda foi a mais atingida, com cerca de 70% de sua produção no Japão –
90% para exportação. A montadora disse ainda que seu prejuízo líquido
dispararia para 100 bilhões de ienes no ano fiscal que será encerrado em
março, para uma perda anual de 19 bilhões de ienes.(Foto: Divulgação)
"Somente com as fábricas que eles têm agora, a operação não é viável", diz o analista do setor automobilístico da CLSA Asia-Pacific Markets, Christopher Richter. "Eles precisam sair sob esse fardo de ienes", ressalta.
Excluindo a oferta de ações, a Mazda iria levantar 147 bilhões de ienes e está buscando mais 70 bilhões de ienes em empréstimos subordinados.
Outros 30 bilhões de ienes seriam usados para melhorar as instalações no Japão e cerca de 90 bilhões de ienes para desenvolver a próxima geração de tecnologias ambientais e de segurança, previstas para os próximos três anos.
Como a produção da fábrica mexicana não deve iniciar antes do segundo semestre de 2013, a Mazda ficaria à mercê de taxas de câmbio, por enquanto, segundo analistas.
Voo solo
A Mazda está entre as poucas montadoras no mundo sem alianças de capital num momento em que muitas empresas na indústria automobilística estão amarradas a partilhar o fardo crescente de pesquisa e desenvolvimento. Isso porque os governos exigem cada vez mais das montadoras nas duas áreas.
Um exemplo disso, é o interesse da PSA Peugeot Citroën em fechar parcerias. De acordo com o ministro francês do Trabalho, Xavier Bertrand, a empresa está em negociações com a americana General Motors (GM) para estabelecer uma "cooperação estratégica".
Em contrapartida, os laços da Mazda com a ex-acionista controlara, a Ford, estão cada vez mais fracos. As duas companhias ainda operam fábricas de automóveis comuns na China e Tailândia, mas a participação da Ford caiu para apenas 3,5% de um pico de 33,4%. A oferta mais recente diminuiria ainda mais participação da Ford, para 2,1%.
"Eu acho que a Mazda está em uma encruzilhada de determinar como ela vai sobreviver por conta própria", disse um analista de Tóquio, recusando-se a ser identificado.
O CEO da Mazda, Takashi Yamanouchi, derrubou na semana passada a possibilidade de uma aliança de capital, dizendo a repórteres que a montadora optaria por projetos baseados em parcerias.
A dependência das exportações atingiu a Mazda especialmente no difícil momento em que vive a Europa, onde é uma das marcas mais bem sucedidas da Ásia. Em 2011, as vendas europeias da Mazda, excluindo a Rússia, totalizaram 145.600 veículos, queda de 55% em três anos.
De acordo com Richter, a queda acontece em detrimento da crise e do câmbio "Eles não podem se dar ao luxo de vender para esse mercado como a taxa euro-iene tem sido."
A Mazda, avaliada em US $ 3,3 bilhões, tem cerca de 100 bilhões de ienes em dívidas, enquanto a parte de fundos próprios - a proporção do capital utilizado para financiar seus ativos - caiu 20% no final de dezembro, em comparação com alta de 30% na Toyota Motor Corp e na Honda Motor Co.
As ações da Mazda caíam 1,4% em 147 ienes antes do anúncio, após queda de 10% na terça-feira (21) sobre os relatórios dos planos de levantar capital.
Fonte: G1
Disponível no(a): http://g1.globo.com/carros/
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