20 de fev. de 2012

Curiosidade - Test drivers bons de bico

Como pai e filho conseguem dirigir (e avaliar) alguns dos carros mais cobiçados à venda no país

Marina Jankauskas // Fotos: Daniela Toviansky
Daniela Toviasky
Os modelos da preparadora oficial da Mercedes-benz estão entre ops preferidos da dupla. Durante um evento da marca, eles aceleraram um C63 AMG; "O melhor test drive de nossas vidas"
“É como ir ao shopping para as mulheres.” Assim, o empresário José Eduardo Giraldes, 52 anos, define a diversão de fazer test drives. E nem precisava de explicação: a paixão por testar carros está visível nele e em seu filho (companheiro de aventuras automotivas), o estudante Rodrigo, de 23 anos. Eles não são pilotos de teste. São automaníacos que encontraram uma forma de dirigir, sem custo, alguns dos carros mais cobiçados como Subaru, Volvo, Audi, BMW, Hyundai, Chrysler e Mercedes-Benz.

Certa vez foram testar o novo Chevrolet Omega depois de um campeonato de jiu-jitsu. Detalhe: ambos ainda estavam de calça de quimono (o “roupão” que se veste no esporte). Os funcionários da concessionária estranharam, mas, mesmo assim, eles conseguiram o objetivo. Segundo Rodrigo, é tudo uma questão de atitude: “Um louco vai à sua loja falando que quer gastar quase R$ 200 mil num carro. Se ele estiver de quimono, sem quimono, não importa, você vai deixar o cara fazer pelo menos o test drive.”
Daniela Tovianski
Pai e filho explicam a técnica para conseguir o test drive: "você tem que botar uma banca!"
Não que pai e filho tenham intenção de comprar os carros. Mas como o vendedor sabe disso? “É difícil o cara saber se você está blefando”, explica José. Quem aprendeu bem a técnica foi justamente Rodrigo. Afinal, só com muita lábia você faz alguém deixar um carro de mais de R$ 100 mil, como o Civic Si, nas mãos de um moleque. “Você tem que botar uma banca. Falei assim: ‘Andei com meu pai no Civic Si outro dia, e queria dar mais uma volta. Estou em dúvida entre ele e o Subaru WRX’. O cara ainda ficou meio desconfiado. E daí emendei: Você tem à pronta entrega? Acho que vou fechar hoje’.” Teste garantido.
Para eles, o momento do teste é a oportunidade de ver se há algo de errado com o modelo ou, em alguns casos, com a própria marca. Na avaliação deles, a Fiat está perdendo. “Você fala em test drive para um vendedor da Fiat e parece que dá um erro do Windows. Faz ‘PAM’!”, explica Rodrigo. A Nissan também não anda em alta. “No Sentra, o forro do teto começou a cair. E o vendedor ainda falou: ‘É só colocar pra dentro’. Claro!”
Com tantas histórias, qual seria o melhor test-drive da vida deles? Mercedes-Benz C63. Foi em um evento da marca, cujo convite veio de um amigo. Lá, eles tiveram toda a linha à disposição, inclusive os preparados pela AMG. Se essa foi uma boa experiência, os sete dias com um Audi A3, seguidos de mais dez dias com um Audi A4, ambos com o tanque cheio, não ficaram muito atrás. Mas isso foi há algum tempo, quando as marcas entregavam os carros nas casas. Hoje, isso está cada vez mais raro, já que muitas pessoas compram o veículo sem nem ver antes. Uma pena para os test drivers de plantão.
Daniela Toviansky
Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a): http://revistaautoesporte.globo.com/
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