26 de dez. de 2011

Qual foi o lançamento mais importante de 2011?

Fotos: Luiza Dantas, Luiz Humberto Monteiro Pereira, Eduardo Rocha, Rodrigo Machado, Pedro Paulo Figueiredo e Divulgação/Carta Z Notícias
Qual foi o lançamento mais importante de 2011?
Modelos de diferentes segmentos estão entre os principais destaques do ano

É verdade que algumas coisas não mudaram. A Fiat continua líder de mercado e o Volkswagen Gol mantém o título de carro mais vendido do Brasil. Mas o cenário deste final de 2011 é, certamente, bastante diferente do que acontecia em 2010.
E as manchetes não foram ocupadas apenas pela invasão dos carros chineses ou pela guerra do IPI contra os importados. Este ano também foi marcado por uma série de lançamentos importantes, que aumentaram ainda mais a diversidade de modelos à disposição do consumidor brasileiro.

Depois de publicar uma retrospectiva que discutiu os rumos tomados pelo mercado nacional ao longo de 2011, MotorDream lista 15 modelos – de diferentes marcas e segmentos – que causaram barulho por aqui e quer saber de seus leitores: qual foi o lançamento mais importante de 2011? Participe da Enquete (localizada no canto inferior direito da Capa do site), que estará ativa até a sexta-feira, dia 06 de janeiro, quando será divulgado o resultado.



Audi A1

Os números em todo o mundo mostram que a Audi está na melhor fase de sua história. No Brasil, não é diferente. Mas, se na Europa a Audi está no auge do seu prestígio, por aqui ainda tenta reforçar o seu “status” – abalado desde 2006, com o encerramento da produção local do A3 em São José dos Pinhais, no Paraná. Para tentar resgatar o carisma no mercado local, a Audi precisa reafirmar o requinte e a exclusividade de seus produtos. Ou seja, não pode usar o preço como grande apelo de vendas. Mesmo no seu carro mais barato, o compacto A1, a tática não muda. Ele sai de R$ 89.900, mas pode superar os R$ 110 mil com opcionais. Algo considerável para um carro do porte de um Volkswagen Polo – alíás ele é feito na plataforma do Polo europeu.



Chevrolet Cobalt

O novo sedã compacto da marca foi totalmente desenvolvido no Centro Tecnológico da General Motors em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, mas deverá ser produzido em outros três países e vendido na Europa, África, Oriente Médio e América do Sul. No Brasil, veio para ocupar os lugares dos esquecidos veteranos Astra sedã e Corsa sedã – o Classic, sedã básico ainda mais veterano mas bom de vendas, continua em linha. De acordo com a fabricante, o Cobalt é voltado para a classe média que melhorou de vida e não se contenta mais com os modelos 1.0 litro, e tem preços entre R$ 39.980 e 45.980.



Chevrolet Cruze

O Cruze também aposta nas soluções globais para aumentar a competitividade da GM na maior quantidade possível de mercados ao redor do planeta. O novo sedã médio da gravata dourada teve a plataforma projetada na Alemanha, foi desenhado na Coreia do Sul, tem motor húngaro e agora é produzido em São Caetano do Sul, no ABC Paulista – como já ocorre em outras nove unidades da General Motors mundo afora. A missão do sedã no Brasil é clara: brigar com os rivais japoneses Honda Civic e Toyota Corolla, como já acontece em outros palcos, como Estados Unidos e Ásia.



Citroën C3 Picasso

Lançado em maio, o C3 Picasso vem aumentando suas vendas sem afetar muito o desempenho do Aircross, a versão aventureira que chegou primeiro. O C3 Picasso segue a lógica comum aos monovolumes compactos urbanos. Tenta minimizar a escassez de espaço inerente aos compactos com um habitáculo de altura bem elevada, de fácil acesso e que amplia a sensação de conforto. Com seu estilo moderno e “clean”, o C3 Picasso aparenta ser menor que o Aircross, mas, adereços à parte, a carroceria dos dois modelos é praticamente a mesma. Na lista de concorrentes do francês estão Volkswagen SpaceFox, Chevrolet Meriva, Nissan Livina, Fiat Idea e Kia Soul.


Fiat Freemont

Hoje em dia, para vender carros, as fabricantes tentam atender mais o desejo do consumidor do que suas reais necessidades. É o que os departamentos de marketing gostam de chamar de “aspiracional” – ou seja, a opção de oferecer ao cliente um modelo que represente o estilo de vida que ele quer ter, mesmo que não seja algo realmente adequado e prático ao seu cotidiano atual. Mas não é só quem compra carro que sonha ser algo diferente do que é. As marcas também têm “sentimentos” parecidos. É o caso da Fiat. Depois de 35 anos no Brasil, a empresa italiana – fortíssima no segmento de compactos – começa a ir atrás do seu desejo de ser mais requintada. E o maior expoente dessa proposta é o recém-lançado Freemont. E, principalmente, a versão Precision do utilitário esportivo. Que, não por acaso, é o carro mais caro que a Fiat já vendeu no Brasil. O preço inicial é de R$ 86 mil.



Fiat Palio

A Fiat adiou enquanto pôde. Mas a segunda geração do Palio era inevitável. Em 15 anos de mercado, o modelo manteve uma média invejável de 14 mil vendas mensais. Mas depois de quatro face-lifts, a idade pesou: no último ano, a média caiu para perto de 9 mil unidades/mês. Mas a substituição não é simples. É preciso movimentos muitos estudados para renovar totalmente um carro sem perder o mercado já conquistado nem provocar “fogo amigo” em modelos da mesma marca, como Punto e Uno, que trafegam em segmentos muito próximos. O posicionamento dessa segunda geração é exatamente entre os dois outros compactos da Fiat. Inclusive esteticamente. Os preços começam em R$ 30.990 – versão Attractive 1.0 – e chegam a R$ 42.490 – versão Sporting Dualogic, com câmbio automático Dualogic e cruise control.



Ford New Fiesta


A Ford não tem pressa. Nos últimos anos, cada passo da montadora tem sido bem pensado e pesado. Foi esta postura cautelosa, exatamente, que permitiu que passasse pela crise financeira de 2008 sem sequelas – era a única entre as americanas com dinheiro em caixa. E esse lógica é também aplicada ao mercado brasileiro. Como na decisão de só passar a trazer o New Fiesta hatch do México neste último trimestre de 2011 – mais de um ano depois do lançamento da versão sedã. Para que a chegada do carro tivesse maior impacto, a Ford esperou até que o carro recebesse os "incrementos" do modelo 2012 – que também valem para o sedã. E essas mudanças foram muito mais voltadas ao conteúdo tecnológico que à estética. O preço varia de R$ 48.950 a R$ 54.950.



Hyundai Elantra

O Elantra é a nova aposta da marca coreana para o aquecido segmento dos sedãs médios, que também ganhou reforço de Cruze, Jetta e do novo Civic este ano. O modelo agrega as últimas tendências de estilo da Hyundai, incluindo o design em “escultura fluida”, responsável pelo visual arrebatador que conquista olhares por onde o sedã passa. Apesar de tanto apelo, o Elantra ainda não disse a que veio e por enquanto continua ofuscado por outros lançamentos, como o sedã médio da Chevrolet que chegou para ocupar o lugar do Vectra no mercado nacional.



Kia Picanto

A Kia andava dando tanto trabalho para a concorrência que só mesmo uma medida como o aumento do IPI para veículos importados poderia impedir o crescimento da marca coreana no Brasil. Parte do sucesso é devida ao trabalho do alemão Peter Schreyer, o chefe de design da Kia que promoveu a renovação visual que impulsionou sucessos como o Soul e Sportage. O estilo também está presente no novo Picanto, que conquista o consumidor com desenho de Schreyer, bom nível de equipamentos e preços que, antes do aumento do IPI, ficavam entre R$ 34.900 e R$ 44.900. A Kia ainda não divulgou a tabela definitiva do modelo, mas certamente o carismático carrinho coreano com tempero alemão sentirá os efeitos da inveja em 2012.



Nissan March


De olho numa grossa fatia do mercado brasileiro – a de carros abaixo dos R$ 30 mil –, a Nissan incluiu o país numa grande manobra mundial. O pequeno March, conhecido como Micra em alguns mercados, se tornou o primeiro carro realmente global da marca. O modelo ganhou uma nova geração – a quarta – e a missão de fazer sucesso em mercados tão diferentes quanto o europeu e o brasileiro. Aqui, o March tem versões a partir de R$ 27.790. A estratégia é se inserir na faixa dominada pelos nacionais Volkswagen Gol e Fiat Palio. E resultou numa mudança na imagem da marca, que até agora tinha no apagado Tiida sedã o seu carro mais barato. O March, assim como o Tiida, vem da fábrica da marca no México e se livra do recente aumento do IPI para carros importados. E a expectativa da Nissan é que a partir de maio de 2012 as vendam alcancem o número de 4 mil a 5 mil unidades mensais do compacto.



Nissan Versa

A Nissan realmente resolveu mudar de tamanho no Brasil. E a decisão passa por três passos importantes. Primeiro, introduzir o hatch compacto March no mercado. Depois, anunciar a construção de uma nova fábrica – que será em Resende, no Sul do Rio de Janeiro. E, agora, lançar no mercado brasileiro o sedã Versa, a nova geração Tiida sedã. O novo três volumes da marca japonesa representa também uma mudança na estratégia de abordagem entre os compactos no Brasil. Agora, a fabricante vai apostar no miolo do segmento – a faixa que fica entre R$ 30 mil e R$ 40 mil. É aí que se vende a grande maioria dos sedãs compactos por aqui – e onde Fiat Siena e Volkswagen Voyage disputam a liderança do segmento. É na briga com os dois que a Nissan quer ganhar volume. Para isso, teve que apelar para o preço. O novo carro chegou às concessionárias em novembro, com valores que começam nos R$ 35.490.



Peugeot RCZ

O mercado de automóveis do Brasil pode até ser a “bola da vez”, na opinião dos investidores. Afinal, novas fábricas são anunciadas, novos modelos são lançados e recordes de vendas são batidos em uma sequência interminável. Mas, analisando com cuidado, constata-se que é sempre mais do mesmo. Invariavelmente, são modelos pequenos e médios nas configurações mais consagradas. A Peugeot é uma exceção. Ela se arriscou a trazer o 3008 – um crossover no sentido original, que mistura configurações de carroceria – e até hoje, quase um ano depois de lançado, tem uma fila de dois a três meses para entregar o modelo. E este ano também passou a vender o cupê-esportivo RCZ que, em um mercado de mesmices, se torna inusitado. Tanto que a montadora francesa não consegue apontar um rival no Brasil entre as marcas generalistas. Ela tem de voltar a mira para modelos de marcas premium. E aí aparece uma diferença fundamental: o preço. O RCZ custa “módicos” R$ 139.900. Algo como 30 a 40% menos que cupês como Audi TT, BMW Z4 e Mercedes-Benz SLK.



Range Rover Evoque

A Land Rover escolheu a Inglaterra, onde nasceu a marca e onde fica sua sede, para apresentar à imprensa especializada de todo o mundo o Evoque. Com a estreia do modelo mais leve e compacto da linha “top” Range Rover, a marca inglesa pretende mudar os parâmetros de design de seus modelos, tradicionalmente marcados pelas linhas retas e estilo conservador. Com traços bem fieis ao conceito LRX, apresentado em 2008, o Evoque foi apresentado em sua versão final no último Salão de Paris, em setembro do ano passado. No Brasil, o lorde inglês começa em R$ 164.900.



Renault Duster


Desconfiar do desconhecido é normal. Algumas marcas “gramam” anos a fio até que o consumidor comece a considerar a possibilidade de, talvez, comprar um de seus produtos. Isso aconteceu com a Renault desde que produziu sua primeira Scénic, em 1999. Mas, a partir do lançamento do hatch Sandero, em 2007, a marca vem ganhando mercado paulatinamente. Agora, a aposta da empresa francesa é o Duster. A expectativa é rachar a liderança do segmento de utilitários esportivos compactos com o Ford EcoSport e chegar ao final do ano com 6,7% do mercado brasileiro. Com 200 mil unidades em um ano, o Brasil seria o segundo maior mercado da marca no mundo, atrás apenas da França. Até agora, o Duster tem sido bem sucedido na empreitada, ganhando do rival da Ford desde que foi lançado. Agora, será preciso ver como o utilitário francês se comporta com a chegada do novo EcoSport, logo no início de 2012.

Volkswagen Jetta

O segmento dos sedãs médios no Brasil sempre foi um dos nichos mais valorizados pelos fabricantes de automóveis. Por aqui, eles são praticamente carros de luxo, com boa imagem, além de conseguirem gerar boas margens de lucros para as marcas. E a Volkswagen tinha problemas nessa categoria. No mercado nacional, a marca nunca teve um representante de peso – tinha um investimento maior no médio-grande Passat. Para reverter o quadro, a Volks lançou em abril a nova geração do Jetta, com duas versões bastante diferentes, mas com o objetivo traçado de voltar a abocanhar uma fatia significativa do segmento, para fazer frente a competidores mais tradicionais como Toyota Corolla e Honda Civic – e para acompanhar o ritmo de novatos como Chevrolet Cruze e Hyundai Elantra.

Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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