Em 29 de setembro de 1966 o Chevrolet Camaro começou a ser vendido nas concessionárias Chevrolet dos Estados Unidos. A partir daquele dia o Mustang deixou de reinar sozinho no mercado de esportivos compactos. A guerra dos pony cars estava começando.
Quarenta e cinco anos depois, vamos passear pela história deste ícone americano. Embora seja uma história de altos e baixos – e com um hiato de sete anos – o Camaro tem um lugar especial na história. Nosso guia nesta viagem é Scott Settlemire, que é uma espécie de “curador” da GM dedicado exclusivamente ao Camaro. Ele foi um dos executivos responsáveis pelo gerenciamento da marca Camaro e é conhecido pelos fóruns como “Fbodfather”. Ele conhece o modelo desde que a concessionária de sua família vendeu uma unidade pela primeira vez em 1967.
Settlemire disse que o motivo pela longevidade do Camaro é que cada geração tem uma lembrança diferente do carro. Você pensa no SS 350 1967, seu irmão mais velho lembra do IROC-Z e os mais novos conhecem o Bumblebee. Agora vamos viajar ao longo dessas dessas gerações.
1967 – A Estreia
Depois do sucesso do Mustang a GM percebeu que o Corvair não conseguiria competir contra um esportivo de produção em massa. Os engenheiros começaram a trabalhar em um cupê que teria o mesmo apelo esportivo do Ford e pacotes opcionais para agradar os entusiastas.
“No começo o Camaro não foi apresentado como um carro esportivo”, disse Settlemire. “Se você assistir às propagandas antigas, verá que a GM falava apenas do preço acessível e do conforto e desempenho de um carro mais caro”. É por isso que, embora o público lembre-se apenas das versões SS, RS e Z28, as versões mais comportadas – como a da foto acima – é que engrossavam as vendas. “Embora tivéssemos vários motores de alta performance, vendemos muitos Camaros seis-cilindros”.
O Z28 de 1969 não é apenas o Camaro perfeito, mas também o Chevrolet perfeito. E não fomos nós que dissemos isso. Foi uma enquete com mais de 125.000 votos. É fácil entender o porquê: direção mais direta, freios a disco, carburador quádruplo e as faixas pintadas na carroceria. Embora a Chevrolet anunciasse o Z28 com 290 cv, ele chegava aos 400 no dinamômetro – sem violar a garantia.
Os opcionais de fábrica e de concessionária eram intermináveis e incluíam até um capô que forçava a admissão de ar (cowl-induction) e carburação dupla. Os modelos RS tinham capas transparentes nos faróis. Curiosamente, os carros não venderam tanto na época. Os modelos 1969 são apenas o quinto ano mais vendido, mas são os mais colecionáveis.
1970 – A Segunda Geração
Em sua segunda geração o Camaro ficou mais longo e mais largo, mas também tornou-se mais esportivo que a geração anterior. Em 1971 ele ganhou bancos de encosto altos. A versão RS recebeu um para-choque dianteiro dividido em duas partes, conhecido como “split bumper”. Na versão SS o carro tinha um V8 350 (5,7 litros) big block e detalhes cromados.
Por ter se tornado um ícone atualmente, é difícil imaginar que quando a GM reprojetou o Camaro para 1970, muita gente o rejeitou. “Era um carro maravilhoso, mas quando foi lançado houve muita, mas muita controvérsia”, disse Settlemire. “As pessoas que enxergaram a influência europeia adoraram. Os consumidores tradicionais de Mustang e Chevrolets demoraram para aceitar que aquele era o novo Camaro.”
Greves, leis ambientais e novos padrões de segurança quase mataram a segunda geração, mas ele continuou evoluindo até 2002.
1982 – A Terceira Geração
A terceira geração do Camaro veio em 1982 estreando um motor de quatro cilindros chamado Iron Duke, de apenas 90 cv, que empurrava o carro com dificuldade aos 100 km/h, levando mais de 20 segundos para isso. Apesar disso, os modelos de quatro cilindros foram muito populares.
Embora pareça uma heresia para os fãs, algumas pessoas compram carros apenas pelo visual. E foi exatamente isso o que aconteceu quando a GM lançou um Camaro de quatro cilindros a um preço acessível no auge da crise do petróleo. O “Iron Duke” era responsável por 18% das vendas do Camaro.
“Havia muita gente andando com suas desvalorizadas e beberronas Silverado e F-150. Para essas pessoas, o Iron Duke era mais que uma oportunidade de dirigir um carro novo, era a chance de ter um Camaro em tempos difíceis. Eles queriam um carro bonito, algo silencioso, um interior agradável”, diz Settlemire.
Apesar do Iron Duke, esta geração ainda teria o esportivo IROC-Z, equipado com o bom e velho V8 de cinco litros que chegaram a desenvolver 300 cv em seus últimos anos de produção.
1993 – A Quarta Geração
A quarta geração do Camaro foi basicamente uma evolução da anterior, com visual atualizado para a década de 1990. As características mecânicas do carro permaneciam as mesmas e o Camaro voltava a ser vendido somente com motores V6 e V8. O modelo mais potente era o Z28, com seu V8 LS1 de 325 hp. Apesar de parecer pouca potência, os Z28 foram os carros escolhidos para apoiar o pouso dos aviões-espiões U-2 da Força Aérea dos EUA.
Depois de dez anos, em 2002, a quarta geração do Camaro tinha sua produção encerrada sem deixar substituto, devido à falta de demanda no segmento de cupês esportivos.
2009 – A Quinta Geração
O Camaro só voltaria ao mercado sete anos mais tarde, com o visual inspirado na primeira geração e baseado na plataforma Zeta da GM, também usada para produzir os australianos Holden Commodore e Chevrolet Omega. Os motores agora partem do V6 de 326 cv, chegando ao insano ZL1, de 580 cv, um carro potente e purista feito para ser pilotado.
Tudo o que o Camaro representou ao longo de seus 45 anos.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br/
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