28 de ago. de 2011

Emoção, surpresa e… Pole de Vettel por Rafael Lopes

Bruno Senna em Spa
Rapaz, quem assistiu ao treino classificatório para o GP da Bélgica não se arrependeu, certamente. Foi uma daquelas sessões típicas do circuito de Spa-Francorchamps, com todos os itens necessários para a emoção: primeiro, a chuva; depois, a pista secando gradualmente; e no fim alguns entreveros por causa da ânsia de fazer voltas rápidas antes do fim do tempo.
O resultado final acabou sendo o mesmo de nove das 12 classificações em 2011: Sebastian Vettel na pole. E o alemão deu show de novo… Com uma volta sensacional, ele bateu o tempo de Hamilton menos de três segundos após o inglês marcá-lo. Quer mais ação que isso?

Antes de continuar a falar de Vettel e Hamilton, faltou citar a surpresa do título. Mas ela é tão boa que merece ser citada em separado. O responsável foi Bruno Senna, que marcou uma excepcional sétima posição em seu primeiro treino com a Renault-Lotus (ou o primeiro com um carro de verdade na Fórmula 1 – a Hispania não conta). Após o erro na sessão livre da manhã de sexta, ele se acertou e não falhou mais. O resultado é um prêmio ao seu esforço e uma boa pancada em quem criticava a atitude da equipe anglo-francesa de colocá-lo no lugar de Nick Heidfeld. Conheço e acompanho a carreira de Bruno há alguns anos, mas confesso que fiquei surpreso. Ele andou como veterano. Mas é bom lembrar que a tarefa na corrida será bem mais complicada.
Precisamos lembrar que Bruno terá de lidar com o desgaste dos pneus Pirelli pela primeira vez no ano, enquanto seus rivais já andaram em 11 corridas. Se estiver seco, a dificuldade aumenta ainda mais. Outra coisa importante: apesar de ele ser um cara centrado, que não se deixa influenciar pela pressão facilmente, não é hora de se colocar expectativas exageradas sobre seus ombros. Acho que uma meta plausível para a corrida é marcar ao menos um ponto. Se conseguir isso (ou mais), é motivo de festa. Se não conseguir, não é hora de exagerar nas críticas ou detoná-lo. É apenas sua primeira prova com um carro decente. Não é fácil.
Sebastian Vettel em Spa
Voltando à primeira fila, o duelo de estratégias no fim do treino foi sensacional. Vettel e Hamilton brigavam para ser o último carro a conseguir abrir uma volta na pista. O alemão ficou atrás, passou no limite do cronômetro e conseguiu abrir antes de ele zerar. O resto da história a gente viu: o inglês da McLaren ficou com a pole por, digamos uns três segundos, até o líder do campeonato arrasar seu tempo. Pole merecida e o alemão tem mais uma chance excepcional para vencer mais uma na temporada. Se não der, entretanto, não é motivo para desespero: ele não precisa mais vencer até o fim da temporada para levar o bi. A situação é bem confortável.
Hamilton ainda tomou um susto no fim do Q2. Ele dividiu a última curva com Pastor Maldonado em sua volta rápida e os dois bateram rodas. Incidente normal, para mim (clique aqui e tire suas dúvidas). Só que o venezuelano, ainda irado com o incidente do GP de Mônaco (lembre aqui), resolveu dar o troco. Esperou passar pelo hairpin da La Source, emparelhou com o inglês da McLaren e lhe deu um encontrão. Os dois se tocaram e tiveram de ir visitar – mais uma vez – a sala dos comissários de prova. Após quase três horas de deliberações, os oficiais – com Nigel Mansell como convidado – decidiram punir o sul-americano e apenas advertir o campeão de 2008. Decisão acertada para mim. DESTA VEZ, Hamilton não teve culpa. Pelo contrário, a manobra de Maldonado foi maldosa e arriscada. Merecia pena até maior pelo incidente.
Sobre os outros brasileiros, muito bom desempenho de Felipe Massa com a quarta posição, mesmo com as condições difíceis do fim da classificação para o carro da Ferrari, que demora a aquecer os pneus. Fernando Alonso, por exemplo, não lidou bem com isso e foi apenas o nono colocado no grid de largada. É uma ótima oportunidade para chegar na frente do bicampeão espanhol, que esteve irreconhecível na superpole deste sábado. Já Rubens Barrichello ficou encaixotado pela Lotus de Heikki Kovalainen, quando ambos estavam tentando marcar tempo. Azar. Ele isentou o finlandês de culpa após o treino. Para o piloto da Williams, é fazer a dança da chuva desde já. Com seu péssimo carro, é sua única chance de tentar algo mais neste domingo.

Fonte: voandobaixo
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/

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