19 de ago. de 2011

Carro pequeno nos EUA? Não sei não…


Por Hairton Ponciano Voz
Estou vendo com certo ceticismo esse recente esforço das montadoras de vender automóveis pequenos nos Estados Unidos. Na tentativa de afastar a crise oferecendo carros menores, mais econômicos e baratos, a Ford apostou suas fichas no New Fiesta e a Fiat investe no 500, agora made in México.
Antes delas, no final de 2007, a smart já havia lançado o ForTwo em território americano. Apesar da estratégia, carro pequeno nos EUA ainda é objeto raro. Acabo de voltar de uma viagem de quase duas semanas pela região de Orlando, na Flórida, e o que mais vi por lá foram as tradicionais picapes grandes e os avantajados esportivos utilitários. Aluguei um Toyota Yaris sedã (mais ou menos do porte do Polo sedã) e nos imensos estacionamentos normalmente o encontrava escondido atrás de algum típico carrão americano.
Pode-se argumentar que Orlando é um destino de férias, para onde as pessoas de deslocam em família, em automóveis maiores. É verdade, mas Nova York também não reflete a realidade do país. O fato é que no período em que lá fiquei vi pouquíssimos New Fiestas, dois Smarts e nenhum Fiat 500. Exceção feita ao Mini: por lá, ele é figurinha fácil.
Há outros fatores que vão contra a louvável intenção das montadoras de promover um downsizing de carroceria e de motores. No primeiro caso, o carro não pode diminuir muito, sob pena de não acomodar o americano médio – normalmente, grande para cima e para os lados (a descrição vale para a família inteira).
No segundo caso, quando você vai abastecer entende por que há tantos carros lá com motores V6 e V8: a gasolina subiu nos últimos tempos, mas continua muito barata, especialmente quando comparada ao preço do combustível vendido no Brasil. Em média, o galão (3,785 l) custa cerca de US$ 3,65, o que dá menos de um dólar por litro. Isso significa que a gasolina nos EUA (cerca de R$ 1,60) é mais barata que o álcool aqui.
No período em que fiquei lá, esgotei um tanque de gasolina, e paguei apenas US$ 35 para encher novamente. Aqui, gastaria mais de R$ 100. O pensamento que a maioria faz é óbvio: nesse preço, dá para manter um carro com motor V6, sem maiores apertos.
Por isso tudo, quero ver as montadoras conseguirem convencer o público americano a comprar smart, 500 e companhia.

Fonte: blogdaautoesporte
Disponível no(a):http://colunas.autoesporte.globo.com/blogdaautoesporte/

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