Por Hairton Ponciano Voz
Estou vendo com certo ceticismo esse recente esforço das montadoras de vender automóveis pequenos nos Estados Unidos. Na tentativa de afastar a crise oferecendo carros menores, mais econômicos e baratos, a Ford apostou suas fichas no New Fiesta e a Fiat investe no 500, agora made in México.
Antes delas, no final de 2007, a smart já havia lançado o ForTwo em território americano. Apesar da estratégia, carro pequeno nos EUA ainda é objeto raro. Acabo de voltar de uma viagem de quase duas semanas pela região de Orlando, na Flórida, e o que mais vi por lá foram as tradicionais picapes grandes e os avantajados esportivos utilitários. Aluguei um Toyota Yaris sedã (mais ou menos do porte do Polo sedã) e nos imensos estacionamentos normalmente o encontrava escondido atrás de algum típico carrão americano.
Pode-se argumentar que Orlando é um destino de férias, para onde as pessoas de deslocam em família, em automóveis maiores. É verdade, mas Nova York também não reflete a realidade do país. O fato é que no período em que lá fiquei vi pouquíssimos New Fiestas, dois Smarts e nenhum Fiat 500. Exceção feita ao Mini: por lá, ele é figurinha fácil.
Há outros fatores que vão contra a louvável intenção das montadoras de promover um downsizing de carroceria e de motores. No primeiro caso, o carro não pode diminuir muito, sob pena de não acomodar o americano médio – normalmente, grande para cima e para os lados (a descrição vale para a família inteira).
No segundo caso, quando você vai abastecer entende por que há tantos carros lá com motores V6 e V8: a gasolina subiu nos últimos tempos, mas continua muito barata, especialmente quando comparada ao preço do combustível vendido no Brasil. Em média, o galão (3,785 l) custa cerca de US$ 3,65, o que dá menos de um dólar por litro. Isso significa que a gasolina nos EUA (cerca de R$ 1,60) é mais barata que o álcool aqui.
No período em que fiquei lá, esgotei um tanque de gasolina, e paguei apenas US$ 35 para encher novamente. Aqui, gastaria mais de R$ 100. O pensamento que a maioria faz é óbvio: nesse preço, dá para manter um carro com motor V6, sem maiores apertos.
Por isso tudo, quero ver as montadoras conseguirem convencer o público americano a comprar smart, 500 e companhia.
Fonte: blogdaautoesporte
Disponível no(a):http://colunas.autoesporte.globo.com/blogdaautoesporte/
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