Antes de se vender como ecologicamente correto, Henrik Fisker gostava de dar novas carrocerias a Bimmers e Mercs. O Latigo que você na foto é um raríssimo exemplo deste período e acaba de ser oferecido no mercado.
O carro que vocês veem une o melhor da mecânica mundial a um dos projetistas mais elogiados da atualidade. Henrik Fisker se graduou da Art Center College of Design em La Tour-de-Peilz, Suíça em 1989 e logo foi contratado pela BMW. Desde então ele passou por Aston Martin, Ford e depois fundou sua própria empresa de carrocerias e, agora, carros elétricos. Uma leitura de seu currículo mostra que ele deixou belos carros por onde passou assim como James Bond faz com suas mulheres. A BMW Z8, Aston Martin DB9 e V8 Vantage, Ford Shelby GR1 e seu atual sonho elétrico, o Karma, representam projetos que não são apenas bonitos, mas também “apropriados”. Claro que Chris Bangle pode ser ousado e visionário na busca por novos traços, mas convenhamos, algumas de suas criações são hediondas.
Curiosamente, o Fisker Latigo CS foi uma chance para que os dois projetistas de certa forma se encontrassem, e neste caso Fisker deu a última palavra. Entre o processo de reconduzir a Aston Martin a seu devido lugar como objets d’art, e lançar seu camaleônico carro de luxo elétrico Karma, Fisker construiu uma quantidade limitadíssima de cupês, baseados em carros existentes (e caros). Os primeiros produtos da Fisker Coachbuild foram o Tramonto – baseado na Mercedes SL – e o Latigo – derivado da BMW série 6 (E63). Fabricaram apenas 150 unidades de cada um deles, e por mais de duzentos mil dólares, o público alvo deve ter gostado dessa exclusividade.
O Latigo mantém os vidros, portas e grande parte do interior, mas todo o resto foi modificado com alumínio, aço e muita fibra de carbono. O modelo das fotos parece ser baseado no M6 e tem uma versão modificada do V10 BMW sob o novo capô, algo que supera os 650 cv, segundo o vendedor.
Aproveite esta pausa absorver o número.
O Latigo não só comporta mais quadrúpedes que o jóquei clube da sua cidade, mas também tem uma transmissão à altura, com sete velocidades. É um “manu-mático” com borboletas atrás do volante Fisker revestido em couro. Dessa forma, quem odeia os automáticos pode parar de bufar.
O resto do interior também é revestido com um tipo de couro tão macio que, ao tocá-lo, você pode ter pensamentos impuros com o bovino que lhe deu origem. As texturas e cores sobre as partes ao seu alcance exemplificam sua origem exótica. Há muito do M6 aqui, mas também há diferenças suficientes para que você se sinta em um lugar especial, e mesmo depois de cinco anos e 30.000 km ainda parece que – e provavelmente tem o cheiro de quando – os subordinados de Henrik acabaram de terminar a costura.
Do lado de fora, as rodas de 10 raios e vinte polegadas vestem tiras de borracha que fazem às vezes de pneus, e o conjunto se encaixa em um arco de roda simples que não quebra a harmonia das linhas laterais. Fisker usou estes carros para criar uma identidade visual própria, que continua no Karma, e pode ser descrita como algo que lembra o bigode da personagem principal de “V de Vingança” [e que tem aparecido bastante no Gizmodo recentemente]. A pintura prateada do carro passa a impressão de que ele foi esculpido de um único bloco do metal precioso, e também ajuda a dar a aparência de um carro zero quilômetro.
Se ele fosse zero, provavelmente teria um preço que faria o cérebro explodir com todos os números que cabem em seis casas decimais. O preço pedido por essa unidade (a primeira das 150) é de US$ 95.900. O que dá vários WRX Evolution lá fora. É claro, nem você nem eu podemos bancar um, mesmo que, juntos, conseguíssemos vender ambos os rins. Bem, não chega a ser um problema nosso, mesmo, ainda que você esteja disposto a passar o resto da vida ligado a uma máquina de hemodiálise. Mas se não fosse areia demais para nossos caminhõezinhos, você acha que é um bom preço a se pagar por tanta exclusividade?
[eBay, captura do anúncio]
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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