7 de jun. de 2011
Giulia: uma italiana cheia de som e estilo
Os carros antigos da Alfa Romeo têm uma característica muito peculiar: o prazer ao dirigir. São máquinas que têm boa ergonomia, alavanca de câmbio em ótima posição, ronco verdadeiramente clássico. E o som dos carburadores duplos é algo incrível.
Antes de mais nada, vale dar uma olhada geral na macchina. A versão Giulia Sprint GT é, talvez, uma das mais conhecidas do planeta e identificável à distância. Há um bom tempo estou atrás desse carro. A combinação da carroceria azul-marinho com estofamento bege é uma das mais perfeitas já imaginadas. Puro bom gosto.
O clássico ano 1966 pertence a Emanuel Zveibil, um dos diretores do Alfa Romeo Clube do Brasil. Ele me contou que a restauração durou dois anos e foi feita na Maranello, local bastante conhecido pelos alfistas, sucessora da concessionária Jolly. A oficina tinha como proprietário o saudoso Manolo. Hoje, seu filho Marcelo segue com o mesmo padrão de qualidade.
Hora de dar uma volta. A chave de ignição fica do lado esquerdo, como nos Porsche, para agilizar a vida dos pilotos que precisam ligar o carro e arrancar no menor tempo possível. Basta entrar no estilo Le Mans, dar a partida e pisar fundo. A sensação é de voltar no tempo, com os quatro instrumentos da Jaeger encarando o motorista. Os engates são precisos, e a pequena Alfa segue firme em seu caminho.
Uma coisa que se destaca em algumas marcas é o aroma do interior. Mercedes-Benz, Porsche, BMW e Alfa Romeo têm um cheiro próprio, em alguns casos do revestimento em couro e outros do material de acabamento. Desse modo, mesmo estando de olhos fechados, é possível identificar um deles.
O motor de quatro cilindros, todo em alumínio, tem 1.600 cm³ de cilindrada, carburadores duplos Weber 40, além de freios a disco nas quatro rodas e transmissão de cinco marchas. Vale lembrar que este exemplar tem mais de quarenta anos – aqui no Brasil, essas inovações eram inimagináveis naquela época.
Fiz uma pesquisa em matérias de 1966, com a ajuda do dono, e encontrei um teste feito pela Revista Road & Track. Nele pude constatar o que já havia descoberto na internet: o desempenho é um de seus pontos fortes. O 0 a 100, por exemplo, é coberto em menos de doze segundos, e a velocidade máxima chega perto dos 185 km/h. Mantidas as proporções dos aparelhos usados para medição no período, são belos números.
Esse não é um carro que só vai a eventos e festas. Ele já participou de dois ralis, inclusive no Rio Grande do Sul, e sempre sai pra dar uma voltinha no fim de semana ou marcando presença nos tradicionais jantares do clube. Afinal, o cuore sportivo merece bater mais forte em alta rotação.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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