Quem poderia imaginar que o desfecho daquela disputa acirrada entre Vettel, Alonso e Button, que ninguém viu por conta de uma troca de pneus que desfez as diferenças técnicas entre os três, fosse acontecer duas semanas depois no Canadá ? Ironia do esporte.
A situação entre os três era a mesma. Button, com um pneu em melhor condição em Mônaco, era o último dos três na pista de Montreal e, de novo, com pneu melhor do que os outros. Acabou ganhando de Alonso e forçou um erro de Vettel, o primeiro do alemão desde o começo do campeonatO desfecho em Mônaco, se aquelas cinco últimas voltas tivessem sido disputadas nas condições que cada um dos pilotos tinha no momento da interrupção, poderia até ter sido o mesmo. Pelo estado do pneu dianteiro de Vettel, a chance de um estouro era grande. Restaria a disputa entre Alonso e Button com todas as dificuldades de ultrapassagem. É apenas suposição, porque a F-1 ficou devendo a todos nós aquele final de uma das melhores corridas da história de Mônaco. Foi muita sorte o Canadá nos fazer o enorme favor de ”retomar” o GP interrompido 14 dias antes.
Presidente da Ferrari confia em reação da escuderia italiana nos próximos GPs
Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari
O que vimos nesta última corrida é o exemplo mais espetacular do que as novas regras da F-1 tornaram possível. Um piloto que passou por duas batidas (com Alonso e com Hamilton), seis paradas de box, incluindo uma punição e um pneu furado, chegou a ocupar a última posição, tendo 22 pilotos à frente, após cinco relargadas, cruzar a linha de chegada em primeiro. Um roteiro impensável na F-1 que estávamos acostumados a conhecer até o ano passado. Um prêmio para Button, quase chegando aos 200 GPs, e castigo para Hamilton, que aprontou de novo e, desta vez, levou dedo na cara de Ron Dennis quando voltou para o box. Aliás, o box da McLaren tinha mais convidados do Hamilton do que mecânicos. Tinha cantor de rap, ator de série de TV, a cantora Rhiana e outros de menor ibope. Com tudo isso, o cara vai lá, bate no próprio companheiro de equipe e quase acaba com a corrida da equipe que tinha tudo pra vencer.
Se pensarmos que o circuito de Valência é muito parecido com o do Canadá, embora com um consumo de pneu mais baixo, e que, de novo, a McLaren será tão forte quanto a Red Bull, já dá pra ir com muito entusiasmo para a próxima corrida. Como se precisasse de algo mais do que a própria cidade de Valência pra valer a pena. Além disso, pela primeira vez no ano eu acho que dá até para esperar alguma surpresa da Ferrari. Nada a ver com Alonso correr em casa, mas o fato é que já em Montreal a Ferrari tinha carro para ter conseguido um resultado melhor. Massa chegaria facilmente ao pódio se não tivesse encontrado pela frente um Karthikien, que não abriu mão da trilha seca da pista com seu lento Hispania. E Alonso, com a reviravolta que aconteceu na corrida, andou em 2º até o toque com Button. Por isso, acredito que a Ferrari venha bem. Não sei se em condições de brigar com Red Bull e McLaren. Mas é uma aposta. Provavelmente melhor que a Mercedes, que também apresenta progressos.
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Vettel não vai se deixar abalar pelo erro cometido a pouco mais de dois quilômetros da linha de chegada. Em termos de campeonato, ele saiu no lucro. Tinha 58 pontos de vantagem, agora tem 60. Seu maior rival, Hamilton, não marcou ponto. Se até o Canadá ele tinha somado 143 pontos em 150 possíveis, agora a marca ainda é excelente – 161 pontos em 175 possíveis, o equivalente a 92% dos pontos. E liderou até agora 352 voltas de um total de 442 voltas percorridas nos sete GPs desse ano. Quem mais se aproxima dele é Jenson Button, que liderou 31 voltas (Alonso, 22; Hamilton, 19; Rosberg, 14; Massa, 4). O duro foi ter de engolir Button dizendo que o que vale é liderar a última volta. Grande Verdade. Button liderou metade dela e bastou para levar a vitória. Antes de encerrar por hoje, uma idéia para dividir com os meus companheiros do futebol: isenção de ISS para a FIFA é demais, não é ?
Fonte: sinalverde
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/sinalverde
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