O carro aponta no estacionamento. Funcionários confusos debatem durante o preenchimento do recibo. "Não é Volks, é Audi", diz o que vê a traseira.
"É Volks, sim", diz o mais novo, depois de conferir o logo na grade. "Bom, então é o Passat, né, doutor?", dispara um terceiro. Melhor não discordar.
O Jetta é, de longe, mais careta. O desenho da lanterna tomado da Audi, a filha gastadeira do grupo Volkswagen, dá um ar moderno. É o suficiente para confundir os manobristas. Mas, no final, o modelo ainda passa por carro de tiozão.
Já o Civic Si tem pouca chance de ser confundido com o carro do seu avô a caminho de um exame. Ainda mais se for vermelho.
Aerofólio e ponteira no escapamento ainda diferenciam, na aparência, a versão que reinava como o único esportivo nacional de verdade na faixa de R$ 100 mil.
O Jetta, porém, quer ameaçar esse sono tranquilo, aliando um conforto para o uso diário raro em esportivos.
A versão Highline, a mais completa e potente, ainda vem a competitivos R$ 89.520, livre de Imposto de Importação. Sofre, é claro, com a economia no acabamento dos mexicanos. O ruído nas portas que o diga.
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No interior, a mesma relação. O Si tem mostradores digitais e painel moderno em tons de vermelho. O banco em forma de concha abraça o motorista em manobras mais ousadas.
No Volks, mais do mesmo. Só as borboletas para trocas manuais atrás do volante - -este sim do Passat CC -- dão alguma esportividade.
Mas, como quem vê cara não vê coração, na pista a situação é um pouco diferente.
CURINGA
Guiar um esportivo é viver entre o céu e o inferno. Comportamento dinâmico e alto desempenho não andam em harmonia com conforto.
O teste Folha-Mauá mostra que o Volkswagen Jetta contraria a antiga premissa. O Honda Civic Si, não.
O Jetta, mesmo com visual careta, anda mais na pista. O sedã atinge 100 km/h em respeitáveis 7,1s. Bom nas retas, é mais rápido em retomadas.
O casamento do motor 2.0 turbo de 200 cv e injeção direta de gasolina com o câmbio automatizado de dupla embreagem da Audi transforma a condução do Jetta em diversão de gente grande.
Some-se o torque de 28,5 kgfm já a 1.700 rpm (o Civic Si tem só 19,2 kgfm a 6.100 rpm) para apimentar a coisa toda.
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O Jetta ainda tem uma condução mais suave e filtra melhor os impactos. É como o curinga dos esportivos. Você faz bonito na hora de acelerar e ainda pode levar a família para dar um passeio.
O problema é que, com o conforto, vêm suspensão e direção moles demais. A carroceria rola além da conta, e a frente afunda em frenagens.
Aí o Civic Si tira a diferença e devora as curvas. A suspensão é tão dura que o carro entra nelas do mesmo jeito que vem das retas.
A direção com assistência elétrica é rápida e precisa, assim como o câmbio manual. Nas retomadas do teste, não há redução (daí o resultado bem pior), mas permite uma condução mais esportiva. Em tempo de confirmar o velho dilema: em dez minutos de trânsito, o motorista quer matar o sr. Soichiro Honda.
O Civic Si é um carro de corrida: precisa gostar para ter. Na pista, andou atrás do Jetta, mas o motor ainda tira suspiros e fôlegos. Dos fãs de esportivos, com o ronco, e dos engenheiros, com o i-Vtec.
O 2.0 de 192 cv tem duplo comando regulando a abertura e o fechamento das válvulas. A 8.000 rpm, o motor berra e o sistema injeta mais combustível na mistura. E é bem aí que podia entrar o turbo do Jetta.
As montadoras cederam os carros para teste
INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
0/XX/11/4239-3092; www.maua.br
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Fonte: .folha.com
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